Castelo de Balmoral: por que lugar foi escolhido pela rainha para morrer
A rainha Elizabeth 2ª estava sob supervisão de médicos no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde morreu na tarde de hoje, ao lado da família real britânica. Ela chegou a Balmoral no dia 21 de julho, para passar as férias de verão e, na terça-feira (6), recebeu a nova primeira-ministra Liz Truss. Nas fotos do encontro, foi possível ver que a rainha tinha hematomas nas mãos.
Balmoral não é apenas um destino de veraneio para a rainha, é um lugar de repouso e pausa. Foi em Balmoral que a rainha viveu momentos importantes: a infância ao lado da irmã, Margaret, o pedido de casamento de príncipe Philip e muitas férias ao lado da família. Por isso, pode ter sido uma escolha da própria rainha ficar por lá.
A rainha Elizabeth 2ª e o castelo
Há mais de 150 anos, o castelo é usado como um lugar de descanso para a realeza no país. O imóvel é uma propriedade privada da família e não pertence à Coroa. A propriedade tem cerca de 50 mil acres e 150 construções, criações de gado, jardins, lagos e muita área verde.
A rainha passou muito tempo na infância por lá. Segundo a revista Vanity Fair, a pequena Elizabeth brincava de charadas, fazia piqueniques, cantava canções escocesas típicas e passeava de pônei ao lado da família. Aos 12 anos, ela aprendeu a pescar salmão e a caçar cervos na região, além de ter ensinado a irmã mais nova, Margaret, a dirigir nas ruas do local.
A rainha Elizabeth 2ª passava o verão todos os anos em Balmoral, geralmente chegando em agosto e voltando para Londres em outubro. Era lá que ela estava, acompanhada do príncipe Charles e de William e Harry, quando a princesa Diana morreu em um trágico acidente de carro.
Quando na Escócia, a família real se diverte na propriedade fazendo churrascos e piqueniques, pescando, andando a cavalo, caçando e fazendo festas, como o tradicional Baile de Ghillies. A rainha, porém, costumava trabalhar mesmo durante as férias no castelo, fazendo audiências, eventos públicos e recebendo suas "caixas vermelhas" diariamente, que contêm documentos e atualizações importantes sobre o governo.
"Eu acho que a vovó é mais feliz lá. Eu acredito que ela realmente ama as Terras Altas. É um lugar amável para a vovó e para o vovô, onde podemos visitá-los e ter espaço para respirar e correr", disse a princesa Eugenie, neta da rainha, sobre a relação da monarca com o local, no documentário "Our Queen At Ninety".
Momentos importantes ao lado do príncipe Philip
Por volta de 1944, Philip Mountbatten, primo distante de Elizabeth, começou a fazer visitas a Balmoral e a chamar a atenção da jovem monarca. Os dois se aproximaram e, segundo rumores, ficaram noivos na propriedade em 1946, anos antes de Elizabeth se tornar rainha.
Elizabeth e Philip se casaram no dia 20 de novembro do ano seguinte, em Londres, e passaram parte da lua de mel em Birkhall, um dos imóveis na propriedade de Balmoral. Hoje, a casa é ocupada pelo príncipe Charles e Camilla Parker Bowles.
"Está amável e pacífico estar aqui agora. Philip está lendo no sofá. Susan está se espreguiçando perto da lareira, e Rummy está dormindo em sua caixa perto do fogo. [...] Aqui é o paraíso!", escreveu Elizabeth em uma carta à sua mãe na época, mencionando o marido e seus animais de estimação.
Após Elizabeth se tornar rainha em 1952, o local se tornou a casa de veraneio preferida da família para relaxar longe das tensões da monarquia. O príncipe Philip sempre demonstrou muito interesse por Balmoral. Ele acompanhou a instauração de um programa de produção de energia renovável verde no local, além de gostar de saber sobre os cuidados com o gado da propriedade.
Philip foi o responsável por sugerir um controle diferente do sistema de aquecimento para quando o castelo estivesse vazio: baseado no aumento da umidade em vez da queda de temperatura, com a intenção de proteger tecidos, pinturas e móveis. Ele também redesenhou os jardins de Balmoral, desenvolveu uma horta e plantou carvalhos perto do campo de cricket.
Além disso, idealizou a recuperação de uma área de floresta na propriedade nos anos 70. A área de regeneração está em expansão desde então e é acompanhada por pesquisadores e cientistas.
Após a morte de Philip, no ano passado, a rainha passou alguns dias de luto em Balmoral.
História do Castelo de Balmoral
O Castelo de Balmoral foi comprado em 1852 pela rainha Vitória, tataravó da rainha Elizabeth, para o príncipe Albert. Eles se encantaram com as Terras Altas da Escócia durante uma visita em 1842 e decidiram comprar uma propriedade no local.
Assim que as negociações terminaram, o casal decidiu reconstruir o imóvel, já que o comprado não se adequava às necessidades da família real. O arquiteto escolhido foi William Smith, arquiteto da cidade de Aberdeen. O novo castelo foi construído em outro local, para que os monarcas pudessem ocupar a casa antiga enquanto a nova era construída.
A pedra de fundação do Castelo de Balmoral foi lançada pela rainha Vitória no dia 28 de setembro de 1853 e ainda pode ser encontrada no local. Antes disso, ela assinou um pergaminho registrando a data, colocou o papel em uma garrafa junto com moedas da época e inseriu em um buraco sob o local onde hoje está a pedra.
O Castelo de Balmoral ficou pronto em 1856, e a construção antiga foi demolida. Após a morte da rainha Vitória em 1901, as propriedades de Balmoral foram passadas em testamento para o rei Eduardo 7° e daí em diante, para seus sucessores.
Aberto para visitas
Além da visitação aberta ao público em determinados períodos do ano, é possível se hospedar nas terras de Balmoral. Há vários chalés que podem ser alugados e atividades como expedições pelas terras, corridas, pesca e golfe.
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