'A sociedade massacra', diz Toni Garrido sobre mulheres negras
O cantor Toni Garrido, de 54 anos, participou do "Lá no Pod", podcast comandado pelas atrizes Monique Curi e Cláudia Lira. Por lá, ele falou sobre sua infância e relembrou algumas situações racistas que viveu.
"Quando tinha 5 anos, não tinha preto morando na Zona Sul [do Rio]. O preto era o filho da empregada. Jogava bola nos morros, mas não estudava nos morros", contou Toni. Ele ainda explicou que Ofélia Garrido, que o criou, era patroa da mãe e o considerava e o apresentava como filho aos demais.
"Uma mulher me pediu para sair do elevador e eu, gentilmente, saí", contou. Ao relatar o episódio para Ofélia, ela decidiu prestar queixa contra a vizinha. "Foi a única vez em que estive numa DP", completou o artista.
Garrido ainda desabafou e refletiu sobre o preconceito que as mulheres negras sofrem no Brasil. Na semana em que o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana, Caribenha é celebrado, ele apontou os problemas enfrentados pela mulher preta:
"O menino preto vai jogar bola, fazer alguma coisa, e começa a querer as meninas brancas e larga a preta. O que acontece na sequência? As mulheres pretas começam a ser o alvo visual dos meninos brancos. É aquela sexualização porque elas são gostosas, porque elas têm curvas, mas eles não as assumem porque as famílias são racistas, porque a sociedade vai massacrar. A sociedade massacra".
Por fim, Toni deu sua opinião sobre a ocasião em que Will Smith deu um tapa na cara do apresentador de humorista Chris Rock, durante a cerimônia do Oscar 2022:
"Talvez, se fosse em defesa uma mulher branca, o mundo se comovesse muito mais. Somos todos civilizados, a brincadeira sem graça que ele fez, você tem toda a postura do mundo de inclusive falar e acabar com aquele momento dele, se pronunciar, porque somos artistas e somos pessoas. Agora qualquer um, se sentindo com motivo, errou, dando aquele tapa no outro".
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