Guta Stresser e Cláudia Rodrigues planejam peça sobre esclerose múltipla
Guta Stresser, de 49 anos, encontrou Cláudia Rodrigues, 52, em Curitiba, no Paraná, e anunciou que as duas planejam criar uma peça de teatro com um tema em comum das atrizes. O enredo do espetáculo pretende falar a respeito da esclerose múltipla.
A doença crônica não tem cura, é progressiva e autoimune e tem como características inflamação e perdas neuronais.
"Encontro de 'esclerosadas' felizes aqui em Curitiba!! Agosto laranja. Momento de olhar para a esclerose múltipla e lutar contra o preconceito com a doença e com a gente, portadores e portadoras e portadorxs de E.M. Eu e a Cláudia Rodrigues estamos conversando para fazer uma peça sobre o tema, com todo o humor que a gente gosta e trazendo informação e jogando luz, literalmente, sobre o tema", começou Guta, em uma publicação no Instagram.
Ela continuou e disse que as duas atrizes lutam pela inclusão e por tratamentos justos e adequados para todos que têm a mesma doença.
"Duas atrizes diagnosticadas com esclerose múltipla, duas amigas, duas comediantes, duas esclerosadas lutando pela nossa saúde e por inclusão, lutando pelo direito à alegria, ao acesso a tratamentos dignos, justos e adequados", disse.
A atriz lembrou que, cada caso, é um caso, único e cada tratamento é pessoal. "Nem sempre o que é bom para um é bom para o outro, mas certamente o tabu não acrescenta em nada à nossa luta! Vamos juntes desmitificar e derrubar preconceitos!! Salve a arte, a cultura e a saúde!! Salve o agosto laranja. Salve a amizade!!", avaliou ela.
Após Guta revelar neste ano o diagnóstico da doença, Cláudia apoiou a amiga, que também agradeceu o apoio dela, assim como dos fãs e de outros artistas.
"Oi Guta! Tudo bem? Não, tudo bem não tá, né? Essa doença é uma merd*. Ela vai acabando com a gente aos poucos", disse a humorista, que recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla em 2000.
"Você tem que ter fé, muita fé. Acontece que se você tiver alguém, como eu tenho a Adriane Bonato, pode saber que você vai ter muita qualidade de vida e muitos anos também. Eu quero que você tenha fé, acredite em Deus, que Deus te abençoe", concluiu Claudia.
Descoberta da doença e tratamento
Guta percebeu que "algo estava errado" pouco antes de participar da "Dança dos Famosos" em 2020. Ela sofreu uma queda em casa "como se de repente perdesse a força das próprias pernas", como relatou em entrevista ao O Globo.
A atriz descobriu que estava com lesões no cérebro no início de 2021 após passar por uma ressonância magnética. De início, compartilhou o diagnóstico apenas com a família e o companheiro, o músico André Paixão. Ela diz que teve medo de perder trabalhos pelo estigma da doença.
A artista passou a ter dificuldade com coordenação motora e a esquecer palavras básicas, além de sentir tonturas e sofrer com um zumbido no ouvido. Inicialmente, achou que era labirintite, mas os exames mostraram que o diagnóstico era outro.
"Há horas em que o corpo parece enferrujar e o músculo endurece. Então precisamos estar em movimento. Isso mexe com uma questão estrutural, já que preciso, sim, fazer ginástica, fisioterapia e uma autoanálise diária. Práticas que precisam ser feitas com o lado direito e esquerdo do corpo, alternadamente, são boas, porque exercitam também o cérebro", conta a atriz, que está fazendo o tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O imunomodulador Fumarato de Dimetila, remédio caro e de difícil acesso usado por Guta, custaria cerca de R$ 6 mil na rede privada. Ela também tem usado o óleo de canabidiol em seu tratamento. A substância é encontrada da planta Cannabis.
"O canadibiol entra mais como um amigo. Acredito muito na potência da Cannabis na redução de determinados problemas. Ouço muitos relatos de pessoas que sentem o mesmo com o uso do canadibiol", contou a artista.
A atriz afirmou que a doença está "estacionada" e não evoluiu para a região da medula óssea. Já Cláudia recebeu o diagnóstico da doença em 2000, e, deste então, passou por diversas internações para tratamento.
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