Veio do futuro? Por que Michael Jackson usava máscara bem antes da covid-19
A pandemia de covid-19 provocou um aumento significativo na procura de máscaras faciais em todo o mundo. Em função da crise sanitária, o acessório — até então incomum — agora faz parte da rotina de milhões de pessoas em todo o mundo.
A necessidade das máscaras cirúrgicas também fez ressurgir teorias sobre um dos mistérios que acompanharam o rei do pop Michael Jackson, que desde a década de 1980 até sua morte, em 2009, usava o item em aparições públicas.
Desde 2020, quando o uso das máscaras passou a ser obrigatório para ajudar a conter a transmissão da covid-19, a internet passou a ser inundada de memes relacionando a mania do cantor à emergência global. Para parte dos fãs, Jackson previu (e se preveniu) do coronavírus.
Recentemente, a teoria chegou a ser reforçada pelo ex-segurança do rei do pop Matt Fiddes. Em entrevista ao tabloide britânico The Sun, ele afirmou que o chefe temia uma pandemia global.
"Ele passava por quatro países em apenas um dia e entrava em aeronaves com muitas pessoas o tempo todo. Ele dizia: 'Matt, não posso ficar doente, não posso desapontar meus fãs", relatou.
O mesmo guarda-costas já havia falado sobre a excentricidade de Michael Jackson em 2019, mas, na ocasião, disse que o motivo para o uso de máscaras era, na verdade, para manipular a mídia e gerar "buzz" para permanecer em evidência.
O aparente fascínio de Jackson por esconder o rosto por trás das máscaras já rendeu situações inusitadas. Em 2004, por exemplo, o cantor foi abordado pela polícia depois de denúncias após ser confundido com um possível criminoso ao entrar em uma rede de supermercados. Na ocasião, ele usava uma máscara de ski, o que assustou os atendentes do estabelecimento.
Mas então qual seria o real motivo pelo qual Michael Jackson usava máscara mesmo antes da covid-19?
Privacidade
A resposta pode ser mais simples do que parece. No livro "Moonwalk" (1988), o próprio Michael Jackson indica brevemente que o motivo de usar o acessório em público, junto com óculos de sol, seria para ter mais privacidade.
"Depois que extraí meus dentes do siso, o dentista me deu uma máscara cirúrgica para usar em casa para evitar a entrada de germes. Eu amei essa máscara. Foi ótimo — muito melhor do que óculos de sol — e eu me diverti usando-o por um tempo. Há tão pouca privacidade na minha vida que esconder um pouco de mim é uma maneira de me dar um tempo de tudo isso. Pode parecer estranho, eu sei, mas gosto da minha privacidade", escreveu em trecho da autobiografia.
Anos mais tarde, numa entrevista em 1993, o irmão do cantor, Jackie Jackson, voltou a endossar o uso da máscara pelo irmão como um refúgio. "Mesmo antes de começar a alterar suas feições, Jackson estava usando uma máscara, escondendo um sentimento de pressão insuportável para ter sucesso", disse,
A explicação também foi a mesma usada em entrevistas dadas pelos filhos de Michael Jackson depois da morte do cantor. Em diferentes entrevistas para as apresentadoras Ellen DeGeneres e Oprah Winfrey, Paris Jackson relatou que achava confuso ter de usar máscara, mas com o tempo entendeu que era uma forma de o pai preservar ela e os irmãos dos paparazzi.
Prince Jackson, também filho do cantor, deu a mesma versão ao Los Angeles Times, e explicou que, por não ter tido uma infância normal devido à fama, Michael desejava que as crianças pudessem brincar e ter privacidade, sem que fossem reconhecidos.
Em outra homenagem póstuma, uma música do cantor foi lançada trazendo como destaque justamente o acessório que o acompanhou por décadas. Na letra da canção "Behind the mask" (tradução livre: Por Trás da Máscara), Jackson diz em um dos trechos "você se senta atrás de uma máscara e você controla o seu mundo".
Vitiligo
Outra possibilidade já levantada na mídia para que Michael Jackson optasse por usar máscaras em aparições públicas, assim como luva, vai além da questão de preservação de imagem. Alguns veículos norte-americanos já chegaram a trazer entrevistas com amigos de Michael Jackson que indicavam o uso do acessório para esconder problemas de saúde e de pele.
O cantor foi diagnosticado com vitiligo e lúpus em 1983 e o tratamento para a doença foi o motivo alegado pelo astro para a mudança de pigmentação da pele. As doenças também teriam aumentado a sensibilidade da pele de Jackson à luz do sol.
"O vitiligo dele era ruim porque ele começou a ficar com uma aparência manchada em seu corpo. Em todo o corpo — mas no rosto e nas mãos, que é difícil de tratar", informou o dermatologista Dr. Arnie Klein em entrevista à CNN.
Muito além de Michael Jackson
Apesar de o cantor ser uma das principais referências quanto ao uso da máscara facial antes da pandemia de covid-19, uma reportagem da BBC relembra que muito além do disfarce, as pessoas começaram a vestir máscaras para proteção por volta do século 6 a.C.
O item também foi ganhando adeptos em diferentes momentos da história, incluindo a proteção contra a Peste Negra, no século 14, e a Gripe Espanhola, no século 20. Em países orientais, em especial o Japão, o uso de máscara também não é nenhuma novidade, mas sim uma questão cultural de autoproteção.
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