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Nattanzinho: 'Estou longe do Wando, mas já tenho 120 calcinhas guardadas'

Colaboração para Splash, do Rio

23/08/2022 16h03

O cantor Nattan começou a vida cantando em barzinhos no Ceará. Nessas andanças, ele tocava de tudo um pouco. "O barzinho foi uma escola pra mim", contou o artista, de apenas 22 anos, no "OtaLab" desta semana.

Daquela época, ficou a admiração por músicos como Djavan e Wando, que estavam sempre no repertório dessas apresentações. Do primeiro, ele espera ainda uma folga na agenda intensa de shows para poder finalmente ver ao vivo; do outro, morto há 10 anos, ele herdou um legado involuntário —e reflexo do sucesso que tem feito por todo o país.

"Estão chamando você de Wando", contou Otaviano Costa. "É por causa do carisma ou tem calcinha sendo jogada no palco?", brincou. A resposta: por causa das duas coisas.

É muita calcinha, vocês não têm noção. Eu estou longe de ser o Wando, mas já tenho umas 120 calcinhas guardadas.

A chuva de calcinhas (que também era marca registrada dos shows de Wando) a cada show é uma das boas novidades na vida de Nattan, que surgiu para o público na pandemia e apenas este ano começou a se apresentar ao vivo. E os presentes das fãs chegam de todos os jeitos.

Tem umas que botam bilhete na calcinha, conta do Instagram, número do celular. Umas trazem de casa, outras tiram na hora. Já jogaram sutiã. Eu guardo tudo.

Guarda mesmo. "Vou jogar tudo numa caixa transparente e botar na sala lá de casa", avisou.

'Com Maraísa foi só amizade. A gente não ficou nem nada'

Nattanzinho, como passou a ser mais conhecido depois de ser abraçado por artistas como Xand Avião e Gusttavo Lima e estourar hits como "Tem Cabaré esta Noite", tem vivido a vida em alta velocidade. Faz shows com ingressos esgotados e passou a frequentar as rodas de celebridades musicais.

Um deles gerou uma foto que até hoje desperta a curiosidade dos fãs —e do colunista do UOL Lucas Pasin, que não perdeu a oportunidade: "Eu vi que você participa de alguns afters, aquelas festas pós-show, e num deles viralizou uma foto sua com a Maraísa de rostinho colado. E todo mundo comentou?", fofocou Lucas.

Nattan contou, então, os bastidores da foto, que inclui um show de São João e uma bebedeira de 17 horas na piscina do hotel onde Maraísa e ele estavam hospedados.

Era a primeira vez que a gente tinha se encontrado. Cantamos juntos no show. A energia dela é muito parecida com a minha, a gente é meio doido da cabeça. Ela estava no mesmo hotel que eu e sugeri da gente ficar bebendo e zoando na piscina do hotel. Fomos das nove da noite às duas da tarde do outro dia.

Na empolgação da bebedeira, a dupla decidiu ligar para Gkay. Na chamada de vídeo, Nattan deu um beijo no rosto de Maraísa, Gkay printou, postou e a foto ganhou o mundo.

Daí começou a viralizar. Mas foi só uma resenha. Foi só amizade. A gente não ficou nem nada.

'Cheguei já na intenção de tirar a Ju Paes para dançar'

Nattanzinho tem aproveitado bem as oportunidades. A noite de bons drinks com Maraísa faz parte de sua nova rotina. Outro dia, o cantor se viu numa gravação do "Caldeirão", da TV Globo, dançando com Juliana Paes.

"Eu fiquei pensando: 'assistia muito "Gabriela" na TV, aquelas cenas sensuais e tudo, e agora eu estou aqui dançando com ela'", contou.

Acredita que já cheguei nessa intenção? Quando eu vi a Juliana Paes lá no estúdio, eu pensei: 'vou puxá-la pra dançar'.

Ota, então, quis saber como Nattan tem feito para não se deixar deslumbrar pela fama. "A sua vida mudou, às vezes deve ser uma loucura. O que te faz acalmar um pouco?"

O que me faz ter o pé no chão é saber de onde eu venho, o que estou conquistando agora, agradecer todo dia por isso, e ter foco de onde quero chegar.

'Eu tinha tudo e, ao mesmo tempo, não tinha nada'

Até porque, para quem se vira desde os 14 anos cantando de bar em bar, não é fácil esquecer as dificuldades. E elas não têm hora para surgir. Em meio a todo o sucesso, Nattanzinho teve que lidar com a descoberta de um câncer em sua mãe, Rosilene.

"Foi um baque. Tudo que eu estava fazendo era para aquela pessoa, mas ela não estava bem", lembrou. A música, mais uma vez, foi seu alento nas horas mais difíceis.

Eu estava tendo tudo e ao mesmo tempo estava tendo nada, que era a saúde da minha mãe.

"Uma coisa que me fez ser bastante forte foram os shows. Quando eu subia no palco, eu era o Nattan. Ali eu me entregava, era feliz. Por mais que sofresse quando descesse do palco, naquele momento eu fazia o meu melhor", contou. Era também uma questão de ética profissional:

Você não pode levar seus problemas para o palco. Às vezes, a pessoa que sai de casa para ver seu show também está com problema. E você está ali para passar alegria.

No fim das contas, deu tudo certo. "Ela sofreu muito no começo, foi muito pesado, mas hoje está muito bem, está curada, vai nos meus shows. Estou construindo uma casa pra ela. Deus tem nos abençoado muito.

OtaLab

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