Topo

Leandro Lehart cometeu ato escatológico durante estupro, relata vítima

Leandro Lehart foi condenado a quase dez anos de prisão por estupro e cárcere privado; ele recorre em liberdade - Reprodução/Instagram
Leandro Lehart foi condenado a quase dez anos de prisão por estupro e cárcere privado; ele recorre em liberdade Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

18/09/2022 23h25

Rita de Cássia Correia, a mulher que acusa Leandro Lehart de estupro e cárcere privado, falou sobre o caso e sobre os traumas com que lida desde então em entrevista que foi ao ar hoje no "Fantástico".

Ela conta que já havia tido relações sexuais com o músico antes do estupro, e que ele nunca havia sido violento. Em 2019, no entanto, Leandro mudou de postura, a imobilizou e submeteu a uma situação degradante que a reportagem descreveu como "um ato grotesco e escatológico de violência".

"Quem tem que ter vergonha não sou eu, é ele", afirma.

A relação dos dois começou em 2017, quando Rita mandou uma mensagem elogiando o trabalho de Leandro e foi convidada à casa do músico para tocar piano e conhecer o estúdio. A casa fica numa região nobre da zona norte de São Paulo.

Em cinco encontros, houve relações sexuais: "Sempre muito educado, muito gentil, muito cortês", descreve Rita na entrevista.

Em 2019, no entanto, os dois estavam no quarto do músico quando ele sugeriu que fossem ao banheiro. Lá, segundo Rita, Leandro adotou uma postura agressiva, a imobilizou e cometeu o ato:

"Na minha boca. Já comecei a me debater pedindo para ele parar e tentando tirá-lo de cima de mim, mas eu não conseguia. Ele ainda se masturbou até chegar ao orgasmo."

Em seguida, ele a deixou trancada no banheiro: "Gritava para ele me deixar sair de lá, e ele não deixava. 'Só vou te deixar sair daí quando você se acalmar para a gente poder conversar'".

"Ele disse que eu poderia fazer com ele da mesma forma porque eu estava exagerando, que eu ia ver que não é assim. Que só da primeira vez que eu iria ficar assim, assustada."

Rita diz que Leandro passou a questionar se ela esperava um relacionamento sério e proferiu ofensas racistas: "O que você acha que eu gostaria de uma negrinha como você?"

Ela conta que, após o episódio, desenvolveu sérios problemas emocionais, perdeu o emprego e tentou suicídio: "Me joguei de um lance de escadas muito grande ali no desespero, querendo fugir de tudo o que eu estava passando".

Cerca de seis meses depois do ocorrido, Leandro Lehart voltou a procurar Rita: "Por mensagens, ele começou a se redimir sem assumir a sua culpa numa confissão".

Em mensagem, o músico teria dito: "Se te humilhei sexualmente e você está nessa situação, eu assumo isso. Com muita vergonha, mas assumo. Porque fiz isso com uma mulher, em troca do meu prazer. Fui egoísta. Se você se sentir no direito de me denunciar, faça. Não ficarei chateado".

Ela afirma, ainda, que Leandro lhe deu dinheiro em três ocasiões, em valores entre R$ 900 e R$ 200. Em outubro de 2020, ele registrou um boletim de ocorrência dizendo que estava sendo chantageado ou extorquido.

O fundador do grupo de pagode Art Popular foi condenado a quase 10 anos de prisão por estupro e cárcere privado. Ele recorre da decisão em liberdade, e seus advogados se pronunciaram sobre o caso nas redes sociais de Leandro:

"A defesa técnica de Leandro Lehart, em atenção aos pedidos da imprensa por comentários, informa que o caso corre em segredo de Justiça e ainda pende de decisão final, o que impede maiores considerações quanto aos fatos. De toda sorte, Leandro e seus advogados seguem confiantes no Poder Judiciário e que a verdade prevalecerá, com sua consequente absolvição", diz a nota.

Na legenda da publicação, ele diz que está sendo vítima de uma "grande injustiça" e que crê que a Justiça prevalecerá no final das investigações.