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'Deixada em cadeira', diz advogado sobre jovem que morreu em show de Sonza

Alice Moraes morreu durante show de Luísa Sonza em Porto Alegre - Reprodução/Instagram
Alice Moraes morreu durante show de Luísa Sonza em Porto Alegre Imagem: Reprodução/Instagram

Alexandre Cavalcante

Colaboração para Splash, em Pernambuco

21/07/2022 23h17Atualizada em 22/07/2022 13h29

A família de Alice Moraes, 27, que morreu durante um show da cantora Luísa Sonza em Porto Alegre no último dia 16, acredita que o descaso do serviço médico local contribuiu para a morte da jovem.

Em conversa com Splash, o advogado representante da família de Alice declarou que ainda é cedo, "mas parece evidente a negligência e todas as medidas serão tomadas".

"Infelizmente, ao que tomamos conhecimento das pessoas que estavam com Alice no show da Luísa Sonza, ela passou mal e não foi avaliada corretamente e nem socorrida pelo serviço de ambulância que estava no show. Ao que tudo indica, foi por assim que ela perdeu qualquer chance de estar viva, hoje", declarou o advogado.

Há uma profunda indignação da família, em razão das informações que foram obtidas sobre o descaso para com a real condição de saúde dela. Alice, que acabou de fazer fotos para a formatura em veterinária, dedicava muito esforço para salvar animais abandonados e foi ela própria deixada ao relento, numa cadeira plástica, no frio de Porto Alegre, quando havia uma ambulância com maca e que podia tê-la levado ao hospital, quem sabe em tempo de ser salva.

"No momento vamos acompanhar a investigação policial. Mas, lamentavelmente, os fatos indicam que o serviço médico do local foi vergonhoso", comentou ainda.

Segundo o advogado, houve um pedido de contato de Luísa Sonza com a irmã de Alice, mas posteriormente o empresário dela desmarcou.

Mais cedo, Splash havia procurado a cantora que afirmou por meio da sua assessoria de imprensa que ela entrou em contato com a família, se solidarizando com a situação.

O que diz a polícia?

Em contato com Splash, o delegado Alexandre Vieira, responsável pelo caso, diz que é prematuro falar em negligência.

"A família reclama do atendimento médico no local. Mas eu estou ouvindo as pessoas. Ouvimos familiares, os atendentes médicos, o pessoal da produção e é prematuro falar nisso [negligência] agora. As pessoas podem estar emocionadas com o episódio. Tem que formalizar tudo primeiro para ouvir uma manifestação nesse sentido", declarou.

Ele relatou que ainda não é possível confirmar o que causou a morte de Alice. "A perícia não ficou pronta, isso demora um pouco", disse Vieira.

Em nota, a Opinião Produtora, organizadora do evento, afirmou estar sensibilizada com o que aconteceu com a estudante.

"Seguimos todas as exigências e protocolos de eventos. A produtora aguarda o desfecho da investigação para ter uma elucidação do fato. Seguimos à disposição para prestar maiores esclarecimentos", diz o texto.

A UniRitter, faculdade em que Alice estudava, publicou uma nota de pesar. "Neste momento sensível, a equipe de UniRitter manifesta sua solidariedade e envia os mais sinceros sentimentos à família e amigos".

A reportagem entrou em contato com a Transul Emergências Médicas, responsável pela ambulância que prestava o serviço de emergência no show. Por meio da assessoria jurídica, a Transul informou ao UOL que a paciente "recebeu todo atendimento e assistência possível". Segundo a empresa, todos os protocolos foram seguidos, menos a remoção da paciente, porque ela morreu no deslocamento do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

"Importante destacar que as Empresas privadas necessitam de uma interação com a SAMU para efetuar a remoção de qualquer paciente", diz nota enviada pelo advogado João Adriano Da Silveira Vianna.