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Filipe Ret é conduzido à delegacia após ser autuado por posse de drogas

Ane Cristina e Tatiana Campbell

De Splash e Colaboração para Splash, em São Paulo

19/07/2022 09h09Atualizada em 19/07/2022 15h51

O rapper Filipe Ret, 37 anos, foi conduzido de um resort de luxo em Angra dos Reis a uma sede da DRE-RJ (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) após ser autuado por posse de drogas para consumo pessoal.

No fim de junho, a DRE iniciou uma investigação contra Ret por tráfico de drogas após ele aparecer com um balde de cigarros supostamente de maconha em sua festa de aniversário de 37 anos. O artista teria oferecido o entorpecente para os convidados.

Splash entrou em contato com o delegado Marcus Amim, que reforçou que as investigações tiveram início no dia seguinte ao evento, quando Filipe Ret postou em perfis de mídia social imagens e textos que faziam referência à entrega de maconha aos convidados.

"Fornecer droga, ainda que gratuitamente, é tráfico", declarou o titular da DRE.

Com o material apreendido, os agentes darão continuidade ao inquérito para identificar todos os envolvidos no crime em apuração.

Itens apreendidos pela polícia civil do Rio nos endereços de Filipe Ret - Polícia Civil do Rio de Janeiro - Polícia Civil do Rio de Janeiro
Itens apreendidos pela polícia civil do Rio nos endereços de Filipe Ret
Imagem: Polícia Civil do Rio de Janeiro

O delegado Rodrigo Coelho disse em coletiva que foi encontrado material entorpecente para consumo em dois endereços de Ret.

"Ele, em tese, se encontra na situação de flagrante de posse para consumo pessoal e, se ele assinar o compromisso de comparecer em juízo e responder a todos os atos do processo ele é liberado e autuado no porte para consumo", afirmou.

Ele [Filipe Ret] ficou surpreso, mas não teve nenhuma reação, aceitou bem a diligência. Fizemos o pedido de busca e apreensão nos endereços dele para encontrar parte do material que poderia ter sido o mesmo da festa e outras evidências como o telefone dele, que foi pedido a apreensão para ver se tem alguma imagem ou coisa parecida que a gente consiga comprovar essa distribuição de drogas nessa festa. Delegado Rodrigo Coelho

O delegado disse ainda que a polícia teve acesso a imagens de uma câmera e o material já foi encaminhado para a perícia.

"A princípio só ele está sendo investigado pela distribuição desse material na festa (...) Se eventualmente ficar constatado que ele tem um fornecedor, que ele tem uma produção, uma sociedade ou qualquer coisa ilícita no Brasil, pode ser que a gente chegue a outros envolvidos", explicou.

A festa de aniversário de Ret ocorreu no Vivo Rio, zona sul do Rio de Janeiro, no dia 21 de junho. O evento contou com a presença de nomes como Jade Picon, Douglas Silva, Pedro Scooby, Paulo André e Ronaldo Fenômeno, que podem ser intimados a depor.

Segundo os investigadores, a administração da casa de show se negou a fornecer, na íntegra, as imagens do dia em que Filipe Ret promoveu uma festa na qual, supostamente, houve distribuição gratuita de droga.

Splash entrou em contato com o Vivo Rio, que disse "ter colaborado e continuar colaborando com todo o processo de investigação para este caso. As imagens do circuito interno de segurança da casa de espetáculos foram cedidas assim que foram solicitadas".

"O Vivo Rio firma a sua integridade e ética diante das informações solicitadas pelas autoridades envolvidas", diz a nota enviada pela casa de show,

A reportagem também entrou em contato com a assessoria do artista e aguarda. O texto será atualizado assim que houver um retorno.

As imagens do aniversário já haviam viralizado nas redes sociais, com pessoas afirmando que o evento era "open beck", em referência ao termo "open bar". Ou seja, a droga seria gratuita e ilimitada.

No ano passado, o cantor lançou na Califórnia a Ret Kush, sua marca própria de maconha. O mercado de cannabis é legalizado no estado norte-americano.

Batida policial

Um evento com Filipe Ret realizado em Cuiabá (MT) na madrugada de sábado (16) foi interrompido por uma batida policial. Segundo o rapper, que se preparava para a apresentação no "É o Trap, É o Funk", os agentes teriam ido diretamente ao camarim do local.

"Atrasou todo o evento, esvaziou o local, infelizmente PJ Huodini e Caio Luccas, dois artistas da Nada Mal, não puderam se fazer o show", disse o artista nos Stories do Instagram.

"Não aconteceu nada, os caras não encontraram nada, só foram para atrasar o evento, dois moleques super honestos perderam os shows deles, por conta dessa mentalidade", concluiu Ret.

À Splash, a polícia militar de Mato Grosso disse que integrava a Operação Sonora, que contou com a participação de várias instituições, entre elas a polícia civil, força tática, corpo de bombeiros militar, polícia militar ambiental, canil do BOP e a Secretária de Ordem Pública e Defesa Civil.

O objetivo da ação era realizar apoio "à fiscalização de poluição sonora de questões extremas de pertubação de sossego público", nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande. Segundo a polícia, o Parque de Exposições Acrimat, onde o evento acontecia, já foi alvo de diversas denúncias em razão do barulho.

"Ao se deslocarem do local em que ocorria o evento, as equipes foram interpeladas pelo oficial de justiça a fim de noticiar o representante da equipe de fiscalização acerca da liminar constante para a realização do evento 'É o Trap, É o Funk'", diz o boletim de ocorrência.

A organização do "É o Trap, É o Funk", disse em nota que "todas as medidas administrativas e judiciais serão tomadas".

Filipe Ret é um dos rappers brasileiros de maior sucesso na atualidade. Recentemente, ele revelou que o cachê de suas apresentações custa R$ 200 mil.