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OPINIÃO

Por que 'Dungeons & Dragons' seria melhor se tivesse The Rock no elenco

The Rock vive o anti-herói Adão Negro no novo filme da DC Comics - Divulgação/Warner Bros. Pictures
The Rock vive o anti-herói Adão Negro no novo filme da DC Comics Imagem: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Laysa Zanetti

De Splash, em São Paulo

23/07/2022 04h00

Quem se lembra de Chris Pine como o sério Steve Trevor de "Mulher Maravilha" ou na pele do Capitão Kirk em "Star Trek" está prestes a encontrar uma faceta diferente do ator em "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes".

O filme, que o primeiro trailer divulgado na última quinta-feira pode até, na superfície, aparentar buscar algo sério. Afinal, trata-se de uma fantasia, um filme de ação e aventura que pode abrir portas para uma grande franquia, sobretudo considerando que as bases para isso existem desde a década de 1970.

O filme parece incorporar um entendimento crucial: ele não precisa se levar a sério para isso.

O que existe ao redor dele, no entanto, engana.

O elenco imponente conta com Hugh Grant, Regé-Jean Page ("Bridgerton") e Michelle Rodriguez ("Velozes & Furiosos). A história se passa em um universo que não deve em nada àqueles criados para produções como "O Senhor dos Anéis" e "A Casa do Dragão". O RPG, afinal, já foi febre entre crianças nas décadas de 1970 e 1980 e persiste até hoje.

Com tudo isso, era de se pensar que "Dungeons & Dragons" seria mais um tentando transformar o que sempre foi brincadeira em algo sério e repleto de leis. Mas quem decidir encará-lo com leveza pode ter uma boa surpresa.

Afinal de contas, há um certo exagero que parece proposital na composição de alguns personagens, na atuação e até nos figurinos. O próprio trailer remete mais a aventuras que povoaram a TV na década de 1990 do que aos épicos atuais.

Se você, em algum momento, você já passou algumas horas vendo "Xena - A Princesa Guerreira" no SBT ou "Caverna do Dragão" na Globo, provavelmente vai reconhecer as associações e as composições da história que a tornam muito mais convidativa do que algumas das obras de fantasia mais recentes.

Ali, você não precisa ser um especialista e ter lido vários livros para entender duas cenas de um episódio. O que está na tela já basta.

Embora também derivado de Dungeons & Dragons, aliás, o desenho animado produzido entre 1983 e 1985 e o novo filme não têm uma conexão direta. Eles se assemelham no tom de deboche, no humor que não se leva a sério mesmo em um contexto fictício cheio de supostas seriedades.

Desenho animado ‘Caverna do Dragão’ foi sucesso na TV Globo e também é baseado no RPG - Reprodução - Reprodução
Desenho animado ‘Caverna do Dragão’ foi sucesso na TV Globo e também é baseado no RPG
Imagem: Reprodução

É justamente por isso que o filme se permite brincar com as conexões apresentadas pelo cenário atual. Durante o painel do filme na San Diego Comic-Con, os diretores John Francis Daley e Jonathan Goldstein até sugeriram que personagens como Vecna e Devorador de Mentes, que ficaram populares com "Stranger Things" podem aparecer na trama.

Essa liberdade para fazer algo divertido foi o que, durante muito tempo, levou o gênero de fantasia adiante. Criada para ser libertária e explorar conceitos que muitas vezes são discriminados no "mundo real", o que a fantasia não pode fazer é se fechar em algo imponente demais.

Ao entender isso, "Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes" — pelo menos no trailer — muito lembra o ar cômico e convidativo que virou a assinatura dos filmes estrelados por Dwayne Johnson, o The Rock. Uma pena não ser ele um dos cinco rebeldes aventureiros. O filme só teria a ganhar.

"Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" estreia nos cinemas em março de 2023.