Empresário de Ana Castela faz dupla com pecuarista e leva PIB ao sertanejo
Chamados de "meninos da pecuária", os sertanejos Léo e Raphael — um dos empresários da cantora Ana Castela — falam de economia e agronegócio em suas letras. A dupla, formada em Londrina (PR) durante o ano de 2014, emplacou quatro entre as 200 músicas mais ouvidas no Spotify neste mês, com os hits "Larga Aí Pra Ver", "Cidade do Interior", "Quem Tá Pegando Sou Eu" e "Correntinha"
Eles, que realizaram os primeiros trabalhos em uma boate da cidade paranaense, contam a Splash que usam os termos da "lida" desde o início da dupla. O PIB (Produto Interno Bruto, indicador de atividade econômica) e outros conceitos ligados ao agronegócio aparecem de forma leve nas letras escritas pelos músicos.
"O título 'meninos da pecuária' foi inspiração em um fã nosso. Era uma criança de três anos que gravou um vídeo e publicou chamando a gente por este nome. Já usamos esse áudio original nas nossas músicas. Casou com a nossa forte ligação com o tema", comentou Raphael.
Início de Ana Castela
Empresário da cantora de 18 anos em parceria com o sócio, Rodolfo Alessi, Raphael disse que conheceu Ana Castela assistindo a um vídeo que viralizou nas redes sociais no ano passado.
"Sentia a necessidade de ver uma representante feminina, uma menina de chapéu, que falasse a mesma linguagem que a gente. Sabe quando você se apaixona logo de cara? Eu senti verdade, ela realmente era da fazenda", lembrou.
Ana Castela foi além e superou todas as expectativas. Ela nasceu para isso. Ela é uma grande força para nós e está levando essa bandeira para frente.
Raphael, empresário e dupla de Léo
A dupla de Léo conta que Rodolfo, também empresário da artista, enviou a música "Boiadeira" de forma "despretensiosa" para observar o desempenho de Ana. "Ela não tinha experiência, mas estava pronta".
"Descobrimos que o Rodolfo conhecia a família quando fomos atrás. Ana tinha 17 anos e nem sonhava em cantar, estava cursando odontologia em uma faculdade. Tudo aconteceu da forma certa, e o resto é história", completou Raphael.
"A gente não imaginava que seria tão rápido (o crescimento de Ana Castela). Trabalhamos, arquitetamos cada passo, mas foi vontade de Deus. O trem tomou outra proporção", concluiu o empresário que também gravou com a cantora.
Rock e reggae
Diferente de Raphael, que conheceu a pecuária por meio de amigos, Léo tem uma ligação maior com o tema. Criado em uma fazenda, ele disse usar nas músicas o que aprendeu ao lidar diretamente com o gado.
"Eu sempre vivi em sítio. Não sou só um cantor, mas sim um sertanejo que teve sempre contato com cavalos, bois e a roça. A gente canta a nossa verdade, expressa o que a gente viveu no dia a dia. Criamos coisas voltadas para quem entendia essa realidade, mas de maneira leve", disse ele.
Mas antes de seguir carreira no sertanejo, os dois se aventuraram em outros estilos musicais. Raphael foi guitarrista de uma banda de reggae em Londrina antes de investir no ritmo.
"Já eu era cantor de uma banda de rock", lembra Léo. "Todo mundo tinha a sua 'banda de fundo de garagem' na época. Eles me mandaram embora porque eu ficava no sítio com os cavalos e me atrasava".
'Virou cultura pop'
Os dois garantem que nunca tiveram auxílio financeiro externo desde que começaram a cantar juntos. As etapas foram planejadas após investimentos pessoais e cachês recebidos em shows. O auxílio de empresário surgiu apenas nos últimos dois anos.
"Não somos a primeira turma de chapéu com esse papo no sertanejo, mas estamos fazendo essa tendência ressurgir. O Brasil está olhando. As pessoas achavam um pouco caipira, mas hoje virou cultura pop", opinou Raphael.
Atualmente, os dois investem na criação de um gado alimentado na fazenda de um sócio. "Ainda não temos as nossas terras, mas um dia vamos ter", concluiu Léo.
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