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Deolane: 'Minha casa não havia nada que comprovasse envolvimento criminoso'

Deolane - Reprodução/RecordTV
Deolane Imagem: Reprodução/RecordTV

Colaboração para Splash, em São Paulo

15/07/2022 19h59

Após a Polícia de São Paulo fazer busca e apreensão de seus bens em casa, no bairro de Alphaville, em Barueri (SP), a influenciadora digital Deolane Bezerra, de 34 anos, concedeu entrevista ao "Cidade Alerta" (RecordTV), na noite de hoje, negando que tenha envolvimento com a empresa de aposta esportiva on-line Betzord — que é investigada por suposto crime contra a economia popular.

"Em alguns momentos, sim [me senti criminosa na abordagem da polícia]. Algumas perguntas que a delegada insistir em fazer a todo momento, eu até cogitei: 'essa investigação é sobre o que ela me falou na porta? Porque não fazia sentido, mas a recebi bem, tanto ela como todo a equipe, ficaram à disposição da minha casa inteira. Inclusive, eu tendo que trocar a minha filha bebê de um quarto para o outro para não ver a situação, mas dentro dos limites na minha casa foi tudo bem", iniciou ela.

"A decisão da juíza era apreensão de celulares, notebooks e documentos que tivessem relação com a Betzord. Na minha casa não havia nada que comprovasse algum envolvimento criminoso com a Betzord. A meu ver, mesmo eu tendo saído da empresa tendo assinado um distrato, devolvido o dinheiro e ter isso documentado, eu não vejo a Betzord como uma empresa com fins criminosos", acrescentou a também DJ.

Deolane Bezerra relatou que tomou um susto com a chegada da polícia em sua casa e estranhou a forma como a abordagem tentava ligá-la a empresa de aposta esportiva on-line.

"Não fazia ideia mesmo, mas como eu ando vendo na internet muitos influenciadores sendo levados para delegacia para averiguação de alguns produtos divulgados. Na hora que eu a recebi, ela já me falou do que se tratava, alguns nomes que nunca vi na vida, algumas empresas. Em alguns momentos, ela quis me ligar a essas empresas sendo que nunca fiz publicidades, mas ao decorrer do cumprimento do mandado dentro da minha residência, nós fomos conversando e fui entendo o que era.

A advogada também ironizou dizendo que o assunto já estava sendo investigado há dois meses e só ganhou proporção na mídia e redes sociais por envolver o seu nome.

Só que são inúmeros influenciadores, né? Influenciadores, jogadores de futebol, apresentadores, cantores, muita gente divulgou a Betzord, mas como a Deolane é polêmica e midiática, foi o que surgiu na mídia. Essa investigação está rolando desde maio, mas ninguém foi exposto e vem em mim. Por quê a doutora Deolane?
Deolane Bezerra

Quebra de contrato

Deolane Bezerra explicou que só não cumpriu o acordo com a Betzord por ter recebido uma oferta mais vantajosa para a divulgação do mesmo serviço. "Porque eu fui para outra empresa que me pagou mais. Por isso, eu fiz o distrato, paguei a multa e divulguei a outra empresa", afirmou.

A influenciadora digital destacou que há o temor da repercussão do caso por ter chance de lhe aumentar os ataques de haters na internet. Além dos já conhecidos do dia a dia, ela diz saber que a imagem arranhada pode afastar quem costuma curtir seu trabalho.

"Eu tenho muitos contratos, sou uma pessoa pública quer queira ou não. Quando você é pública, você tenta, principalmente, quando é mentira e sabe que as coisas vão esclarecer lá na frente, você não quer que venha à tona por que? Porque você já tem as pessoas que não gostam de você e não liga, mas as que gostam de você podem ser influenciadas pela grande mentira. Tenho certeza que para expor tudo isso está sendo dessa prova. Só que quando for comprovado lá na frente que não existe nada disso não vai ser divulgado dessa forma", argumentou.

Perseguição

A artista ainda relatou que sofre com perseguições de todos os tipos desde que alcançou a fama e apontou que uma das consequências do sucesso foi ter de aprender a lidar com processos.

"Muito. Em todos os âmbitos. Me perseguem os fãs do Kevin que não queriam que ele tivesse falecido e, sim, eu. Me perseguem amigos dele que não aceitam a perda dele e queriam que fosse eu. Eu tenho perseguição sobre a minha profissão, que advogado para bandidos, que faço parte de facção criminosa. Meu, eu vou perder o meu réu primário depois de famosa porque nunca tive uns processos. Nunca fui associada a nada", disse.

