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Equipe de Lud rebate contratante, que mostra contrato e prints sobre atraso

Renata Nogueira e Rodolfo Vicentini

De Splash, em São Paulo

22/08/2022 15h22

A assessoria de Ludmilla, em comunicado enviado para Splash, informou que fez a passagem de som no Farraial, realizado no sábado (20), em São Paulo, e rebateu a organização do evento. A cantora deixou o palco após três músicas por problemas técnicos.

Porém, também para a reportagem, a equipe do festival enviou o contrato da cantora, que delimitava o horário do show. Além disso, prints de conversa entre o contratante e a assessoria de Lud indicam que a cantora atrasou por questões relacionadas ao figurino.

O que diz a equipe de Ludmilla?

Segundo a equipe de Lud, não houve atraso por parte da artista, uma vez que o contrato previa o início do show para 13h30, e não às 13h como o festival havia a escalado. A nota ainda aponta que houve, sim, a realização do procedimento técnico e que assessoria está à disposição para sanar qualquer dúvida dos organizadores, mas nunca "passamos por situação semelhante".

Leia abaixo a nota completa da equipe de Ludmilla:

Em respeito a todo o público presente no evento Farraial, realizado neste sábado (20), na Arena Anhembi, em São Paulo, comunicamos que todo o procedimento técnico foi realizado, inclusive o de passagem de som, que foi concluído antes de 12h30. A equipe da cantora não abriu mão de nenhum procedimento e os efetuou em sua totalidade antes da apresentação da mesma. Até mesmo de limitações tão severas de volume do som que foram impostas.

Quanto ao atraso citado, importante que o contratante atente para o contrato, assinado antes da realização do show, no qual consta o horário de início da apresentação às 13h30. Certos que nunca passamos por situação semelhante, encontramo-nos ao inteiro dispor e responderemos diretamente aos responsáveis do Farraial, caso entendam com prudente nos procurar, pois estamos ao inteiro dispor.

O que diz a organização do festival?

Já a assessoria do festival passou para Splash o contrato estipulado com a cantora, que indicava a realização do show entre 13h e 14h, conforme divulgado no line-up. Prints enviados para a reportagem em conversa de WhatsApp entre o produtor de Ludmilla e a equipe do festival indicam que o stylist da artista foi responsável pelo atraso da cantora.

"Acho pouco provável que comece este horário [13h, conforme o show estava programado]. Desculpa, mas dependemos de profissionais. Que nos deixaram na mão", disse um produtor da Lud nas mensagens.

Novamente contatada após as mensagens, a assessoria de Ludmilla disse para Splash que não poderia expor o contrato e que só falou sobre o horário da apresentação porque era uma "questão que precisava ser desmentida, mas o pessoal do festival sabe o que está acertado lá".

O show

Ludmilla chegou ao Anhembi com 40 minutos de atraso e foi direto para o palco, disse a organização do festival. Quando começou o show, teria percebido diversos problemas técnicos que deixaram seu som muito baixo. Pessoas que estavam no festival relataram que de algumas áreas era praticamente impossível ouvir a artista. Foi isso que motivou a cantora a deixar o palco.

"Queria fazer um show f* para vocês, mas infelizmente não foi culpa minha. Não consegui. Mas a gente se encontra Brasil afora, espero ver vocês em um show meu de verdade. Com toda a estrutura que eu mereço", desabafou Ludmilla antes de fazer a "saideira", encerrando a apresentação com três músicas.

'Bomba-relógio'

Procurada por Splash, a organização do festival que aconteceu no Anhembi, em São Paulo, deu sua versão sobre o que rolou com a artista que estava escalada para abrir o evento, às 13h.

Luis Restiffe, sócio-diretor da agência InHaus, responsável pelo Farraial, falou sobre o comportamento da artista contratada. Para ele, Ludmilla foi irresponsável ao colocar toda a culpa dos problemas técnicos no festival e reclamar em cima do palco, desrespeitando público e fãs presentes. Restiffe ainda revelou que a atitude da cantora respingou em outros contratantes.

"Recebi dezenas de mensagens de empresários do ramo falando 'Meu deus, que bomba-relógio'. Ela acaba se prejudicando muito com isso", avalia o empresário, que afirma que a funkeira foi a última artista escalada pelo festival, quando cerca de 90% dos ingressos já estavam vendidos.