Âncora da Globo diz que Bolsonaro interrompeu mais Renata que Bonner no JN
A âncora da GloboNews Camila Bomfim repercutiu a entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao "Jornal Nacional" na noite de hoje, e apontou que o político, que busca a recondução ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano, interrompeu várias vezes a apresentadora Renata Vasconcellos. O mesmo tipo de comportamento, entretanto, não se repetiu em relação a William Bonner, que também conduzia a sabatina.
Por meio de seu perfil no Twitter, Bomfim apontou que é necessário "registrar" que Bolsonaro "interrompeu muito" Vasconcellos.
"Há que se registrar: Bolsonaro interrompeu muito a Renata. E Bonner reforça que ela não retirou o que disse de Bolsonaro ter imitado as pessoas com falta de ar. Renata: 'e o sr. não respondeu'", escreveu a âncora, sobre o presidente ter mentido ao dizer que não imitou pessoas que tiveram falta de ar em decorrência da covid-19.
Em outra postagem, Camila Bomfim reforçou sua percepção de que o presidente interrompeu mais Renata durante os 40 minutos de entrevista. "Bolsonaro segue interrompendo muito a Renata", apontou.
Camila Bomfim não foi a única a perceber esse comportamento do presidente. No Twitter, personalidades da TV e da política também se mostraram incomodados com as interrupções do atual chefe do Executivo quando Vasconcellos estava com a palavra.
O ator e humorista Antonio Tabet postou: "Reparem como Bolsonaro interpela Renata de maneira mais grosseira que se dirige a Bonner. Não há media training que camufle essas coisas".
"Bolsonaro nunca respeitou as mulheres e durante todo o debate atropelou as falas da Renata Vasconcellos e levantou a voz. Bolsonaro é o inimigo das mulheres", escreveu a deputada estadual Renata Souza (Psol-RJ).
O deputado federal André Janones (Avante-MG) apontou que o presidente "só levanta a voz e coloca o dedo em riste para a Renata".
Tamires Sampaio, candidata a deputada federal pelo PT-SP, publicou: "Impressionante como ele muda de comportamento quando é questionado por uma mulher. Perceberam?".
Como foi a entrevista
Ao longo dos 40 minutos de entrevista concedida ao "Jornal Nacional", o presidente Jair Bolsonaro mentiu ao dizer que nunca xingou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) quando, na realidade, o político chamou Alexandre de Moraes de "canalha", e Luís Roberto Barroso de "filho da put*".
No JN, Jair disse que nunca imitou pessoas que sofreram com falta de ar em decorrência do coronavírus, mas em março do ano passado o presidente, durante sua live semanal, imitou uma pessoa sem ar para criticar medidas de combate à doença defendidas pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Na mesma ocasião, o mandatário defendeu o tratamento precoce contra a covid, mesmo sem nenhuma evidência científica de que medicamentos como cloroquina tivessem eficácia no combate ao covid.
Em outro momento, Jair Bolsonaro colocou condições para aceitar o resultado das urnas, caso saia perdedor do pleito. Ao ser cobrado sobre respeitar o resultado das eleições, ele disse que fará isso se considerar que as eleições foram "limpas".
Questionado sobre falas golpistas e antidemocráticas de seus apoiadores, o presidente disse se tratar de "liberdade de expressão".
Sobre seu relacionamento com o Centrão, que ele criticava em 2018, agora Bolsonaro nega que tenha sido contraditório se aliar com esse grupo político.
Nesta semana, o "Jornal Nacional" também sabatinará os candidatos Ciro Gomes (PDT) no dia 23, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 25, e Simone Tebet (MDB) no dia 26.
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