Tive a minha casa acessada por policiais, bens meus levados e sou inocente. Então, as pessoas têm que ter noção que qualquer pessoa no mundo hoje pode precisar advogado. Eu defendo bandido? Eu defendo o direito, defendo a lei, defendo o que está previsto no código penal e na constituição federal. Agora, as pessoas falam que meus filhos são de pessoas que até nem sei o nome e estão presas desde quando eu tinha quatro anos de idade, entendeu? Se o pais dos meus filhos tiveram problemas com a Justiça, são problemas deles, não meus. Eu sou separada há anos, a minha vida andou, eu me formei, sou o que sou hoje com muita garra, força e persistência. Quando as pessoas tiverem um "a" para falar de mim, eu vou me defender.
Deolane Bezerra

Ela garantiu que tem noção das pessoas que torcem pelo seu sucesso e as que associam o seu dinheiro a trabalhos ilícitos. "Se as pessoas querem me ver como vitima e me vitimizando, não vão conseguir. Eu prefiro que as pessoas me vejam como uma pessoa que leva cacetada e se levanta, sabe? Tipo quem ressurge das cinzas. Eu prefiro ser vista assim porque desde que me entendo por gente eu passo por tribulação, mas vai dar certo. Sempre dá", afirmou.

As pessoas insistem em ver uma pessoa vencendo na vida e querer atribuir a crime. É a famosa história: as pessoas querem te ver bem, mas não melhores que ela. Eu vivo isso constantemente, mas eu tô aí para esclarecer qualquer dúvida. Eu ainda acredito na Justiça do Brasil? Ainda porque tem momentos que demora, mas no final dá tudo certo.
Deolane Bezerra

Provas dos rendimentos

Deolane Bezerra fatura com publicidade nas redes sociais, shows como DJ, projetos paralelos e antigos trabalhos ainda como advogada. Ao "Cidade Alerta", ela garantiu ter como provar tudo o que ganha.

Tive a minha casa acessada por policiais, bens meus levados e sou inocente. Então, as pessoas têm que ter noção que qualquer pessoa no mundo hoje pode precisar advogado. Eu defendo bandido? Eu defendo o direito, defendo a lei, defendo o que está previsto no código penal e na constituição federal. Agora, as pessoas falam que meus filhos são de pessoas que até nem sei o nome e estão presas desde quando eu tinha quatro anos de idade, entendeu? Se os país dos meus filhos tiveram problemas com a Justiça, são problemas deles, não meus. Eu sou separada há anos, a minha vida andou, eu me formei, sou o que sou hoje com muita garra, força e persistência. Quando as pessoas tiverem um "a" para falar de mim, eu vou me defender.
Deolane Bezerra

"Eu tenho entrada para tudo isso. Eu tenho declaração de imposto de renda, tenho tudo. Eu vou numa loja de shopping e posto. Eu pago no meu cartão de crédito e tem que ir lá pra receita federal. A minha irmã parece que trabalha na receita porque é toda hora falando: 'e a nota fiscal?'. Eu falo: 'faz o que tem que fazer aí e pronto'", alfinetou.

Por fim, Deolane Bezerra foi questionada se o preço da fama era ruim e afirmou ver todas as adversidades da vida como desafios.

"Acho que a gente vive um propósito e precisa passar por um processo. Então, não me arrependo, não. Eu fiz o que eu podia. Talvez o que eu fiz no início de buscar tanto a Justiça, a verdade, as pessoas viram uma força que eu tenho, a garra. Quem é mãe não perde a garra nunca. Eles nos fazem ter força para lutar por tudo", finalizou.

Posição da polícia

Em contato com Splash, a SSP (secretaria de Segurança Pública) do estado enviou a seguinte nota: "Policiais civis do 27º Distrito Policial deram cumprimento a mandados de busca e apreensão, conforme solicitação do Ministério Público, em imóveis na cidade de Barueri, região metropolitana de São Paulo. As investigações prosseguem sob sigilo judicial."

O que diz a empresa

A Betzord divulgou um comunicado nas redes sociais, indicando que "sempre atuou de forma correta e respeitando as normais legais".

"A empresa contribui e sempre irá contribuir com as investigações e quando oportunizado demonstrará a legalidade de seus atos", diz a publicação.