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Juliana Paes apoia Klara Castanho e conta que teve gravidez vazada

Klara Castanho: Juliana Paes prestou solidariedade à atriz e lembrou que teve a 1ª gravidez vazada por laboratório - Reprodução/TV Globo
Klara Castanho: Juliana Paes prestou solidariedade à atriz e lembrou que teve a 1ª gravidez vazada por laboratório Imagem: Reprodução/TV Globo

De Splash, em São Paulo

27/06/2022 11h50Atualizada em 27/06/2022 12h08

Juliana Paes prestou solidariedade a Klara Castanho no "Encontro" (TV Globo) de hoje. A atriz de 21 anos gestou uma criança após ser estuprada e a entregou para a adoção. Klara relatou que, ainda no hospital, uma enfermeira a ameaçou de vazar o ocorrido para a imprensa.

Paes revelou que passou por coisa parecida ao ter sua gravidez revelada no laboratório em que realizou o exame.

"Foi o próprio laboratório que acabou divulgando, e isso nem se compara com o caso da Klara Castanho. Mas como defensora para prevenção e eliminação de assuntos para a violência para mulher da ONU, eu escuto muitos casos assim. Isso acontece mais do que a gente imagina", disse.

"Então é como se as nossas escolhas tivessem sempre que ser terceirizadas, como se a gente tivesse sempre que passar pelo crivo de alguém. Eu só queria deixar aqui publicamente [...] o meu apoio. Ela teve uma atitude muito corajosa e pedir para as pessoas que parem de julgar, parem com o julgamento, o julgamento adoece, transtorna uma vida inteira, deprime, mata", concluiu a atriz.

Abuso, gravidez e exposição de Klara Castanho

A história teve início após a apresentadora Antonia Fontenelle dizer em uma live que "uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção". "Ela não quis olhar para o rosto da criança", afirmou Fontenelle.

Embora não tenha citado nominalmente Klara Castanho, os internautas imediatamente associaram a versão contada por Antonia à atriz. Após a declaração de Fontenelle repercutir, dezenas de internautas criticaram Klara Castanho e apontaram "falta de responsabilidade" da artista. Mesmo sem terem certeza do que aconteceu, a atriz foi julgada e atacada.

Procurada por Splash, Antonia Fontenelle questionou apenas: "e o que eu tenho a ver com isso?". Nas redes, ela publicou um relato em que classifica a história de "monstruosa" e disse que a doação de uma criança seria "abandono de incapaz".

Em carta aberta publicada no Instagram, Klara relatou que foi estuprada e engravidou, mesmo tendo tomado pílula do dia seguinte. Classificado por ela como "o relato mais difícil da minha vida", a artista explicou que não queria tornar o assunto público, mas já que a adoção foi exposta, resolveu se pronunciar.

Não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que eu sofri. Eu fui estuprada.

Klara não reportou a violência sexual à polícia por sentir "vergonha e culpa". Acreditou que, ao "fingir" que o episódio não aconteceu, ela "talvez esquecesse".

Ao dar prosseguimento ao relato, a atriz destaca que descobriu a gravidez ao passar mal e procurar um médico. Mas o profissional que a atendeu não se solidarizou com sua dor e a violência sofrida, mesmo após revelar que foi estuprada.

Incapaz de criar um filho fruto de um estupro, Klara Castanho optou pela doação do bebê que gerou e fez todos os procedimentos legais. Entretanto, quando teve a criança, teria sido ameaçada por uma enfermeira, que quis levar o caso a público por meio da imprensa.

Ela diz ainda que não demorou para que jornalistas passassem a procurá-la, ainda no hospital, para questionar sobre a gravidez e a adoção, mas, ao explicar-lhes que o filho foi fruto de uma violência, os repórteres se comprometeram em não publicar matéria a respeito. Até que o assunto ganhou força no Twitter sábado.

O Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) afirmou que já determinou a apuração dos fatos e prestou solidariedade à atriz de 21 anos.

"O princípio basilar da Enfermagem é a confiança. Portanto, o profissional de saúde que viola a privacidade do paciente em qualquer circunstância comete crime e atenta eticamente contra a profissão, conforme prevê o Art. 82 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Casos assim devem ser rigorosamente punidos, para que não mais se repitam", disse o órgão em nota.