Topo

Guilherme de Pádua pede perdão a Gloria e Gazolla: 'Pior pessoa do mundo'

Colaboração para Splash, em São Paulo

02/08/2022 15h36Atualizada em 02/08/2022 19h12

Guilherme de Pádua, condenado pelo assassinato de Daniella Perez, publicou um vídeo nas redes sociais em que pede perdão para Gloria Perez, mãe da atriz, e Raul Gazolla, marido de Daniella na época do crime.

No vídeo, Pádua, que hoje é pastor, responde a quem não acredita em sua conversão por não tê-lo visto pedindo perdão a Gloria Perez e às outras pessoas atingidas pela morte da atriz. O assassino diz que seu "maior sonho" era pedir perdão ao exibir trechos de entrevistas em que falou sobre isso.

"Pensei em procurar advogados do Raul Gazolla, da Gloria Perez. Pensei em pedir pra alguém que intermediasse esse encontro. Não imaginava uma coisa pela internet, um vídeo [...] Talvez eu nunca vá ter uma oportunidade real de pedir perdão", afirmou.

"Por isso, Gloria Perez, eu te peço perdão por todo sofrimento que eu te causei. Eu jamais esqueci daquele encontro na carceragem. Nunca esqueci. Raul Gazolla, eu te peço perdão. Eu nunca esqueci do dia que eu fui chamado na delegacia, você estava lá e se arrastou até mim. Me abraçou chorando. E ali eu vi que eu era a pior pessoa do mundo", continuou.

"Nunca na minha vida eu senti algo igual eu senti naquele momento. Nunca. Eu peço perdão aos familiares, aos amigos, a todos que se envolveram com essa história, que se entristeceram, que se revoltaram. Eu sei que esse pedido de perdão talvez não vá significar nada, mas eu quero deixar registrado", concluiu Pádua.

O crime

Em 1992, um crime brutal chocou o Brasil. Daniella Perez, de 22 anos, filha da dramaturga Gloria Perez, foi assassinada a punhaladas no dia 28 de dezembro pelo ator Guilherme de Pádua e sua cúmplice, Paula Thomaz, que estava grávida dele na época.

Guilherme encontrou Daniella na saída do estúdio em que eles gravavam a novela. Ele seguiu a atriz junto com Paula Thomaz, então esposa do ator, que estava escondida no banco de trás do carro. Quando Daniella parou em um posto de gasolina, sofreu uma emboscada: Guilherme deu um soco na artista, que caiu desacordada. A atriz foi colocada no banco de trás do carro do ator, agora com Paula no volante. Dirigindo o veículo de Daniella, Guilherme conduziu até um terreno baldio na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Uma vez no local, o casal apunhalou Daniella Perez mais de 18 vezes. Segundo relatório da perícia, o pulmão, o coração e o pescoço foram atingidos.

Julgamento

Uma testemunha estranhou ver dois carros parados no terreno baldio e, por precaução, anotou a placa dos veículos e avisou a polícia de que algo poderia estar acontecendo no local. As autoridades seguiram a denúncia e encontraram o carro de Daniella. Ao andar um pouco pelo lugar, um policial encontrou o corpo da atriz.

Em pouco tempo a polícia chegou até o veículo de Guilherme. Na ocasião, o ator adulterou uma letra da placa, mas foi encontrado mesmo assim.

Inicialmente, o assassino negava o crime. Ele foi encaminhado à delegacia no dia 29 de dezembro. Depois que as provas foram apresentadas, Guilherme de Pádua admitiu a culpa. Ao analisar o caso, a polícia entendeu que Paula também estava envolvida e, no dia 31 do mesmo mês, a prisão dos dois foi decretada. O julgamento aconteceu cinco anos depois e ambos foram condenados por homicídio qualificado por motivo torpe, com impossibilidade da defesa da vítima. Guilherme foi condenado a 19 anos, e Paula, a 18 anos e seis meses.

Em maio de 1993, Paula deu à luz Felipe, enquanto estava presa. Ela e o ator se separaram pouco tempo depois, em decorrência das diferentes versões apresentadas como defesa. Na maior parte delas, ele responsabilizava a estão esposa pelo crime.

Com apenas sete anos de prisão, os dois foram colocados em liberdade condicional.