Se você acompanhou os shows do Rock in Rio ao vivo e na TV, provavelmente ouviu o funk "Ai, Preto". A música tocou quatro vezes no festival e pode receber o título de maior hit do evento.
No Palco Mundo, o batidão integrou o setlist de Jason Derulo e Camila Cabello. A artista cubana ainda convidou os três funkeiros responsáveis pelo sucesso da faixa, Bianca, Biel do Furduncinho e L7nnon — ele que já havia cantado a faixa em seu show no primeiro final de semana.
Mesmo sem estar escalado oficialmente para o palco principal, como aconteceu em 2019 com a estreia de Anitta, o funk tomou posição de protagonista no evento.
Hoje, o gênero voltou ao festival em diferentes palcos. Era fácil encontrar homens e mulheres "balançando a raba" em diferentes espaços do evento.
Bianca também voltou ao festival hoje e fez show solo no palco Supernova, cantando músicas próprias e covers de funks de diferentes décadas. A artista, que já vendeu caipirinha na praia para ganhar R$ 50, conversou com Splash sobre "Ai, Preto" ter virado o hit do Rock in Rio.
"Sabia o tamanho que a música tava tomando, mas ser tocada várias vezes no Rock in Ro, um dos maiores festivais do mundo, é incrível. Subir ao Palco Mundo com a Camila foi uma das maiores experiências da minha vida. Ela deu um espaço gigante para gente mostrar a música que ela disse que ama", conta.
"Antes, só Anitta apresentou o funk no Palco Mundo. Ter várias mulheres representando o funk é ótimo, aumenta o espaço do gênero. Ele ainda é marginalizado, mas tem virado a chave e está dominando o mundo com Anitta. É só o início do 'furacão funk'", completa.
Ludmilla, Lexa, Sonza...
Mas não são só os cantores de "Ai, Preto" que levaram o funk ao festival em 2022. O Rock in Rio acertou em convidar outras mulheres para deixar o gênero em evidência no line-up.
Ludmilla, no palco Sunset, e Lexa, no Espaço Favela, também tiveram apresentações lotadas e transformaram a Cidade do Rock em um grande baile funk.
Ludmilla, aliás, fez show que caberia no palco Mundo. Ela contou a Splash que foram mais de R$ 2 milhões investidos. E o investimento gasto valeu a pena: ela fez o show que mais atraiu olhares no palco Sunset e pode ser considerado o melhor da última noite do Rock in Rio. Além do funk, Lud ainda levou o pagode e o pop ao festival.
Já Luisa Sonza, que flerta com o funk em diferentes músicas, também marcou presença no festival em três oportunidades no palco Sunset: primeiro, com show solo e depois com participações no show em homenagem ao Rock in Rio de 1985 e com CeeLo Green.
Nomes como L7nnon, MC Poze do Rodo, Teto e PK, que misturam rap e funk, também lotaram palcos menores. Alguns deles superaram o limite de público que os palcos suportavam.
Não dá mais para voltar atrás: o funk chegou para ficar no Rock in Rio e agora precisa de mais espaço na programação do palco Mundo.
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