Monarquia teme que príncipe Harry use livro para acertar contas com família
O príncipe Harry prometeu que seu livro de memórias, ainda sem título, será "um relato íntimo e sincero" das "experiências, aventuras, perdas e lições de vida que ajudaram a moldá-lo".
Segundo reportagem do Daily Mail, há "uma ansiedade considerável" nos círculos do Palácio de Buckingham em relação à publicação. Os monarcas temem que o príncipe use o livro de memórias para acertar contas com familiares.
A principal preocupação seria em relação a Camilla, madrasta de Harry, apontada ainda hoje como culpada pelo colapso do casamento da princesa Diana e do príncipe Charles.
Segundo o jornal britânico, há 5 anos, Harry convidou alguns amigos de sua mãe para compartilhar lembranças e fotografias particulares dela.
Inicialmente, ele teria justificado o convite afirmando que suas próprias lembranças eram um pouco instáveis. Durante os encontros, ele queria saber especialmente os antecedentes do rompimento do casamento de seus pais. Com alguns íntimos de Diana, ele teria sido mais explícito. Um pelo menos teve uma longa discussão com ele sobre Camilla.
"Ficou bem claro que ele não tinha uma boa opinião sobre ela", contou a fonte ao Daily Mail. "Ele não foi muito elogioso sobre ela e duvido muito que ele tenha esquecido o que conversamos naquele dia".
Através do contato com esses amigos de Diana, Harry teria percebido que a princesa foi maltratada não apenas pela mídia, mas também pela casa real — da qual o príncipe também se queixa.
Outra preocupação da monarquia seria a respeito de William, de quem Harry se afastou nos últimos 3 anos. O relacionamento dos dois foi tão prejudicado pelas consequências do exílio e pelas intermináveis críticas de Harry à realeza que alguns questionam se isso pode ser reparado adequadamente.
É impossível saber de antemão sobre o que o marido de Meghan Markle contará em seu livro de memórias, mas especula-se que ele pode relatar o período logo após a morte da mãe.
Harry já mencionou isso em entrevistas descrevendo como ele não conseguiu lidar com as consequências por anos e como isso o levou a um período de "caos total" e um quase "colapso total" em seus 20 anos, até que ele procurou aconselhamento.
Muitos também se perguntam se a publicação esclarecerá como a família de Diana apoiou o príncipe e seu irmão nos meses imediatamente após a morte de sua mãe. A princesa, por exemplo, já havia escolhido e comprado o presente que pretendia para o aniversário de 13 anos de Harry, mas foi sua irmã Sarah quem embrulhou e deu ao sobrinho apenas duas semanas depois.
Questiona-se, ainda como Harry vai relembrar os anos de "príncipe festeiro", quando ele estava vivendo em boates de Londres e experimentando drogas e quantidades excessivas de álcool.
Seguindo os passos da mãe
Harry ainda não tinha oito anos quando a biografia seminal de Andrew Morton sobre sua mãe chegou às prateleiras no verão de 1992.
"Diana: Her True Story" ("Diana: sua história verdadeira", em tradução livre) se tornou um best-seller mundial e expôs ao mundo que o casamento do príncipe e da princesa de Gales era uma farsa. A publicação teve um impacto profundo e duradouro na família real.
Recebido inicialmente com descrença e escárnio, o livro rapidamente se tornou um clássico, não apenas por seu conteúdo explosivo, mas também pelo envolvimento íntimo da princesa Diana em sua publicação. Após sua morte em 1997, foi revelado que Diana era a fonte principal e uma nova versão da biografia continha uma transcrição de 18.000 palavras de gravações feitas pela princesa em segredo para permitir que Morton contasse sua história.
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