Tony Ramos questiona prioridade de filmes estrangeiros: 'Desigual'
Foram quatro anos entre o texto de "45 do Segundo Tempo" ser finalizado e o filme finalmente poder chegar aos cinemas brasileiros, com Tony Ramos no papel do protagonista Pedro Baresi.
O tempo em que o filme, que chegou aos cinemas na quinta-feira (18), vai ficar em cartaz nas salas brasileiras, no entanto, vai depender do resultado de bilheterias de basicamente quatro dias.
Aos filmes nacionais, critica Tony em entrevista a Splash, segue imposta a cobrança de dar audiência já no primeiro final de semana, da estreia na quinta até o domingo, sob pena de sair de cartaz e não ter uma segunda semana no ar.
"Os exibidores fazem isso com o cinema nacional. Se a primeira semana não for bem, não há uma segunda. Já os filmes estrangeiros podem ter uma, duas, três semanas de bilheteria baixa e ainda assim continuar tendo salas. É desigual", afirma o ator.
Em "45 do Segundo Tempo", filme dirigido por Luiz Villaça, Tony Ramos interpreta Pedro Baresi, um paulistano de origem italiana, às voltas com a tristeza das dificuldades financeiras enfrentadas pela cantina Baresi e uma vida solitária.
A solução é o reencontro com os amigos de infância, o advogado Ivan, vivido por Cassio Gabus Mendes, e o padre Mariano, interpretado por Ary França. O objetivo é recriar uma foto que os três tiraram quarenta anos antes juntos na inauguração do Metrô de São Paulo.
É um filme sobre amizade e sobre o conflito entre expectativas e realidade. Como pano de fundo, questões da vida atual, como as dificuldades econômicas e a diversidade sexual — Ivan (Gabus Mendes) tem como grande dilema a dificuldade de lidar com a orientação sexual do filho único, que é gay.
Para Tony Ramos, um dos desafios na construção do papel é separar quem é ele enquanto pessoa do ponto de vista do personagem, mesmo que haja semelhanças. Tony Ramos está preocupado com os rumos econômicos do país, sobretudo com o setor cultural, e tem uma amizade pessoal forte com seus colegas de cena.
"Quando você cria uma personagem, você precisa separar. O ator Tony Ramos sabe a dolorosa situação da cultura do Brasil, o desleixo de governos, mas eu não posso transpor", diz. "Você nunca pode transportar para a tela a amizade que você tem na vida real. Toda a amizade é única", completa.
Uma das promessas de emoção na sala de cinema é a cachorrinha Calabresa, a fiel escudeira de Pedro Baresi. "Em comum com o Pedro, eu tenho o amor pela gastronomia e pelos cachorros. Tenho certeza que a dor desse homem vai emocionar muitas pessoas", diz Tony Ramos.
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