Amigos e família relembram últimos dias de Robin Williams: 'Tentamos tudo'
Hoje, a morte de Robin Williams completa 8 anos. O ator tirou a própria vida em sua casa no dia 11 de agosto de 2014, aos 63 anos.
Em entrevista ao biógrafo Dave Itzkoff, amigos e familiares relembram como foram os últimos dias do humorista, que desde 2013 sofria com uma doença degenerativa que só foi diagnosticada após sua morte.
Sua esposa, Susan Schneider, conta que no último ano de vida Robin Williams tinha problemas gástricos, tremores na mão esquerda e paralisias. Finalmente, sua visão e olfato se deterioraram, e o ator desenvolveu dificuldade para dormir e ansiedade — ele acordava à noite com medo de que seus amigos estivessem em perigo.
"Era como um jogo de acertar a toupeira. Qual sintoma vai ser esse mês? Eu me perguntei: será que meu marido é hipocondríaco? Estamos procurando, mas não há respostas, e agora já tentamos de tudo", relembra Susan.
O ator Billy Crystal encontrou Robin Williams no outono de 2013 e percebeu que ele não estava bem, mas diz que o comediante não explicou o que estava acontecendo: "Eu não o encontrava há quatro ou cinco meses, e fiquei surpreso com a sua aparência. Ele estava mais magro, e parecia meio frágil".
Mesmo em meio aos problemas de saúde, Robin Williams foi ao Canadá para gravar "Uma Noite no Museu 3 - O Segredo da Tumba". A maquiadora Cheri Minns relembra: "Ele chorava nos meus braços ao final de todos os dias. Era horrível. Mas eu simplesmente não sabia o que estava acontecendo".
Durante as gravações, Robin teve um ataque de pânico e Cheri sugeriu que ele fizesse uma apresentação de comédia stand-up para reconquistar a confiança. No entanto, o ator lamentou: "Eu não sei mais como. Eu não sei mais ser engraçado".
Em entrevista à revista Neurology, Susan Schneider relembra que Robin costumava dizer que queria "reiniciar seu cérebro". E questiona: "Você consegue imaginar a dor que ele sentia enquanto se desintegrava? E por algo cujo nome ele nunca descobriria, e jamais entenderia? Nem ele, nem ninguém poderia impedir — nenhuma inteligência ou amor poderia segurar as pontas".
Em maio de 2014, médicos afirmaram que Robin Williams sofria de mal de Parkinson. Enquanto Susan ficou otimista com a possibilidade de tratamento, o ator não acreditou no diagnóstico. Ele tinha novos exames agendados para a semana de sua morte, mas Susan afirma que ele tinha medo de os resultados não ajudarem na sua condição:
"Acho que ele não queria fazer [os exames]. Acho que ele pensou: vou ficar trancado e nunca mais sair", disse a viúva ao jornal The Guardian.
Após a morte, uma autópsia revelou que Robin Williams tinha Demência de Corpos de Lewy, ou DCL. Esse é o segundo tipo mais comum de demência neurodegenerativa, atrás apenas do Alzheimer. A doença também não tem cura, e está associada a um risco maior de suicídio.
Procure ajuda
Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
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