Datena ensaiou entrar para a política em todas as eleições desde 2016
José Luiz Datena desistiu de concorrer a uma vaga no Senado nas eleições deste ano. O apresentador, que anunciou a decisão durante o "Brasil Urgente" de hoje, liderava pesquisas de intenção de voto em São Paulo.
"Em primeiro lugar queria deixar a minha palavra de carinho para com o Presidente da República que hoje de manhã deu uma declaração que tinha me escolhido como candidato de São Paulo. E foi isso mesmo que foi acordado, mas eu pensei bem e resolvi seguir o meu caminho. Mas obrigado a ele por ter confirmado o acordo que aconteceu, não foi por parte dele que não deu certo", disse o comunicador.
Filiado ao PSC, Datena disse anteriormente que tiraria férias da Band a partir de amanhã, quando passa a vigorar a lei eleitoral. De acordo com a lei das Eleições do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nenhum candidato pode fazer parte de programas na televisão e rádio a partir desta data, caso queiram se candidatar no pleito deste ano.
Não é a primeira vez que Datena desiste após considerar uma carreira política. Ele pensou em se candidatar quatro vezes desde 2016, ano em que surgiu o primeiro convite.
Prefeitura de São Paulo em 2016
Datena foi pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PP nas eleições de 2016. O jornalista desistiu após denúncias contra o partido.
"Não posso permanecer em um partido que tomou mais de R$ 300 milhões da Petrobras", declarou em seu programa na Band.
Na época, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot havia afirmado que o esquema de corrupção sustentado pelo PP na Petrobras, que tinha como principais operadores o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, desviou R$ 357,9 milhões dos cofres da estatal, entre 2006 e 2014 — 161 atos de corrupção em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações extrajudiciais.
"Desisti devido às novas denúncias de corrupção ligando o partido a que me filiei com o objetivo específico de me candidatar. Lembrei do que meus pais diziam: 'Dizem com quem andas e te direi quem és", completou o comunicador.
Outro motivo mencionado por Datena para a desistência naquele ano foi uma provável realização de eleições prévias dentro do partido. O jornalista teria de disputar a indicação para a prefeitura com Paulo Maluf.
"Jamais disputaria uma prévia eleitoral com Maluf. Preferia uma disputa com o Marcola (um dos líderes do PCC)", declarou Datena.
Senado em 2018
Datena chegou a lançar uma pré-candidatura ao Senado pelo DEM em 2018. O apresentador tinha até o dia 6 de julho ara deixar a Band para participar das eleições, mas, assim como fez hoje, anunciou a desistência ao vivo no "Brasil Urgente".
"Como eu deveria ser candidato ao Senado brasileiro, é claro que tomar decisão é uma coisa muito difícil porque é extremamente solitário porque você ouve muita gente, mas quem decide é você", declarou na época durante o "Brasil Urgente".
O apresentador contou que foi aconselhado por três colegas a desistir da candidatura: Ricardo Boechat, âncora do "Jornal da Band" que morreu em 2019, José Emilio Ambrósio, diretor artístico, e Fernando Mitre, diretor nacional de jornalismo da emissora.
Além disso, o apresentador comentou sobre a pressão dos filhos e da mulher para abandonar a ideia de entrar na política: "Minha mulher, Matilde, ficou desesperada pra caramba".
Pedido da Band
Em 2020, o apresentador novamente planejou concorrer a prefeito de São Paulo pelo MDB ou ser vice na campanha de Bruno Covas (PSDB). Eleito no município, o político morreu em maio de 2021.
Na época, Datena revelou que desistiu da candidatura atendendo a um pedido da Band.
"Eu resolvi fazer o que a Band me pediu para fazer com maior prazer e carinho depois de quase 30 anos de casa, depois dessa última passagem de 20 anos, desde a equipe do Luciano do Valle. E eu tinha que escolher entre os políticos e o Jhonny Saad e a família Saad e a casa, e eu escolhi a casa. Eu preferi a história da Bandeirantes", afirmou ao vivo.
Apesar da decisão de permanecer na TV, Datena disse ter ficado "chateado" por abdicar da carreira política e afirmou que se candidataria no futuro.
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