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Jornalista que deixou JP já criticou postura de Bonner e defendeu Bolsonaro

De Splash, em São Paulo

21/09/2022 04h00

A jornalista Carla Cecato, de 44 anos, deixou a Jovem Pan ontem alegando divergências no vínculo. Ela diz que foi contratada para trabalhar duas vezes por semana, mas estava sendo exigida para atuar diariamente nos programas do grupo e, dessa forma, não valia a pena.

Apesar da saída, a apresentadora não descartou poder voltar à empresa por ter gostado do ambiente. A passagem de só três meses pelo grupo ficou marcada por críticas ao também apresentador William Bonner, da TV Globo, e defesas ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Splash traz para você quem é Carla Cecato e o que viralizou de suas declarações na curta passagem pela Jovem Pan.

Quem é Carla Cecato?

Carla Cecato nasceu em 15 de junho de 1978, no Rio de Janeiro. Ela cursou teatro antes de iniciar a carreira na televisão e se formou em jornalismo pela Faculdades Integradas Helio Alonso (RJ).

Na vida pessoal, a jornalista anunciou nas redes sociais, no fim de julho, o fim do casamento de 11 anos com o arquiteto Fabrício Frade. Ela é mãe de Bruno Cecato, de 11.

Início na TV

A novela "Malhação" (TV Globo) foi o pontapé oficial de Carla Cecato na televisão. Na temporada de 1995, ela interpretava a personagem Raquel.

Ela trabalhava como a secretária da personagem Paula Prata (Silvia Pfeifer) em uma academia. Sua passagem na trama durou apenas a primeira temporada.

Atriz das pegadinhas

No ano seguinte, Carla Cecato seguiu atuando como atriz nas famosas pegadinhas do "Domingão do Faustão".

Em vídeo viral do quadro, ela finge estar oferecendo testes de camisinha na rua. Ao abordar os homens, sua personagem dizia que uma amiga está dentro de uma cabine com o intuito de ensinar a utilizar o preservativo.

Quando as vítimas entravam na cabine, eram surpreendidos por uma mulher bem diferente do que estavam imaginando e saíam correndo.

Entrada no jornalismo

Na reta final do curso de jornalismo, Carla Cecato foi contratada pelo SporTV (TV Globo), em 1998, para trabalhar na produção dos programas "Feel Good" e, posteriormente, "SporTV News".

Em 2004, a jornalista decidiu deixar a emissora global para embarcar na proposta do grupo Bandeirantes para atuar como repórter do "BandNews RJ", "BandNews TV" e "Jornal do Rio".

16 anos na RecordTV

A chegada de 2005 trouxe para Carla Cecato a proposta para trabalhar na RecordTV. Assim, ela inicia dentro do canal atuando como repórter entre os programas "Jornal da Record, "RJ Record", Repórter Record", "Câmera Record" e "Domingo Espetacular".

Após trabalhar na cobertura das Olimpíadas de Pequim 2008, a jornalista recebeu a oferta para ser correspondente internacional da emissora do bispo Edir Macedo em Londres, na Inglaterra.

Em 2009, no entanto, ela retornou ao país com o desafio de assumir o posto de apresentadora do "Fala Brasil" ao lado da apresentadora Roberta Piza.

Três anos depois, Carla Cecato acabou sendo substituída pela jornalista Adriana Reid no "Fala Brasil" e foi reintegrada como repórter especial do "Domingo Espetacular". A apresentadora retornou à bancada do jornalístico matinal em 2015 e trabalhou até metade de 2017.

Em seguida, a jornalista ficou no comando do "SP Record" até o seu fim, no início de 2018, e voltou a ter nova oportunidade de retornar ao "Fala Brasil".

No ano passado, Carla Cecato se despediu do "Fala Brasil", oficialmente, por uma demissão. Em entrevista ao UOL, ela não escondeu que ficou surpresa com a decisão da emissora de Edir Macedo.

Um divórcio que não foi pedido por mim.
Carla Cecato

"A gente nunca espera, né? O programa de sábado ia bem, chegou a ficar em primeiro [em audiência] e empatar com a Globo, um trabalho hercúleo. Record é uma empresa da qual gosto muito, fiquei muito tempo e não imaginava a demissão. Tenho uma história, é quase um divórcio que não foi pedido por mim", completou.

