Liberdade sexual e quebra de narrativa: o que é a nouvelle vague?
Jean-Luc Godard morreu nesta terça-feira, aos 91 anos, e era o último diretor da nouvelle vague ainda vivo. O cineasta franco-suíço foi um dos protagonistas do movimento do cinema francês e é responsável por dezenas de filmes lançados durante a sua carreira de mais de meio século.
O termo nouvelle vague surgiu entre o final da década de 1950 e início dos anos 1960, na França. Em tradução literal para o português, a expressão significa algo como "nova onda" e começou a ser usada pelos principais críticos da revista "Cahiers du Cinéma", uma das maiores e mais influentes publicações sobre cinema até hoje. Godard era justamente um desses críticos.
À época, o cineasta era redator da "Cahiers du Cinéma ao lado de pessoas que também se tornaram grandes nomes do cinema, como François Truffaut. Juntos, os críticos da revista classificavam as produções contemporâneas como iguais e sem criatividade. Assim, André Bazin, um dos criadores da publicação, desafiou seus redatores a produzirem seus próprios longas.
Com a necessidade de inovação e serem contrários ao que Hollywood produzia, a nouvelle vague valorizava o chamado "cinema de autor", quando o diretor tem controle criativo de quase toda a produção, como roteiro, atuação, direção e mais.
O principal ponto em comum entre os diretores da nouvelle vague é a liberdade sob suas criações e o retrato do cotidiano, dificuldades do dia a dia e questões pessoais de cada um dos cineastas. Entre os temas abordados, é bastante comum que os filmes tenham assuntos como liberdade sexual e o pós-guerra.
Técnicas inovadoras de movimentações de câmera e de montagem são algumas das principais características do movimento, assim como a narrativa não linear. Na nouvelle vague, não há necessidade de contar uma história dentro de um tempo cronológico. A ruptura da estrutura natural de uma narrativa é algo comum.
Uma história deve ter um começo, um meio e um fim, mas não necessariamente nessa ordem.
Jean-Luc Godard
Entre os títulos mais importantes do movimento, se destacam: "Acossado" (1959) de Jean-Luc Godard, "Os Incompreendidos" (1959) de François Truffaut, "La Pointe Courte" (1954) de Agnès Varda e "A Religiosa" (1966) de Jacques Rivette.
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