Jornalistas defendem Amanda Klein após ataque de Bolsonaro: 'Solidariedade'
A jornalista Amanda Klein foi atacada pelo candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL) durante entrevista ao vivo no canal da Jovem Pan, na manhã de hoje, por questionar sobre a origem do dinheiro usado por sua família na compra de imóveis. Diante da repercussão da ação do político, ela recebeu mensagens de apoio de colegas de profissão.
Na pergunta, Klein citou uma reportagem do UOL que mostrou que Bolsonaro e familiares negociaram 107 imóveis desde 1990, dos quais ao menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro em espécie.
Visivelmente incomodado, o candidato do PL atacou a jornalista tentando citar a sua vida pessoal e lembrando que seu marido, o empresário Paulo Ribeiro de Barros, é seu apoiador. Ele ainda acusou a profissional de tentar rotulá-lo como "corrupto".
Diante da repercussão do ataque de Jair Bolsonaro, Amanda Klein passou a ganhar apoio de jornalistas nas redes sociais. Eles prestaram solidariedade e elogiaram a jornalista por trazer tema importante para confrontar o candidato.
Atacada por Bolsonaro no debate na Band, a jornalista Vera Magalhães, apresentadora do "Roda Viva" (TV Cultura), manifestou solidariedade e elogiou Amanda Klein pela coragem de confrontar o candidato com a polêmica envolvendo sua família.
"Jornalista pergunta sobre imóveis comprados parte em dinheiro vivo. O presidente da República responde: "Seu marido vota em mim". Não é um deslize, não é culpa do mensageiro. É método. Toda a solidariedade à Amanda Klein. E parabéns pela coragem", escreveu ela, no Twitter.
A jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de São Paulo, também se manifestou "tirando o chapéu" pela questão levantada por Amanda Klein na entrevista com Bolsonaro.
"Jornalista questiona imóveis, e Bolsonaro se irrita: Seu marido vota em mim - Tiro o meu chapéu pra Amanda Klein - excelente pergunta", destacou.
Colunista do UOL, Kennedy Alencar criticou Bolsonaro por tentar se fazer de vitima e atacar a profissional, já que a pergunta sobre a origem de seu dinheiro é legítima.
"Sem resposta para origem do dinheiro vivo que ele e familiares usaram para comprar imóveis, Bolsonaro se faz de vítima, ataca Amanda Klein e mente sobre tudo na entrevista à Jovem Pan. Tá vendo que a coisa foi para o brejo. Firme, Amanda cumpriu seu papel com pergunta legítima", declarou.
Quem é Amanda Klein?
Jornalista de política e economia, Amanda Klein tem 41 anos e já passou pela BandNews TV, SBT e é atualmente apresentadora do "Opinião no Ar" (RedeTV!). Tornou-se comentarista do "Programa 3 em 1", da Jovem Pan, em março do ano passado.
Cerca de quatro meses depois, pediu para sair do programa devido ao "ambiente tóxico e ataques pessoais" que recebia na atração.
Ataques de Bolsonaro a jornalistas mulheres
A dificuldade em crescer entre o eleitorado feminino não tem impedido o presidente de continuar atacando jornalistas mulheres. Durante debate presidencial no último dia 28, Bolsonaro atacou a jornalista da TV Cultura Vera Magalhães, que havia o questionado sobre a cobertura vacinal do Brasil.
"Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", disse ele, sem responder sobre o tema perguntado.
Em junho deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação do presidente por ofender a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo. Em fevereiro de 2020, o presidente disse a apoiadores que a jornalista "queria dar o furo a qualquer preço contra mim". "Furo" é um jargão jornalístico para uma informação exclusiva.
Em junho do ano passado, durante a inauguração do Centro de Tecnologia 4.0, em Sorocaba, no interior de São Paulo, Bolsonaro gritou com uma repórter da CNN. Na ocasião, ele disse que a imprensa faz "perguntas idiotas" e "ridículas", e disse à jornalista para "voltar ao jardim de infância".
O episódio aconteceu uma semana após ter ofendido uma jornalista da Rede Globo. Ao ser questionado por uma jornalista da TV Vanguarda, filiada da Rede Globo. Na ocasião, ele chamou a imprensa de canalha e mandou a profissional calar a boca.
Em 21 de julho de 2019, Bolsonaro disse que Miriam Leitão, jornalista e comentarista da Globo, mentiu ao dizer que foi torturada durante da ditadura militar. Um dos filhos dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também já atacou a jornalista da Globo usando a tortura que ela sofreu.
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