Topo

Maju sobre ataque racista com filhos de Ewbank: 'Luta é coletiva'

Maju Coutinho acredita que a luta contra o racismo é de todos - Reprodução/ Globoplay
Maju Coutinho acredita que a luta contra o racismo é de todos Imagem: Reprodução/ Globoplay

De Splash, em São Paulo

07/08/2022 00h35

Maju Coutinho foi uma das convidadas do "Altas Horas" da noite deste sábado e, em conversa com Serginho Groisman, relembrou a entrevista feita com Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank que aconteceu na última semana para falar do caso de racismo que os filhos do casal sofreu em Portugal.

O apresentador questionou qual é "o olhar" da jornalista e o que ela sentiu ao conversar com o casal. "Eu senti essa sensação de dever cumprido".

"Fiquei emocionada, muito tocada, com toda a situação. Desde que eu soube, no sábado, até a realização da entrevista, que foi muito corrido. A gente soube no sábado de noite e no domingo corremos com a produção para entrevistá-los", contou Coutinho.

A jornalista falou também da conversa com a pesquisadora Carla Akotirene. "Achei muito bonito a Carla pontuar, e a Giovanna também pontuar, a diferença do olhar do outro com a relação à reação de uma mãe preta, que geralmente fica acuada, com medo de se expor e sofrer represália por defender a cria de uma atitude criminosa."

Foi uma sensação de dever cumprido mesmo, e que as pessoas sejam tocadas por essa consciência. É uma luta que depende de todos nós. A luta contra o racismo é coletiva.

O caso

No sábado (30), a família estava num restaurante quando uma mulher branca proferiu ofensas racistas contra Titi e Bless — as crianças, nascidas no Malawi, têm respectivamente 9 e 7 anos.

Em vídeo que circula nas redes sociais, Giovanna Ewbank aparece chamando a mulher de "racista nojenta" e dizendo que ela merece "socos e porradas". Splash apurou que ela também cuspiu e deu tapas na mulher. Bruno Gagliasso chamou a polícia, que retirou a mulher do local e em seguida a liberou.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, disse em entrevista que o caso é "inadmissível", e completou: "Racismo é um fenômeno que existe na sociedade portuguesa, não negamos isso, mas não é possível generalizar a todo português".

Os atos da suspeita, no Brasil, poderiam ser enquadrados como injúria racial, ou seja, ofensa à dignidade de alguém, baseado em sua raça, cor, etnia, religião, idade ou deficiência. Mas em Portugal, devido a uma lacuna do Código Penal do país, a situação pode ser diferente.

Em Portugal, o artigo 240 do Código Penal, que trata dos crimes de discriminação e injúria, não cita "ódio racial". A qualificação do crime por motivação de "ódio racial" ou "gerado pela cor, origem étnica ou nacional", está prevista somente para os crimes de homicídio e ofensa à integridade física, analisou o projeto COMBAT.