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Jean-Luc Godard: os principais filmes do ícone da Nouvelle Vague

Morre Jean-Luc Godard: a obra do cineasta francês

De Splash, em São Paulo

13/09/2022 08h56Atualizada em 13/09/2022 09h52

Jean Luc-Godard, célebre cineasta francês, morreu hoje aos 91 anos. Ele ficou conhecido por ser um dos fundadores da Nouvelle Vague, movimento francês da década de 1960 que mudou a história do cinema.

Godard influenciou e trouxe uma nova estética às produções cinematográficas. Ao longo de seus mais de 70 anos de carreira, o diretor esteve à frente de mais de 40 longas-metragens, além de diversos curtas, documentários, ensaios e clipes.

Dentre suas obras de maior destaque estão: "Acossado" (1960) e "O desprezo" (1963), "Viver a Vida" (1962), "Week-End à Francesa" (1967), "Carmen" (1983), "Eu Vos Saúdo Maria" (1985) e "Adeus à Linguagem" (2014).

Para muitos cinéfilos, nenhum elogio é suficiente: Godard, com seus cabelos pretos despenteados e seus óculos de lentes pesado, foi um verdadeiro revolucionário que transformou cineastas em artistas, colocando-os em pé de igualdade com mestres pintores e ícones da literatura.

Um filme deveria ter um começo, um meio e um fim, mas não necessariamente nessa ordem. Godard

Godard não foi o único a criar a Nouvelle Vague francesa, um crédito que ele divide com pelo menos uma dúzia de colegas, incluindo François Truffaut e Eric Rohmer, a maioria deles amigos da badalada e boêmia margem esquerda de Paris no final dos anos 1950.

No entanto, ele se tornou o ícone de um movimento, que teve repercussões no Japão, em Hollywood e, de forma mais improvável, no que era então a Tchecoslováquia comunista e no Brasil.

"Jean-Luc Godard, o cineasta mais iconoclasta da Nouvelle Vague, inventou uma arte resolutamente moderna, intensamente livre. Estamos perdendo um tesouro nacional, um olhar de gênio", tuitou o presidente da França, Emmanuel Macron.

Quentin Tarantino, diretor dos filmes cult "Pulp Fiction: Tempo de Violência" e "Cães de Aluguel", dos anos 1990, está entre uma geração mais recente de cineastas que assumiu o manto da tradição iniciada por Godard e seus colegas em Paris.

Anteriormente, veio Martin Scorsese, em 1976, com "Taxi Driver", o perturbador thriller psicológico iluminado por neon sobre um veterano da guerra do Vietnã que virou taxista e que passa a noite nas ruas com uma obsessão crescente pela necessidade de limpar Nova York.

"Descanse em paz, Jean-Luc Godard, um dos mais influentes cineastas iconoclastas de todos", disse o diretor de cinema Edgar Wright. "Foi irônico que ele mesmo reverenciasse o sistema de produção de filmes do estúdio de Hollywood, pois talvez nenhum outro diretor tenha inspirado tantas pessoas a pegar uma câmera e começar a filmar..."

Godard não era, entretanto, universalmente reverenciado. Entre seus críticos mais mordazes estava o falecido diretor sueco Ingmar Bergman, ele próprio um pioneiro no cinema europeu que talvez seja mais conhecido por seus filmes de 1957 "O Sétimo Selo" e "Morangos Silvestres".

"Nunca tirei nada dos filmes (de Godard). Eles se sentiam construídos, intelectuais falsificados e completamente mortos. Cinematograficamente desinteressante e infinitamente chato", disse ele uma vez em uma entrevista, de acordo com o site de sua fundação.

*Com informações da AFP e da Reuters