Ex-JN, Lillian Witte Fibe foge de campanha política: 'Torcendo pelo Brasil'
Fora da TV aberta, Lillian Witte Fibe é constantemente lembrada por seus comentários e conhecimentos na cobertura de política econômica, traduzindo o "economiquês" para o grande público. Hoje, aos 68 anos, a jornalista, que já foi âncora do "Jornal Nacional", vive uma vida mais discreta, longe dos holofotes, mas ainda faz trabalhos pontuais como palestras e eventos.
No jornalismo, um dos últimos trabalhos foi na revista Veja, em que ela assinava uma coluna. Em 2018, Lillian chegou a mediar um debate entre candidatos à vice-presidência promovido pelo veículo. Em 2022, novamente ano de eleição presidencial, tudo o que ela mais quer é manter sua imagem limpa e distante de candidatos ou partidos políticos.
Ao abrir o perfil de Lillian no Instagram, a mensagem está logo na biografia. "Não faço, participo ou apoio campanha política", diz. Em um post do final de maio, a jornalista é ainda mais direta. "Ninguém, jamais, em tempo algum, viu, ouviu, ou leu algum apoio meu a qualquer presidente", começa.
"Achei Collor um uó —pra não falar do Sarney, dos 89% de inflação ao mês! Não gostei de várias atitudes de FHC. E assim por diante", escreveu Lillian, antes de pedir um favor ao público que a acompanha na internet.
"Portanto, não me venham associar a qualquer campanha. No passado, presente ou futuro. Ok? That's it: campanha? Tô fora! Torcendo incansavelmente pelo Brasil. E me sentindo derrotada again and again."
Questionada pela reportagem se havia sido vítima de fake news ou associada erroneamente a alguma campanha política, a jornalista manteve o silêncio.
Público sente saudade
Com cerca de 14 mil seguidores no Instagram, Lillian pode até não ter um público gigantesco, mas ele é fiel, engajado e nostálgico.
"Sinto falta de suas opiniões, colocações e conclusões sempre muito inteligentes", escreveu um dos seguidores no último post de Lillian. "Saudades do jornalismo, você representa o jornalismo profissional que há muito não temos", opinou outro. "Você faz falta nessa doidice de opiniões rasas. Quem sabe, sabe, Lillian. Saudades", escreveu uma terceira.
Muito lembrada por seu tempo na bancada do "Jornal Nacional" — ela dividiu o espaço com William Bonner antes mesmo de Fátima Bernardes, entre 1996 e 1998 — Lillian Witte Fibe estreou no principal jornal da Globo em 1982 como repórter.
Em 1989, depois de um período no "Jornal da Globo", passou a fazer seus comentários sobre economia e politica também no JN. No mesmo ano, participou do programa "Palanque Eletrônico", com Joelmir Beting e Alexandre Garcia, entrevistando todos os candidatos à Presidência da República. E, em 1990, cobriu a posse de Fernando Collor de Mello, que renunciou dois anos e meio depois.
Em 2004, Lillian Witte Fibe foi contratada pelo UOL, assumindo a apresentação do UOL News até 2006. Dois anos depois, se tornou âncora do "Roda Viva", mas ficou apenas um ano no programa de entrevistas, que deixou em 2009 após divergências com a direção da TV Cultura.
Legado
Embora tenha passado por outras emissoras, como Band, SBT e Cultura, foi na Globo que Lillian deixou sua marca com o grande público. Nos últimos anos em que esteve na TV aberta, ficou bastante conhecida por participar do quadro de debates "Meninas do Jô", do extinto "Programa do Jô".
Ao lado de nomes como Cristina Serra, Cristiana Lôbo, Ana Maria Tahan e Lucia Hipólito, Lillian Witte Fibe consolidou o trabalho de jornalistas mulheres na cobertura de política e economia. Hoje, tem orgulho de ter deixado um legado, que inclui uma filha também jornalista.
Cristina Fibe foi repórter de política na Folha de S. Paulo, mas também trabalhou nas áreas de cultura, direitos humanos, saúde, educação e meio ambiente. Em 2018, a filha de Lillian Witte Fibe especializou-se na cobertura de violência contra a mulher depois de atuar na revelação dos abusos e estupros cometidos pelo médium João Teixeira de Faria, o João de Deus.
Ela também é autora do livro "João de Deus - o abuso da fé", que conta os bastidores do caso que desmascarou o médium condenado pelos crimes de estupro e abuso sexual. "Cristina Fibe! Minhaaa filhaaaaa é demais! Simples assim", escreveu Lillian em 2019 ao divulgar o lançamento do livro.
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