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Diferente de outros, 'Orfã 2' é um filme de terror com razão de existir

"Órfã 2 - A Origem" traz Esther de volta em prelúdio - Diamond Films/Divulgação
'Órfã 2 - A Origem' traz Esther de volta em prelúdio Imagem: Diamond Films/Divulgação

15/09/2022 04h00

Quando anunciado, "Orfã 2: A Origem" fez os fãs de filmes de terror se perguntarem "qual a necessidade disso?". Não vamos nos enganar, o primeiro longa, chamado "A Órfã" e lançado em 2009, ficou famoso não por entregar boas atuações e um roteiro excepcional, mas sim pela sua inesquecível reviravolta: Esther, a garotinha com traços de psicopatia, era na verdade uma mulher de 30 anos com uma condição física que a deixava com corpo de criança.

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A grande revelação chocou o público, mas acabou por aí. Parecia não existirem mais motivos para mais filmes da mesma história e, como Esther morreu ao final do longa, uma continuação estava fora de cogitação. Então, 12 anos depois, chegou aos cinemas "Orfã 2: A Origem" faz o contrário e, ao invés de olhar para frente, mostra o que veio antes do primeiro filme e entrega um prelúdio da história de Esther.

O cinema está cheio de produções que explicam "o que veio antes", também conhecidos como "filmes de origem". Nesses títulos, é apresentado o caminho percorrido pelos personagens para se moldarem e se tornarem quem conhecemos. É o caso de "X-Men Origens: Wolverine" (2009), "Hannibal - A Origem do Mal" (2007), entre vários outros que, sejamos sinceros, não serviram para muita coisa. Não é o caso de "Orfã 2: A Origem".

Dirigido por William Brent Bell, o longa é novamente estrelado por Isabelle Fuhrman, a atriz que chamou a atenção do cinema quando interpretou a pequena assassina do primeiro filme. Agora, com 25 anos, ela teve o desafio de viver novamente uma mulher de 30 no corpo de uma criança de nove. Complexo, e tinha tudo para dar errado, mas Fuhrman, assim como todo o elenco entendeu a intenção da produção e fizeram ela dar certo.

'Órfã 2 - A Origem' é sequência do terror 'A Órfã', de 2009 - Diamond Films/Divulgação - Diamond Films/Divulgação
'Órfã 2 - A Origem' é sequência do terror 'A Órfã', de 2009
Imagem: Diamond Films/Divulgação

O objetivo de "Orfã 2: A Origem" é não se levar a sério, e uma vez que o público entende isso, a diversão é garantida.

Desta vez, o roteiro acompanha Esther fugindo de maneira esdruxula de uma espécie de hospital psiquiatrico no leste europeu e vislumbrando a possibilidade de uma nova vida nos Estados Unidos. Para isso, ela se diz filha do casal Allen e Tricia Albright (Rossif Sutherland e Julia Stiles). Uma vez no país, Esther vai morar com os "pais" em uma mansão, junto com o seu "irmão mais velho".

Durante os primeiros 40 minutos somos levados a acreditar que assistiríamos a mais do mesmo, uma espécie de "repaginada" no primeiro filme. No entanto, uma reviravolta (e das boas) mostra que nada é como imaginamos e é preciso abraçar a galhofa.

Contar detalhes é estragar a experiência do público, que pode se surpreender e também se divertir em diversos momentos ao decorrer do longa. Além disso, é engraçado notar a tentativa da produção de esconder que Isabelle Fuhrman tem 1,60m de altura; são diversos truques de câmera, dublês de corpo e, o melhor de tudo, sapatos plataforma para que o resto do elenco ficasse bem mais alto que ela.

"Orfã 2: A Origem" acerta em entender que seria impossível repetir o impacto do primeiro filme e que a sua grande chance de sucesso estava justamente na criatividade em um longa de origem. Se o público de permitir, é possível se entreter bastante com o longa que, provavelmente, encerra a história de Esther, já que uma terceira produção não parece mais ter espaço.