Músico inocentado pela Justiça é detido novamente por crime que não cometeu
O músico Luiz Carlos Justino foi detido novamente pela polícia após ser inocentado pela Justiça do Rio de Janeiro. O rapaz, de 24 anos, foi preso em 2020 acusado por um assalto à mão armada, crime que não cometeu.
Luiz Carlos foi parado por uma blitz na noite de segunda-feira, enquanto voltava de uma partida de futebol com amigos.
"Mandaram a gente botar a mão no capô do carro e verificaram a documentação de todo mundo. E nessa, me conduziram até à delegacia", contou o violoncelista em vídeo publicado no Instagram.
Ele disse que o mandado de prisão continuava em aberto. "Eu tive, de novo, que comprovar que eu não sou um bandido, que eu não sou um vagabundo. Prometeram pra mim que iam dar baixa nos meus processos porque eu consegui comprovar que eu não tinha nada a ver com o que eles estavam falando. E me prometeram que eu não precisava nem que falar que eu tinha passagem pela polícia. Ontem eu tive que falar. E ninguém consegue me explicar isso", lamentou Luiz Carlos.
"Isso aconteceu comigo de novo agora que eu tava me recuperando. Isso poderia ter acontecido com qualquer pessoa, mas é muito revoltante".
Em contato com Splash, a superintendência do programa Segurança Presente explicou que, durante a blitz, foi realizada uma consulta no sistema do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, do Conselho Nacional de Justiça e vinculado ao Ministério da Justiça, onde constava um mandado de prisão em aberto.
"Ele foi ouvido na 79ª DP e, ao verificar o banco da Polícia Civil, foi constatado que o mandado já havia sido removido", diz a nota.
A polícia civil do Rio de Janeiro corroborou com a informação, declarando que não consta mandado de prisão em aberto no sistema. "O homem foi conduzido à delegacia por agentes do programa Segurança Presente. Após consulta, ele foi liberado".
A reportagem também entrou em contato com o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), que destacou que o músico foi absolvido da acusação em junho do ano passado.
"Também foi deferido, no processo, pedido da Defesa para retirada de sua fotografia do álbum de suspeitos da 79ª DP. O nome dele não consta mais no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. O processo dele foi arquivado".
O TJ-RJ informou ainda que está sendo feito um levantamento do histórico de lançamentos no (BNMP) Banco Nacional de Mandados de Prisão sobre o processo para verificação das ordens judiciais.
O caso
Luiz Carlos Justino foi detido em setembro de 2020, em Niterói, na região metropolitana do Rio, sob suspeita de participar de um assalto em 2017.
O rapaz, violoncelista da Orquestra de Cordas da Grota há doze anos, foi conduzido para a delegacia após passar por uma averiguação nas ruas de Niterói. Na unidade, foi constatado um mandado de prisão preventiva (sem prazo) contra ele devido a um assalto ocorrido em novembro de 2017.
Segundo a polícia, a vítima reconheceu Justino por foto como sendo um dos quatro homens que praticaram o assalto. No entanto, na data do crime, o músico se apresentava em um evento cultural em uma padaria de Piratininga, bairro nobre de Niterói.
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