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Médica que atendeu escritor esfaqueado relata cena: 'Poça de sangue"

Autor Salman Rushdie foi esfaqueado hoje, em Nova York - Joel Saget / AFP / CP
Autor Salman Rushdie foi esfaqueado hoje, em Nova York Imagem: Joel Saget / AFP / CP

Colaboração para Splash, em Pernambuco

12/08/2022 14h49Atualizada em 12/08/2022 15h18

Uma médica que estava no evento em Nova York onde o escritor Salman Rushdie, 75, foi esfaqueado antes de dar uma palestra relatou que "uma piscina de sangue" se formou sob o corpo do autor.

Ao New York Times, Rita Landman - que é médica endocrinologista - contou que estava no evento e após o ataque, se aproximou do palco para auxiliar nos primeiros socorros.

Ao Times, Rita contou que o autor tinha várias facadas, "incluindo uma no lado direito do pescoço, e que havia uma poça de sangue sob seu corpo".

Ela reforçou, contudo, que ele parecia estar vivo e que as pessoas afirmavam que ele ainda "estava com pulso".

O ataque

Salman Rushdie, 75, autor anglo-indiano que foi ameaçado de morte no Irã na década de 80 devido a suas publicações, foi esfaqueado hoje quando estava prestes a dar uma palestra no oeste de Nova York.

O ataque foi testemunhado por um repórter da Associated Press, que viu um homem invadir o palco da instituição onde Salman palestraria e começar a socá-lo e esfaqueá-lo, no momento em que o autor era apresentado, segundo a BBC.

Testemunhas afirmaram que o autor conseguiu sair do palco com ajuda e o agressor foi contido.

Um porta-voz da polícia disse em comunicado que Salman também sofreu um pequeno ferimento na cabeça e que ainda não há informações sobre o estado de saúde dele.

"Rushdie sofreu uma aparente facada no pescoço e foi transportado de helicóptero para um hospital da região", disse o comunicado da polícia de Nova York à imprensa, divulgado pela Fox News.

"A condição dele ainda não é conhecida. O entrevistador sofreu um pequeno ferimento na cabeça. Um policial estadual designado para o evento imediatamente levou o suspeito sob custódia. O Gabinete do Xerife do Condado de Chautauqua prestou assistência no local", finaliza a nota.

Salman participava de uma discussão sobre os Estados Unidos como asilo para escritores e outros artistas no exílio e como um lar para a liberdade de expressão criativa.

O livro "Versos Satânicos" do autor foi proibido no Irã desde 1988, pois muitos muçulmanos o consideram uma blasfêmia. Um ano depois, o falecido líder do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini pediu a morte de Salman, com uma recompensa sendo oferecida.