Pedro Bial revela bênção de Jô Soares e piripaque ao sentar em sua poltrona
Pedro Bial participou do "É de Casa" (TV Globo) hoje e bateu um papo com Maria Beltrão sobre o legado deixado por Jô Soares. O jornalista de 64 anos recordou da vez em que se sentou na poltrona de Jô e o entrevistou para o livro "As Esganadas" (2011), e falou da "bênção" que recebeu do escritor e humorista quando foi convidado para fazer o "Conversa com Bial".
"O Jô sabia que eu era um leitor de primeira hora dos livros dele. Quando ele foi lançar o 'As Esganadas', o diretor de comunicação da Globo perguntou se eu topava", conta Bial.
"Eu devo confessar que tive um pequeno surto naquele momento, comecei a tremer e suar. Tive um surto, mas ele, como sempre muito acolhedor, conseguiu contornar o 'piripaque' que eu tive no palco. Acho que hoje talvez seja um tributo que meu corpo e minha loucura prestaram ao Jô. Eu falei na época: 'Jô, sentar aqui onde a sua bunda mora, eu não tenho estrutura para isso'."
Bial conta que, depois que o "Programa do Jô" chegou ao fim em 2016, o "Conversa com Bial" foi o formato escolhido para ocupar o mesmo horário na programação. No entanto, ele reforça que não se enxerga como substituto.
"Quando eu fui escalado para fazer um programa para entrar no horário do 'Programa do Jô', e eu sempre costumo falar assim porque ninguém substitui o insubstituível, eu fui ao Jô pedir a bênção dele, conversar com ele. Ele me recebeu com uma garrafa de champanhe, depois das gravações, cansado depois de três programas, abrimos a garrafa e ficamos umas duas horas conversando", recorda.
O jornalista disse que foi Jô quem lhe acalmou ao explicar que os programas seriam diferentes na essência.
"Ele me falou das delícias e das agruras de fazer um talk-show diário e foi me acalmando, me estimulando ao mesmo tempo. [Ele disse que] os formatos se parecem, os convidados podem se repetir, mas quem faz a diferença é o cara atrás da mesa (...) E aí eu entendi tudo, entendi que havia uma bênção, mas que nunca haveria uma sucessão. Ele era um grande humorista e eu era um jornalista, e ainda sou."
Por fim, Bial atribui a José Eugênio o entendimento que tem do papel do humor nos noticiários.
"Através de um humor amoroso, porém não complacente, ele nos dava armas para desmascarar mentiras, reconhecer verdades. O humor é um instrumento de análise e interpretação do mundo. O que ele me trouxe foi essa irreverência do humor como instrumento para fazer jornalismo. Quando estamos diante das coisas mais cabeludas e espinhosas da vida, a única maneira de tratar o intratável é o humor. E isso o Jô me ensinou e ensinou a todos nós."
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