Após um ano longe das drogas, Evandro Santo diz que viveria tudo de novo
Vivendo em uma moradia assistida no interior de São Paulo, Evandro Santo completou um ano longe das drogas. Em entrevista ao IG, ele foi categórico ao dizer que viveria tudo novamente.
Sem tirar uma vírgula.
O humorista lembrou dos momentos difíceis de sua luta contra o vício em drogas — que teve cinco internações, contando com a atual — e descartou recaídas.
"Eu não quero ser aquele garoto problema que constantemente está nos jornais por recair. [...] A gente precisa saber, porém, que a evolução não é uma constante. Existem altos e baixos na recuperação de um adicto. E esses altos e baixos são fundamentais. Eu preciso ter momentos de tristeza. Esse é o fim e não o começo de uma coisa. Entender que o momento difícil passa é autoconhecimento. Se eu entendo o que aconteceu comigo, se eu entendo as vantagens, não tem sentido eu voltar à biqueira", afirmou.
Evandro divide a moradia assistida em que vive com outras sete pessoas — todas também em tratamento. Lá, ele se sente acolhido e em família.
"Aqui é a minha mansão. É um lugar arborizado de grande contato com a natureza. Aqui é um espaço de socialização e eu vivo com outras sete pessoas em tratamento. Vira uma grande família. É como se fossemos irmãos, têm briga por louça, por arrumação", contou.
Meus amigos hoje são todos companheiros de recuperação. E essas pessoas me inspiram e permanecer bem.
Evandro Santo
O humorista, que não vê a reabilitação como um castigo, mas sim como um recomeço, busca ajudar pessoas que passam pelo mesmo drama que ele passou. Sua jornada de autoconhecimento o levou a dar palestras, treinamentos e pensar até em uma empresa de consultoria para dependências diversas — tudo isso sem perder sua essência.
Eu não sou coaching, nem quero usar o que eu vivi para vender cursos, palestras ou treinamentos. Eu tenho os meus projetos, mas que serão tocados com calma. Eu não tenho pressa.
Evandro Santo
"Se eu não trazer de uma forma bem humorada, eu vou falar com pessoas e elas não vão entender. Não adianta eu trabalhar com o distanciamento. Falar termos difíceis, chegar engravatado ou falar 'eu consegui, você também pode'. 'Decorebas' de livros e falas prontas me incomodam. É preciso ter um contato humanizado, empático para propor não só a reflexão, mas o empoderamento do paciente. Tratar com leveza aumenta a ajuda para todos", finalizou.
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