Ator de 'Pantanal' relata pânico ao quase morrer afogado em mar na Bahia
O ator e cantor Guito, que interpreta o personagem Tibério, em Pantanal (TV Globo), relatou a ocasião em que vivenciou momentos de pânico ao quase morrer afogado no mar de Itacaré, na Bahia.
Durante participação no programa "Que História é Essa, Porchat", no GNT, Guito contou que, na ocasião, havia sido contratado para se apresentar em um evento corporativo no interior da Bahia, aproveitou a passagem pelo estado nordestino para conhecer suas belezas naturais, e para surfar na praia de Itacaré.
O artista ressaltou que sabe nadar bem e havia combinado de se encontrar com um amigo, mas ele nunca apareceu no local combinado.
"Acordei cedinho, não tinha ninguém na praia, vazio", iniciou. "Por precaução, peguei minha toca e meus óculos de nadar. Cheguei lá, o barulho [da água] tava meio esquisito, cheguei perto do salva-vidas, falei: 'desisti de surfar, vou deixar a prancha aqui e vou nadar de uma ponta a outra'", continuou.
Segundo Guito, o salva-vidas questionou se ele "se garante" no nado, em um indício de que o mar não estava calmo naquele dia. O famoso admite que a pergunta do profissional foi "intimidadora", mas disse a ele: "Ué, eu sei nadar, modéstia à parte até bonzinho".
Ao prosseguir com seu relato, Guito lembrou que havia uma bandeira vermelha no mar, o que seria mais um indício de que aquela parte era perigosa para se aproximar, e também que foi aconselhado pelo salva-vidas a pegar a corrente na direção sul. Entretanto, ressaltou, ele não sabia identificar essa orientação.
"Fui [para a água], passei a primeira arrebentação, a espuma tava meio grossa, brabo, tava intimidador. Aí a corrente [me] levando para longe, veio um volumão, aquele peso de onda, e aquilo caiu, eu virava, perdi o rumo completamente, não conseguia enxergar nem com os óculos", pontuou.
Conforme Guito, quando tentou voltar, errou a direção sul, e, em meio ao caos, fez esforço para se livrar do afogamento
"Falei: 'rapaz, agora vou ter que gastar os braços até esgotar'. Mas não saía nem do lugar, aí vem o sino, que é aquela hora que você fala assim: 'vou morrer'. O corpo se entrega, bambeia tudo, travou", disse, salientando que naquele momento lembrou da época em que teve aula de natação e seu instrutor disse que, quando está se afogando, o que mata é o pânico, exatamente como ele estava, em pânico por não conseguir nada.
"Peguei e falei: 'já estou morto mesmo, vou morrer com classe e vou mergulhar, ver lá no fundo o que tem para saber a profundidade'", detalhou ele, que estava há cerca de quatro metros de fundura. "Na hora que vi o chão acalmou, porque lá não é turbulento, me deu uma paz no coração", continuou.
"Acabou o fôlego, voltei para cima, um pouco mais tranquilo, e percebi que o caminho era lá por baixo, tinha apneia [capacidade de prender a respiração] boa na época, peguei mais um arzão. Mirei nas pedras, falei: 'é lá que vou'. [Fui] por baixo da água, mergulhando, uns 25, 30 metros até acabar o fôlego mesmo. Sai de lá, todo cortado, sangrando, levantei, tirei a toquinha, olhei, tinha um casal há uns cinco metros, com celular, me filmando. Olhei para eles e falei: 'achei que eu ia'. A menina falou assim: 'moço, nós filmamos sua morte'", completou.
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