Meghan Thee Stalion tentou montar um visual bem brasileiro para o show dela no Rock in Rio 2022. Mas, infelizmente, acabou valendo-se de estereótipos e pré-conceitos na hora de completar o look.
A rapper, que visita o país pela primeira vez, entrou no palco com uma indumentária completa de rainha de bateria: um collant vazado com pedrarias brancas, verdes e amarelas; um costeiro cheio de plumas combinando com um enfeite de cabeça alto e dourado.
O objetivo dela era, provavelmente, elogiar as mulheres brasileiras - tanto pessoas pretas como ela quanto a tradição musical do país. Porém, a ideia de Carnaval é um tanto quanto estereotipada.
A cantora dos EUA podia ter feito uma lição de casa mais dedicada antes de entrar no palco, e entender o que é a música negra aqui no Brasil. É verdade que a história do samba entra nisso - mas não se resume a isso, principalmente em 2022.
Se ela tivesse se preocupado em aprender um pouco sobre o país, nossa cultura e música, teria uma visão bem diferente do que são as mulheres pretas brasileiras.
Inclusive, um ótimo exemplo para ela estava, minutos antes, tocando no Rock in Rio. Ludmilla fez uma apresentação incrível, na qual falou sobre a história das mulheres pretas na música brasileira. Além dela mesma, trouxe a precursora do funk Tati Quebra Barraco e Majur cantando a música dela com Emicida - rapper, como Megan Thee Stallion.
Quando olhamos para a mulher brasileira e musical de hoje, vemos muito menos alguém do Carnaval e Samba, e muito mais alguém ligado a um estilo em alta mundialmente, o rap. Este estilo, como o funk, representa muito mais a periferia de hoje, e traduz muito mais as questões raciais tão conflitantes no Brasil.
A fantasia de sambista de Meghan não foi uma boa. Nem para os ideais, que mostraram apenas estereótipos, nem para a apresentação - a rapper tirou o costeiro e o enfeite de cabeça após pouquíssimos minutos, porque não estava confortável.
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