É, sim, uma Guerra dos Tronos. Mas essa é um pouco diferente, inclui mais dragões e o período mais sombrio da família mais poderosa dos Sete Reinos. Será que isso é o suficiente para retornarmos a Westeros de bom grado?
Mesmo com muitas referências visuais e sonoras, "A Casa do Dragão" quer se certificar de que não é "Game of Thrones". Mas ela também não deixa o público esquecer de sua existência. É como se o primeiro episódio da série derivada transmitisse um recado: lembrem-se que "GoT" existe, mas saibam que a história aqui é outra.
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Afinal, estamos recomeçando praticamente 200 anos antes dos eventos que se iniciam com os filhos de Ned Stark (Sean Bean) encontrando seus lobos gigantes na floresta do Norte. A história se passa quase inteiramente em Porto Real, a sede dos Sete Reinos, e acompanhamos o reinado pacífico do rei Viserys I Targaryen (Paddy Constantine), que planta as sementes para o que será a guerra civil mais cruel da família de "Fogo e Sangue": a Dança dos Dragões.
Por isso, é um início lento para "A Casa do Dragão", mas com algumas estruturas que se parecem com o que já conhecemos da série anterior. Politicagens do reino, conversas sobre sucessão e o lugar de tradições masculinas no governo dão o tom do episódio, e isso não está distante da dinâmica conhecida dos primórdios de "GoT".
Mesmo com um jogo parecido, no entanto, os jogadores são diferentes, e é hora de saber quem são eles.
Esqueçam Stark, Lannister e os Greyjoy das Ilhas de Ferro. Aqui, devemos olhar para as famílias Targaryen, Hightower e Velaryon. E é com elas que o início da série se preocupa.
Mas não é preciso ter pressa para aprender os nomes. O diretor Miguel Sapochnik caminha com muita tranquilidade pelas motivações dos principais jogadores desta outra Guerra dos Tronos, e dá tempo para que o público aprenda quem é quem antes de partir de fato para a ação.
É por isso que alguns destes novos jogadores são mais importantes que outros. A personalidade complexa do irmão do rei, Daemon (Matt Smith), o motivo das ambições da princesa Rhaenyra (interpretada por Milly Alcock em sua versão mais jovem, futuramente por Emma D'Arcy) e as intenções da mão do rei, Otto Hightower (Rhys Ifans), e de sua filha, Alicent (Emily Carey/Olivia Cooke), começam a ser desenhadas com calma e muita distinção.
E é aqui que a série entra em uma esquina perigosa: trata-se de um início morno, sem grandes acontecimentos e que se dedica a mostrar por que esses personagens são tão diferentes entre si. Quem esperava ver dezenas de dragões pelos ares cuspindo fogo nos primeiros dez minutos de trama terá que esperar um pouco mais.
Mesmo assim, diante de todo o escopo da história das Crônicas de Gelo e Fogo e seus derivados, o primeiro episódio de "House of the Dragon" cumpre bem o papel de ser um capítulo introdutório. Quem não é versado no universo criado por George R.R. Martin terá tempo para se familiarizar com os personagens antes de descobrir para quem vai torcer.
Se você nunca assistiu a mais de meio episódio de "Game of Thrones", a nova série não exige que você entenda pormenores daquela trama para que entenda o que está acontecendo aqui.
Para a HBO, retornar para o mundo de fantasia de Gelo e Fogo é uma grande aposta, sobretudo em um momento em que tanto se questiona o futuro da HBO Max na guerra do streaming. Por enquanto, a série caminha e parece querer testar a reação do público antes de se arriscar a despertar as mesmas fúrias que foram iniciadas com "Game of Thrones". Se você tem medo de se decepcionar, certamente não está só.
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