A família real também estava em Balmoral, há 25 anos, quando Lady Di morreu
A família real britânica se reuniu hoje no Castelo de Balmoral, na Escócia, em razão da morte da rainha Elizabeth 2ª, aos 96 anos. Há pouco mais de 25 anos, porém, a realeza recebia outra notícia trágica no mesmo local.
Na madrugada de 31 de agosto de 1997, a rainha estava em Balmoral, acompanhada do então príncipe Charles, que agora é rei, e os pequenos príncipes William e Harry, quando a princesa Diana morreu em um acidente de carro em Paris. O Castelo de Balmoral é a casa de férias preferida da realeza e um lugar onde a rainha viveu momentos importantes de sua vida, como o noivado com o príncipe Philip.
De acordo com informações da biografia "The Queen's Speech: An lntimate Portrait of the Queen in Her Own Words", a rainha Elizabeth ficou tão chocada com a ligação no meio da noite que exclamou: "Alguém deve ter sabotado os freios." Pouco depois, Charles soube da notícia por meio de Robert Fellowes, cunhado de Diana e secretário da rainha. O Barão Fellowes foi informado da morte após ligar para o hospital em busca de uma atualização do estado de saúde de Lady Di.
Logo pela manhã, o primeiro-ministro Tony Blair se dirigiu à nação enlutada, dizendo estar "completamente desolado". Enquanto isso, a rainha e o príncipe optaram por esperar William e Harry acordarem para dar a notícia.
Charles quis imediatamente voar até Paris na aeronave real para buscar o corpo de Diana, o que, inicialmente, a rainha não permitiu, de acordo com o documentário "Diana: 7 Days That Shook the Windsors". O príncipe, então, convenceu a monarca de que essa era a coisa certa a se fazer.
O príncipe, então, viajou ao país acompanhado das irmãs de Diana, enquanto as crianças ficaram com a avó em Balmoral. Naquela manhã, William e Harry foram à igreja com a rainha Elizabeth e, durante a missa, a morte de Lady Di não foi citada.
"Uma das coisas mais difíceis que um pai tem que fazer é dizer aos seus filhos que sua mãe morreu. Como lidar com isso, eu não sei. Mas ele estava lá para nós. Ele era o único que sobrou entre os dois. E ele tentou o seu melhor para fazer com que nós fôssemos protegidos e cuidados. Mas ele estava passando pelo mesmo processo de luto", refletiu Harry, no documentário "Diana, 7 Days".
A decisão da rainha Elizabeth de ficar na Escócia e de não voltar às pressas para Londres, no entanto, desagradou o povo britânico. Enquanto isso, em Balmoral, o príncipe Philip e a rainha Elizabeth tentavam distrair William e Harry da triste notícia. Para tanto, o castelo recebeu visitantes como a antiga babá dos meninos, e a princesa Anne, irmã de Charles, que também levou seus filhos adolescentes, Peter e Zara Phillips.
Anos mais tarde, William disse estar grato por ter tido "privacidade para lamentar a morte da mãe, para se recompor e ter um espaço longe de todo mundo."
Na época, minha avó queria proteger seus dois netos e o meu pai. Nossa avó decidiu tirar os jornais e coisas assim, então não tinha nada na casa. Nós não sabíamos o que estava acontecendo. Príncipe William, ao documentário "Diana, 7 Days"
No dia 4 de setembro, a rainha mandou um porta-voz defender a família das acusações de indiferença e reiterou que a decisão de continuar em Balmoral foi tomada para proteger William e Harry. Na mesma tarde, a família saiu do Castelo para visitar o memorial feito pelo público em homenagem a Diana nos portões do imóvel. No dia seguinte, véspera do velório de Diana, os monarcas deixaram Balmoral e finalmente voltaram para Londres.
A rainha, então, fez um pronunciamento ao vivo pela primeira vez em 50 anos. Além de lamentar a morte de Lady Di e homenagear a princesa, Elizabeth justificou os dias que passou na Escócia ao lado dos netos.
"Nesta semana em Balmoral, nós todos tentamos ajudar William e Harry a entender a perda devastadora que eles e o resto de nós sofremos", disse a monarca.
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