Gottino, Evaristo, Carla Vilhena e ex-CEO: quem também já deixou a CNN

A demissão de Daniel Adjuto pela CNN Brasil, ainda não explicada oficialmente pelo canal de notícias, representa mais uma baixa na formação original da emissora. Vindo do SBT, Adjuto estava na CNN desde antes da estreia do canal, que passou a ir ao ar a partir de março de 2020.

Na CNN, o âncora iniciou a sua trajetória em Brasília e veio posteriormente para São Paulo, se destacando à frente do "Live CNN Brasil", jornal descontraído, sem terno e gravata, concebido inicialmente para o casal Phelipe Siani e Mari Palma. O substituto será Evandro Cini, que passa a fazer dupla com Marcela Rahal.

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Mas Daniel Adjuto não é o único do time original da CNN a não fazer mais parte do canal dois anos e meio após a estreia. De grandes apostas como Reinaldo Gottino e Evaristo Costa ao próprio fundador do canal, Douglas Tavolaro, que deixou o posto de CEO um ano após a inauguração oficial, diversos nomes da estreia não estão mais na emissora.

Reinaldo Gottino

Dois anos depois, talvez parte do público nem mais se lembre, mas Reinaldo Gottino, apresentador do "Balanço Geral", da Record TV, foi uma das principais apostas da CNN Brasil na estreia do canal.

A passagem de Gottino pela CNN foi marcada por um entrevero com a advogada Gabriela Prioli, que participava do quadro "O Grande Debate". Cabia ao jornalista mediar os debates entre pessoas com pensamentos opostos, exibidos dentro do "CNN Novo Dia", o matinal da emissora.

Prioli se incomodou por acreditar, numa discussão com Tomé Abduch, que Gottino estava sendo debatedor, tomando partido do seu adversário. Hoje, como tanto Gottino quanto Prioli já disseram em entrevistas recentes, está tudo bem entre os dois.

Ainda em 2020, o jornalista aceitou uma proposta para voltar para a Record e reassumir o "Balanço Geral", que ele aceitou. Seu substituto foi Rafael Colombo, que deixou a Band para apresentar o "Novo Dia" e segue até hoje na CNN Brasil.

Caio Coppolla e os ex-debatedores

O formato de "O Grande Debate" previa um enfrentamento matinal de ideias entre Gabriela Prioli, advogada tida como à esquerda do espectro político, e Caio Coppola, comentarista político à direita que chegou à CNN vindo de uma passagem de destaque pela Jovem Pan.

No final, Prioli e Coppola debateram por apenas dois dias. Na quarta-feira da primeira semana, o comentarista ficou doente e não voltou mais ao quadro. A advogada e Tomé Abduch seguiram debatendo por alguns dias até que o quadro deixou a programação matinal da CNN.

Hoje, Tomé é candidato a deputado estadual em São Paulo pelo partido Republicanos, que apoia Jair Bolsonaro (PL) a presidente. Coppola voltou para a Jovem Pan.

Quem também disputa as eleições deste ano é o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho.

O defensor foi adversário de Coppola em uma segunda formação de "O Grande Debate", que voltou na programação noturna. Botelho tenta uma vaga de deputado federal de São Paulo pelo PSB, partido de Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Atualmente, "O Grande Debate" não conta com debatedores fixos, mas sim com políticos e representantes de entidades, que debatem entre si os temas na programação do canal. Gabriela Prioli segue na CNN, mas no entretenimento, com o programa de entrevistas "À Prioli".

Alexandre Garcia

Após as mudanças no "Grande Debate", a CNN voltou a apostar em opinião na faixa das manhãs. Fora da TV após décadas na Globo, o experiente jornalista foi contratado para outro formato que propunha um nome à direita e um à esquerda.

No "Liberdade de Opinião", Garcia conversaria com o âncora Rafael Colombo sobre os principais temas do dia, representando o nome mais à direita do espectro político. Em outro momento do jornal, separadamente, seria a vez de Sidney Rezende, representando o pensamento oposto.

A passagem de Alexandre Garcia pela CNN foi marcada por tensões entre ele e Colombo, especialmente pelo posicionamento negacionista do comentarista a respeito de temas como a vacina contra a covid-19. O jornalista acabou dispensado pela CNN Brasil e hoje faz participações em alguns veículos, especialmente na concorrente Jovem Pan News.

Sidney Rezende segue na CNN, mas como âncora de telejornal. Atualmente, o "Liberdade de Opinião" conta com os comentaristas Fernando Molica, Bóris Casoy e Alexandre Borges.

Evaristo Costa

Uma das contratações mais rumorosas do período de implementação da CNN Brasil, o jornalista Evaristo Costa foi pouco presente na tela do canal de notícias. O ex-global, que vive em Londres, gravava as cabeças do semanal "CNN Séries Originais". Da cidade inglesa, introduzia as matérias do programa de reportagens especiais.

A sua saída da CNN Brasil foi tão comentada quanto a contratação. Evaristo criticou a CNN afirmando ter descoberto que o "Séries Originais" deixaria a grade por uma chamada em que o programa não aparecia entre as atrações listadas. O contrato do âncora foi rescindido e Evaristo está processando o canal.

Carla Vilhena

Com a emissora já no ar, a CNN promoveu uma série de contratações de nomes com passagens marcantes pela TV Globo. Foram contratados nessa leva Carla Vilhena, Glória Vanique e Marcio Gomes.

Do trio, quem segue fazendo o que foi chamado para fazer é Gomes, que apresenta o "CNN Prime Time". Vanique migrou para o entretenimento da emissora e Carla, após um período apresentando o "Visão CNN", pediu demissão em março deste ano.

Douglas Tavolaro

Diretor com anos de estrada na Record TV, Douglas Tavolaro é cofundador da CNN Brasil ao lado do empresário Rubens Menin. Na formulação originalmente apresentada ao mercado, Menin seria o sócio-investidor e o presidente do Conselho de Administração, enquanto Tavolaro seria o CEO e estaria à frente do negócio.

Um ano depois, às vésperas do aniversário de um ano da CNN, a sociedade foi desfeita. Rubens Menin anunciou que a sua família comprou a participação de Tavolaro no canal e se tornou a única proprietária do negócio. Algumas semanas depois, o empresário decidiu por Renata Afonso, ex-diretora de uma rede de afiliadas da Globo no interior de São Paulo, como nova CEO.

Já o ex-sócio estaria planejando um novo projeto no mercado de comunicação para 2023. Segundo o colunista de Splash Ricardo Feltrin, Douglas Tavolaro é o nome mais cotado para comandar a vinda da rede americana CBS, que pretende reativar atividades no Brasil no próximo ano.