Ator critica escolha de James Franco para interpretar Fidel: 'Não é latino'
John Leguizamo, ator de filmes como "Chef" (2014) e "Moulin Rouge" (2001), criticou a escolha de James Franco para interpretar Fidel Castro no filme independente "Alina of Cuba", ainda em fase de pré-produção. O colombiano fez reprovou o tema do longa-metragem e rejeitou a decisão de escalar Franco, que não é latino, para o papel do político cubano.
"Como é isso ainda acontece? Como Hollywood nos exclui e também rouba nossas narrativas? Chega de apropriação, Hollywood e plataformas de streaming! Boicote! Isso é uma merd*! E é uma história muito difícil de contar sem enaltecimento [a Fidel], o que seria errado! Eu não tenho problemas com Franco, mas ele não é Latino!", escreveu o ator.
"Alina of Cuba" será filmado na Colômbia, terá direção de Miguel Bardem (filho do diretor Juan Antonio Bardem e primo de Javier Bardem) e roteiro de Jose Rivera ("Diários de Motocicleta") e Nilo Cruz. Franco, astro de filmes como "Homem-Aranha" (2002) e "127 Horas" (2010), atuará ao lado de Ana Villafañe ("New Amsterdam"), que interpretará Alina Fernandez, filha de Fidel Castro.
A trama seguirá a vida de Alina, filha ilegítima de Castro e crítica de seu governo em Cuba antes de desertar o país e ir para a Espanha em 1993. A escalação de James Franco para o papel recebeu o apoio de Alina, que participará da parte criativa do filme e atuará como consultora biográfica.
John Leguizamo é um defensor da representação latina em Hollywood. Em 2020, ele falou sobre o assunto para a revista People: "Somos menos de 1% das histórias contadas por Hollywood e plataformas de streaming quando somos quase 20% da população, 25% da bilheteria dos cinemas nos Estados Unidos. Eu sinto que é um prejuízo para as crianças, não se verem representadas de um modo positivo."
Acusações de assédio
No início do ano passado, James Franco fez um acordo judicial com duas ex-alunas de sua escola de atuação, a Studio 4 (hoje fechada), impedindo que as acusações de assédio sexual levantadas por elas fossem a julgamento.
Sarah Tither-Kaplan e Toni Gaal, as duas denunciantes, concordaram em abandonar tanto as acusações de assédio quanto as de fraude. Não há informação da quantidade de dinheiro envolvida no acordo.
No final de 2021, o ator falou pela primeira vez sobre o assunto e afirmou que era "viciado em sexo": "Durante o tempo em que lecionei, eu dormi com estudantes, e isso foi errado. Mas foi como eu disse, não foi por isso que comecei a ensinar e não era eu quem selecionava as pessoas que estariam nas aulas. Então, não era um plano da minha parte. Porém, existiram certas instâncias onde, sim, eu estava em relações consensuais com estudantes e não deveria ter acontecido. Na época, eu não era esclarecido, como eu disse. Então meu critério era: 'Se isso é consensual, então tudo bem. Somos adultos'", disse.
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