Regina Volpato sobre saída do 'Casos de Família': 'Não foi por raiva'
A suspensão do "Casos de Família" é o ponto final de uma atração que marcou época. Com seu primeiro episódio indo ao ar em 2004, o programa encerra suas atividades no dia 7 de setembro, quando o último capítulo irá ao ar.
Primeira apresentadora do vespertino, Regina Volpato ainda é lembrada por muitos pelo período em que esteve no ar. A jornalista ficou à frente da atração até 2009, quando saiu repentinamente.
Na época, o "Casos de Família" era pressionado a se renovar em busca de mais audiência e passou a apostar em um formato mais sensacionalista, com brigas no palco e algumas histórias irreais. As mudanças coincidiram com a entrada de Christina Rocha, que fica no ar até o último dia, e a saída de Regina. Ao abordar o período, a apresentadora já demonstrou insatisfação e falou sobre ética no passado, mas hoje mudou o tom e prefere não entrar em embate com a emissora.
"Eu entendia que a minha missão estava cumprida. 'Fiz um bom trabalho, acho que é hora de encerrar esse ciclo'. O meu contrato estava acabando, a minha filha estava entrando na adolescência, eu estava muito cansada, o programa me consumia, eu realmente me doava", explica ela a Splash. "Minha decisão já estava tomada [quando vieram as mudanças], eu gostava muito de fazer o programa, eu ganhava muito bem, em vários aspectos eu tive que amadurecer e considerar antes de tomar a decisão. É igual você terminar um relacionamento, a hora que você diz 'acabou', é um processo, uma segunda etapa".
Não foi uma decisão de última hora, não foi motivada por raiva, por descontentamento, ou por vaidade. Foi uma decisão amadurecida e no centro da decisão estava a Regina.
Regina Volpato
Jornalista com passagens por Band e BandNews antes de migrar para o entretenimento, Volpato enxerga o período no SBT com orgulho.
"O que ficou depois de tudo foi um tremendo orgulho de ter trazido para a televisão o que, anos depois, as redes sociais escancararam, que era a cara das minorias. Sendo muito sincera, acho que foi o primeiro programa que tratou minorias com dignidade. Toda a comunidade LGBTQIA+, todos os desfavorecidos", completa.
Na época, Regina fez um movimento que, anos depois, inspirou nomes como Tadeu Schmidt, Tiago Leifert e, principalmente, Fátima Bernardes, ao migrar para o entretenimento. Fátima também marcou época apresentando o "Encontro", programa que, na visão de Regina, possui semelhanças com o que o "Casos de Família" fazia em seus primeiros anos.
"Todo mundo assiste muita coisa, não sei. Mas lembro que quando assisti o Encontro, eu via pontos em comum com o 'Casos de Família'. Talvez [fosse] uma evolução do 'Casos de Família', Se não foi, foi uma coincidência, porque tinha suas semelhanças", acredita.
Faria de novo?
No ar desde 2018 no "Mulheres", da TV Gazeta, onde substituiu Cátia Fonseca, Regina lidera uma nova era no programa, que faz parte do quadro da emissora desde os anos 1980. Mas a jornalista não se fecha a novos desafios, nem mesmo o de voltar a comandar uma atração como o "Casos de Família" no futuro.
"Não nego desafios. Com a maturidade eu aprendi a ser menos impulsiva, mas antes, se desafiava eu ia. Eu me vejo fazendo o 'Mulheres' por muitos anos, mas me vejo em várias possibilidades, fazendo coisas em outras plataformas", diz ela, que possui um canal no Youtube, mesmo que, no momento, ele tenha ficado em segundo plano com a volta à TV.
"Eu entendia que a televisão tinha sido um capítulo encerrado, mas o jornalismo não. O Youtube era a maneira de eu continuar esse movimento como jornalista, mas eu senti que eu também precisava me colocar, era mais honesto", afirma.
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