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Prioli não teme se posicionar: 'Posso me dar ao luxo de perder contratos'

Gabriela Prioli nos corredores da sede da CNN Brasil, em São Paulo - Manuela Scarpa/Brazil News
Gabriela Prioli nos corredores da sede da CNN Brasil, em São Paulo Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

De Splash, em São Paulo

26/08/2022 04h00

Lançada para a vida pública ao comentar política na televisão, a advogada Gabriela Prioli, de 36 anos, diz entender quem escolhe não se posicionar, seja pelo medo de críticas e processos, seja pelo receio de perder contratos publicitários — algo que ela diz não temer, pelo seu conhecimento jurídico e rede de contatos.

"Eu falo de um lugar de muito privilégio. Hoje em dia eu posso me dar ao luxo de perder contratos. A gente precisa entender a realidade das pessoas", diz a agora também apresentadora de TV e influenciadora digital em entrevista a Splash.

"Se posicionar não tem só o custo de perder contratos. Às vezes você não é como eu, que tem um monte de advogado criminalista à disposição para me ajudar nem tem o know-how que eu tenho para saber o quanto de risco você está correndo", diz ela, que estreia a terceira temporada de "À Prioli", seu programa de entrevistas na CNN Brasil.

"As pessoas muitas vezes recebem ameaças. Então se posicionar não é 'bolinho' quando você é uma pessoa pública. Tem consequências para a carreira que você construiu com tanto apreço, tem consequências para a sua vida pessoal, às vezes para a sua família."

Gabriela Prioli afirma que, apesar de não estar mais comentando diariamente as questões eleitorais, aproveita seu programa de TV para tratar de temas sensíveis à sociedade, o que chama de "estratégia". "No entretenimento, a gente traz mais coisas para o debate", diz.

"Nessa temporada a gente fala de racismo, assédio, abuso sexual contra crianças e adolescentes, etarismo, limite para humor, defesa à democracia, apreço à cultura regional. Isso tudo é política e está lá em um programa de entretenimento."

A jogadora de futebol Marta é a estrela da estreia da nova temporada do programa. Prioli e sua equipe foram até Orlando, nos Estados Unidos, para entrevistá-la. Walter Casagrande, Laerte, Angélica e Dani Calabresa estão entre os outros convidados. A nova temporada estreia no próximo sábado, dia 3, às 23h, na CNN.

Com a temporada gravada, a apresentadora se prepara para outra aventura: dará luz à sua primeira filha em novembro. Ela é casada com o músico Thiago Mansur, parte do duo de música eletrônica JetLag.

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Gabriela Prioli lança a terceira temporada de seu programa 'À Prioli' na CNN Brasil
Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Influenciadora digital

Além do contrato com a CNN, Prioli virou queridinha de marcas dispostas a se associarem à sua imagem. Em janeiro, ela foi apresentada como musa do Camarote Nº1 na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. No Instagram, onde é seguida atualmente por mais de 2,1 milhões de pessoas, basta descer o feed para ver publicidades de marcas como Nívea, Marvel, Kopenhagen, Yves Saint Laurent, entre outras.

Ao contrário do que acontece com outras personalidades, o posicionamento claro de Gabriela Prioli não só sobre política, mas sobre diversos assuntos relevantes para a sociedade, nunca foi uma barreira para seus contratos.

"Todo mundo que se vincula a mim, se vincula em virtude das minhas posições, e não a despeito delas. A forma como eu me apresentei na comunicação foi uma forma muito livre. Eu exponho aquilo que eu penso da forma que eu considero mais adequada a partir do meu raciocínio estratégico de difusão da mensagem. Eu me posiciono todo dia, o tempo inteiro, acho que nem tem espaço para eu me posicionar mais", avalia.

Crítica ao atual governo de Jair Bolsonaro (PL), Gabriela Prioli já chegou a responder diretamente ao presidente depois que foi criticada por dar aulas de política para sua amiga Anitta em lives durante a pandemia. Ela também se vacinou com uma camiseta com xingamento ao presidente.

Cadê os haters?

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Gabriela Prioli está grávida de uma menina e dará à luz em novembro
Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Diferentemente do que muita gente possa pensar, as DMs de Gabriela Prioli no Instagram trazem muito mais mensagens positivas do que ataques. O mesmo fenômeno acontece nos comentários do canal dela no YouTube.

"Não recebo hate direcionado, mensagem de ódio, nesse sentido é muito tranquilo. Outro dia eu estava até no meu YouTube e teve um rapaz que disse que os comentários nas minhas postagens são sempre pra cima. A audiência mais educada que existe. Eu tento construir esse clima mesmo, não direciono ataques para outras pessoas nunca", diz.

A advogada, no entanto, reconhece que já passou por saias justas que a deixaram chateada. Como por exemplo teve uma fala sua sobre Carnaval em entrevista ao UOL ampliada em uma discussão no Twitter.

Gabriela Prioli foi atacada nas redes sociais por ter dito que o convite para ser musa do camarote Nº 1 era uma "chance de quebrar estereótipos". De acordo com Prioli, as pessoas interpretaram mal sua fala.

"O que já aconteceu comigo foi a partir de uma distorção de uma fala minha as pessoas se organizarem em determinados grupos para me atacar. Mas aí o ataque nem foi a mim especificamente, foi de um espantalho criado, porque se parte de uma distorção e a distorção não te representa, tem uma nuance", avalia.

"Se você olhar para a minha trajetória mesmo quando teve uma distorção, mesmo quando organizaram ataques eu não respondo, não ofendo, não agrido. Porque eu não acredito que seja assim que as coisas vão melhorar", pondera.

O cancelamento não combina com o que defende Prioli. "Hoje em dia atacar alguém que tem alguma projeção pode ser um bom negócio, porque atrai para si. Eu não acho que seja bom como estratégia porque que você seduz um público que gosta dessa dinâmica do ataque, e não acho essa dinâmica saudável, por isso eu não a desenvolvo. Mas cada um faz o seu juízo."