Tico Santa Cruz revela onde ainda não tem tatuagem: 'Tenho medo'
O "De Lado com Fefito" segue em clima de Rock in Rio e esta semana a entrevista foi com Tico Santa Cruz. O vocalista e compositor do Detonautas Roque Clube não está oficialmente no lineup desta edição, mas ainda assim se apresentou no Palco Sunset no último fim de semana.
"Eu toco numa jam session que sempre acontece no Sunset depois de todos os shows. Fui domingo, com Criolo, Xamã, Rael, Serjão Loroza e o Zé Ricardo, que é o curador do palco", contou. "E no próximo domingo estarei lá de novo, depois do show da Dua Lipa!", avisou.
No papo com Fefito, Tico, que é entusiasta de tatuagens, explicou por que resolveu tatuar o rosto recentemente.
As tatuagens são as cicatrizes que eu escolhi para a minha vida. Passei por uma depressão na pandemia e resolvi tatuar mais o meu rosto. Para mim, minha construção da identidade passa por essa transformação.
Fefito perguntou sobre as reações que as tatuagens do artista provocam nas pessoas. E ouviu duas confidências de Tico. A primeira:
Eu recebo mais cantadas de homens do que de mulheres por causa das tatuagens.
Para um homem que não se importa de tatuar o rosto, a outra foi ainda mais surpreendente:
Eu só não tenho tatuagem íntima. Tenho medo. Essa dor eu não quero experimentar, não!
'Público tem o direito de se manifestar como quiser'
Na entrevista, Fefito perguntou para Tico sobre sua atuação política, que sempre caminhou junto com a música. "Todos somos seres políticos, independentemente de termos consciência disso ou não", disse. Neste sentido, ele gosta de deixar seu público bem à vontade nos shows:
O público tem todo o direito de se manifestar e falar o que quiser. É uma forma honesta de dizer o que está sentindo.
Para o artista, festivais como o Rock in Rio são espaços propícios para a livre manifestação de ideias, seja da plateia, seja dos artistas.
Na época do impeachment, via muito pouca manifestação, mas acho que a classe tomou a rédea da situação agora. Muitos tinham receio de se posicionar e agora nitidamente perderam este medo.
'Não existe salvador da Pátria'
O single mais recente do Detonautas, que está com agenda cheia após a pausa forçada pela pandemia, chama-se "Não Existe Salvador da Pátria". Lançado em conjunto com o grupo capixaba Herança Negra, a letra reflete uma convicção sólida de Tico.
"Na América Latina, temos essa característica paternalista de achar que virá alguém para nos ajudar. Mas não existe salvador da pátria", explicou o músico, que é formado em Ciências Sociais. Ele não acredita nisso.
O que vai nos ajudar é equalizar os poderes no Congresso, colocando as minorias representativas lá dentro. Mulheres, pessoas pretas, PCDs, pessoas LGBTQIA+, indígenas precisam estar lá.
"Um presidente não consegue resolver nada sozinho. É no Legislativo que ele realmente vai conseguir - ou não - governar", opinou.
'Topei 'A Fazenda' pelo dinheiro'
Tico Santa Cruz também relembrou sua participação da terceira edição de "A Fazenda". E diz que guarda boas recordações desta aventura, apesar de ter sido o terceiro eliminado do programa.
Eu não acompanhava reality, topei pela questão financeira. Mas não me arrependo. Foi muito intensa a experiência.
A estadia de Tico na "Fazenda" foi marcada por uma briga feia com o ator Dudu Pelizzari, que ele credita a uma mudança de percepção da realidade. "A noção de tempo muda lá dentro, tudo fica à flor da pele", explicou.
Mas do que ele gostou mesmo foi da convivência com figuras como Sergio Mallandro, Nanny People e Geisy Arruda.
Foi uma forma de conhecer gente da qual eu só tinha notícia pela internet e canais de celebridade.
O De Lado com Fefito vai ao ar toda quinta-feira, às 14h, na home UOL e no canal de Splash no YouTube. Artistas e personalidades da mídia batem um papo com o colunista de Splash que vai de vida e carreira aos momentos de vergonha alheia que todo mundo passa de vez em quando.
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