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Morte de Marília, pedofilia: 6 fake news absurdas envolvendo Felipe Neto

O youtuber Felipe Neto - Divulgação/Vinícius Mochizuki
O youtuber Felipe Neto Imagem: Divulgação/Vinícius Mochizuki

De Splash, em São Paulo

28/08/2022 15h45Atualizada em 29/08/2022 07h33

Na noite de ontem, Felipe Neto, 34, manifestou indignação após Jair Bolsonaro (PL) compartilhar uma de suas postagens, mas omitindo parte das informações. O youtuber se indignou com a manipulação da mensagem, que originalmente falava sobre a posição do candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação à regulamentação da mídia.

No entanto, essa não é a primeira vez que o influenciador digital é alvo de notícias falsas. Neto, que produz conteúdo para a internet há mais de 12 anos, teve várias de suas publicações tiradas de contexto, além de já ter sido associado de forma caluniosa a pedofilia, massacres e até à morte da cantora sertaneja de Marília Mendonça.

Confira outras ocasiões em que Felipe Neto foi vítima de fake news:

6. Violência doméstica

Em novembro do ano passado, um vídeo editado da então namorada do influenciador, Bruna Gomes, 26, circulou nas redes sociais. Nas imagens, Bruna aparece fazendo com a mão o sinal do número quatro. Esse código foi adotado durante a pandemia para mulheres que quisessem pedir socorro de forma discreta, ao enfrentar situações de violência doméstica.

Tratava-se, porém, de uma edição sem som do vídeo original, em que a namorada de Felipe Neto falava a respeito de quatro cachorros — por isso o sinal. Felipe compartilhou o vídeo original como prova de que a acusação era falsa e fez um desabafo.

Insuportável lidar com tanta gente podre, tanto horror e tanta mentira. Não é possível que todo santo dia inventem um novo absurdo para tentar me atacar de maneira tão covarde.
Felipe Neto

5. Marília Mendonça

No dia seguinte à morte de Marília Mendonça, um print falso passou a circular na internet atribuindo ao influenciador uma publicação que diz que a queda do avião que levava a cantora sertaneja é "fruto da semente do ódio plantada em 2018", referindo-se às eleições que deram vitória ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

"É inacreditável!? Esse print falso está viralizando no WhatsApp, Instagram e Facebook. A última coisa que eu queria era ter que explicar algo nesse momento, mas isso é uma nojeira sem limites dos bolsonaristas", declarou ele, atribuindo a notícia falsa aos apoiadores do presidente.

O youtuber disse que processaria todos que espalhassem a falsa informação sobre ele.

4. Riqueza em foco

Outra publicação editada do influenciador se disseminou nas redes sociais. Montagens juntaram o trecho de um tweet em que Neto diz que "devemos questionar o acúmulo exagerado de capital" e fotos do youtuber em sua mansão ou andando de avião particular. No entanto, as imagens omitiram parte da publicação original.

"Devemos questionar o acúmulo exagerado de capital. Precisamos de reforma tributária e fazer quem tem mais, pagar mais. Questionar grandes heranças, prender quem sonega. Agora, não me vem com "100% dos ricos é filha da put* que isso, além de não ser verdade, só fod* o debate", dizia o tuíte, posteriormente apagado por ele.

Neto reclamou da situação nas redes sociais: "Os discípulos de Bolsonaro cortam o tweet, pegam só uma frase e colocam ao lado de uma foto minha, sempre."

3. Pedofilia

Antônia Fontenelle sofreu duas condenações judiciais em primeira instância envolvendo os irmãos Felipe e Luccas Neto. Em dezembro de 2021, ela foi responsabilizada pela publicação de um vídeo em que acusava os vlogueiros de incentivo à pedofilia.

No início deste ano, houve uma segunda sentença, advinda de um processo por chamar Felipe de sociopata e insinuar que ele seria usuário de drogas. Ambas penas foram convertidas em prestação de serviços comunitários.

O influenciador comemorou as decisões nas redes sociais: "Os crimes que ela cometeu contra mim não ficaram impunes."

2. Massacre de Suzano (SP)

Em junho deste ano, o deputado federal Carlos Jordy (PL) pagou uma indenização de R$ 66.269,30 a Felipe Neto após ser condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a indenizar o youtuber por danos morais. Ele associou o influenciador ao massacre que aconteceu em uma escola pública em Suzano (SP), em 2019, afirmando que os atiradores cometeram o crime após assistirem a um vídeo publicado por Neto em 2016.

"Hoje é um grande dia. O deputado bolsonarista Carlos Jordy fez o pagamento em juízo da indenização que me devia. Assim que a justiça liberar, os 66 mil reais dele irão para o Instituto Marielle Franco e o movimento Ocupa Sapatão. Ainda falta ele se retratar publicamente", escreveu o youtuber nas redes sociais.

Em novembro do ano passado, o advogado criminalista Mizal Izidoro também foi condenado a pagar R$ 50 mil em indenização por ter associado o nome de Neto ao mesmo massacre. Além disso, Izidoro teve que se retratar publicamente de sua atitude, através das redes sociais, em até 48 horas da sentença — sob pena de multa diária de R$ 500.

1. George Floyd

Em junho deste ano, uma montagem passou a circular nas redes sociais mostrando o youtuber supostamente reagindo à morte de George Floyd, que aconteceu em maio de 2020, depois de uma truculenta ação policial.

O vídeo publicado por uma conta no Twitter no dia 10 de junho mostrava Neto "torcendo" pela morte de Floyd e foi removido cerca de uma semana após sua divulgação.

Na ocasião, Splash entrou em contato com a assessoria do youtuber, que afirmou que a fala do influenciador foi retirada de contexto. "Ele estava jogando com a equipe dele quando recortaram o trecho que foi utilizado na montagem", explicou.

Ele também afirmou que processaria os envolvidos na disseminação do conteúdo. "Já estou ciente da montagem nojenta que fizeram, pegando um trecho de uma live minha e fazendo parecer que eu estava reagindo à execução do George Floyd. Equipe jurídica já tá salvando tudo e abriremos processos criminais contra os envolvidos", disse.

O que fazer em caso com fake news?

Se algo assim passou por você nas redes sociais, saiba que é possível denunciar — e sabia também que alguém pode ser processado por xingar no Facebook, por exemplo. O primeiro segredo é não interagir. Não reagir ou não comentar é importante para que a publicação não ganhe destaque.

No Facebook, Twitter e Instagram, a publicação de qualquer pessoa ou página pode ser denunciada ao clicar nos três pontinho que ficam no canto superior direito de qualquer post e depois em "denunciar publicação".

No caso do WhatsApp, não dá para denunciar uma mensagem. O que você pode fazer é denunciar uma pessoa ou um grupo por compartilhar conteúdo inadequado. Na conversa, toque no nome do usuário ou grupo. No perfil, escolha "denunciar contato" ou "denunciar grupo". Segundo a plataforma, as contas podem ser banidas se violarem os termos de serviço.