Vida de empresária

Com a saída da RecordTV, Carla Cecato embarcou no projeto de se tornar empresária de loja de joias pelo "cansaço de ser empregada" dos outros.

"Cansei de ser empregada e funcionária. Não quero mais pedir emprego, quero gerar oportunidades", desabafou ela, ao site Notícias da TV.

O lado empreendedor de jornalista começou a aflorar poucos dias antes da demissão na emissora do bispo Edir Macedo. Um convite para exibir as joias mostradas na TV mexeu com sua cabeça.

"Uma semana antes de eu ser demitida da Record, fui procurar um fornecedor para começar a vender as peças que usava na TV. Elas não eram emprestadas da TV, eram minhas. Muitas pessoas ligavam para a emissora para perguntar de onde era meu brinco, colar ou anel. Resolvi ir até um fornecedor primário para poder revender", contou.

"Comecei a ir um pouco mais fundo nessa história e percebi que há muitas outras mulheres —pelas mensagens que recebi no Instagram— que se compadeceram da minha situação e se colocaram no meu lugar, porque estavam passando pela mesma coisa: desempregadas e precisando ajudar em casa", relembrou.

Inicialmente, ela tinha ideia de abrir uma loja virtual e vender pelo Instagram as peças que utilizava na televisão. Com a alta procura das peças, a jornalista embarcou no projeto de uma loja própria em São Paulo.

Chance na Jovem Pan

Após defender o presidente Jair Bolsonaro (PL), em junho passado, Carla Cecato ganhou convite de voltar à TV no programa "Talk Show" e passou a conciliar com sua rotina de empresária. Ela assumiu a vaga da apresentadora Antônia Fontenelle, que deixou a atração para concorrer ao cargo de deputada federal pelo Rio de Janeiro.

A oportunidade surgiu seis dias após chamar atenção com uma fala favorável ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no programa "Linha de Frente", da Jovem Pan News.

"Eu conversei com um dos maiores diretores de jornalismo da televisão brasileira, e ele me falou que, desde o governo Bolsonaro, não jorra mais dinheiro na imprensa. O Bolsonaro não manda dinheiro para emissoras de televisão. Por ética. O que acontecia em todos os governos? Os presidentes derramavam milhões de reais nas empresas jornalísticas para publicidade comercial do governo", disse a jornalista.

Barrada no pedágio

Dias depois de ganhar vaga fixa na Jovem Pan, Carla viralizou nas redes sociais por ter passado por uma situação um tanto constrangedora enquanto dirigia em um trecho da Rodovia dos Bandeirantes.

Por meio de seu perfil no Instagram, ela relatou que foi "barrada" no pedágio por estar sem dinheiro físico e "ficou indignada" ao saber que as cabines não tinham outras formas de pagamento, como Pix, cartão de crédito ou débito.

É inacreditável que as praças de pedágio ainda não aceitem cartão de débito, crédito ou Pix, apenas dinheiro em espécie! Fui barrada hoje.
Carla Cecato

"Gente, eu queria fazer um apelo. Vim passear de carro pela Bandeirantes e esqueci que eu estava sem dinheiro físico na carteira. E aí cancelei [a tag de cobrança automática] porque não estava viajando muito. Eu fui passar na cabine de pedágio, e não aceitam ainda débito, crédito, PIX? Ninguém mais anda com dinheiro em espécie, gente", completou.

Assim, a jornalista deixou o pedágio com uma declaração de cumprimento de pagamento para quitar a dívida.

Crítica a Bonner por confrontar Bolsonaro

No fim do mês passado, Carla Cecato se mostrou contrariada com o apresentador William Bonner por confrontar o candidato a reeleição à Presidência Jair Bolsonaro (PL) na sabatina realizada no "Jornal Nacional" (TV Globo).

Em entrevista ao programa "Pânico" (Jovem Pan), ela sugeriu que o colega de profissão havia recebido ordens da direção da Globo para, literalmente, interromper as falas do atual Presidente da República.

"Quando você estuda jornalismo, e hoje em dia não é mais obrigatório, o que é uma pena, você tem que respeitar a pessoa que você está entrevistando e deixá-la falar. Eles não o deixavam concluir uma frase. Parecia que ele estava ouvindo alguém falar no ponto: 'Corta ele'", acusou.