Dinho se arrepende por apoio a Moro e Lava Jato: 'Virou perseguição ao PT'
Dinho Ouro Preto, de 58 anos, vocalista da banda Capital Inicial, confessou o arrependimento em ter apoiado o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro e a Operação Lava Jato.
"Mordi minha língua. Eu via a Lava Jato como uma operação independente, que alcançaria todos os políticos, mas virou perseguição ao PT. Mais tarde, o cara ainda virou ministro da Justiça justamente da pessoa beneficiada pela Lava Jato. Não houve isenção, e eu me oponho à falta de isenção", desabafou o cantor, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Em 2016, em um show em Curitiba, no Paraná, dois meses antes do impeachment de Dilma Rousseff, Dinho cantou "Que País É Este" em homenagem ao ex-juiz que assistia à apresentação do camarote.
Atualmente, o cantor, que já fez críticas de uma só vez a Aécio Neves, Michel Temer e Dilma em uma edição do Rock In Rio, direciona a uma pessoa específica.
As músicas do Capital Inicial não são partidárias, mas eu tomo mais partido do 'fora, Bolsonaro'. Olho para a Esplanada dos Ministérios e discordo de tudo que tem sido feito. Inflação, recessão, desemprego, fome. Qual é legado positivo desse homem?
O vocalista do Capital Inicial acredita que deva haver alternância de poder, mesmo que em algum momento a direita vá comandar o Brasil. "Meu problema são os caras que querem dinamitar as instituições e acabar com a democracia", ressaltou.
Dinho, que define sua orientação política como de centro-esquerda, disse que votou em Fernando Haddad nas eleições de 2018, ainda que tenha ressalvas ao Partido dos Trabalhadores (PT). Entre elas estão "aproximação com Cuba e Venezuela", países que vivem sob ditaduras de esquerda, e o "culto à personalidade" de Lula.
Ao ser questionado sobre as eleições deste ano, o cantor disse que o único voto garantido é em Marina Silva, que lançou sua candidatura a deputada federal por São Paulo.
"Liguei para a Marina na semana passada. Ela é um símbolo de ponderação, cautela e diálogo. Eu inclusive me oponho ao jeito que ela foi massacrada pelo PT e pintada como bicho-papão pela campanha da Dilma", afirmou.
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