Criminóloga, Ilana Casoy não falaria com Guilherme de Pádua: 'Impossível'
A criminóloga Ilana Casoy, 62, é amiga de longa data de Gloria Perez, 73. Com um longo currículo e trabalhos focados em crimes reais, como os casos von Richthofen e Nardoni, era de se esperar que Casoy trabalhasse em algum momento com a morte de Daniella, filha de Perez que foi assassinada em 1992 por Guilherme de Pádua e Paula Thomaz.
Ilana já esteve frente a frente com alguns assassinos em série famosos, como Chico Picadinho e Marcelo Costa de Andrade (conhecido como Vampiro de Niterói); ela os entrevistou para alguns de seus trabalhos. No entanto, em entrevista a Splash, ela conta que não teria o mesmo sangue frio caso precisasse falar com Guilherme de Pádua.
"Acho que seria impossível isso acontecer, porque ele sabe quem eu sou, que sou amiga dela", explica. "E também porque o lema principal da minha pesquisa sobre o ser humano é não julgar. É difícil, porque é um exercício profissional. Mas, nesse caso, ele matou a filha da minha amiga, foi ele quem causou essa dor que eu assisto há tantos anos. Se eu me envolvesse, não conseguiria nada além de vaidade."
Em 2022, a série documental "Pacto Brutal - O Assassinato de Daniella Perez" foi lançada pela HBO Max. A produção esmiuçou todo o caso, mas contou apenas com um breve depoimento de Ilana Casoy. Em conversa com Splash, a autora explicou o porquê de seu envolvimento ser pouco.
"Quando eu conheci a Glória, veio a ideia de eu escrever sobre esse caso. Eu conheço todo o caso de todo processo, todo o material, porque ela me mostrou. A gente conversou muito e, por tudo o que eu analisei, achei que ela é quem deveria contar essa história."
"Ela é uma das maiores escritoras do Brasil. É sério que eu iria escrever esse livro? Essa história é dela", explica.
Sempre enxerguei que contar o que aconteceu seria um meio de sublimação da própria dor.
Ilana Casoy
Para a criminóloga, que é co-roteirista da série "Bom Dia, Verônica", o documentário foi "a coisa mais importante que aconteceu na vida de Gloria", depois da morte da filha. "Ela conseguiu andar. Jamais vai esquecer, mas vai poder sentir a dor um pouco menor."
Ilana Casoy acredita que, como amiga de Gloria Perez, não poderia utilizar a amizade para criar um trabalho. "Eu converso com ela sobre tudo. Quando acontece um crime, ela me liga e a gente conversa. Mas ninguém conhece esse melhor do que ela."
A Splash, a autora conta que outro caso que nunca se envolveria é o de Liana Friedenbach, assassinada junto com o namorado em 2005. "O pai dela é meu amigo de adolescência, não conseguiria manter a distância."
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