Topo

'Dahmer: Um Canibal Americano': quem foi o assassino que inspirou a série?

Jeffrey Dahmer assassinou 17 homens e garotos entre 1978 e 1991 - Reprodução
Jeffrey Dahmer assassinou 17 homens e garotos entre 1978 e 1991 Imagem: Reprodução

De Splash, em São Paulo

22/09/2022 04h00Atualizada em 04/10/2022 15h40

Já está disponível na Netflix a minissérie de crime real "Dahmer: Um Canibal Americano", dirigida por Ryan Murphy e protagonizada por Evan Peters.

Mas você conhece a história real que inspirou a produção?

A série é baseada no caso do serial killer Jeffrey Dahmer, que matou 17 homens e adolescentes nos Estados Unidos entre os anos 1978 e 1991. As vítimas tinham entre 14 e 32 anos e eram em sua maioria pessoas à margem da sociedade: LGBTQIA+, homens negros, asiáticos ou indígenas e de baixo poder aquisitivo.

Os assassinatos seguiam um padrão

Ele atraía as vítimas para sua casa prometendo dinheiro ou sexo, as dopava, estuprava e estrangulava até a morte. Em seguida, removia a carne dos ossos e guardava algumas partes como recordação.

Conhecido como o "canibal de Milwaukee", Dahmer guardava partes das vítimas na geladeira ou preservadas com substâncias químicas. Em depoimento à polícia em 1992, ele disse que comia a carne das pessoas que havia matado. Segundo o detetive Dennis Murphy, ele admitiu que fritou o bíceps de um homem e comeu com amaciante para carnes: "Ele disse que tinha o mesmo gosto de carne vermelha".

Infância e primeira vítima

Jeffrey Dahmer tinha um pai ausente dedicado à carreira acadêmica e uma mãe que lidava com dependência química de remédios. Os colegas de escola perceberam que ele era alcoólatra aos 15 anos, e posteriormente Dahmer afirmou que bebia para lidar com os próprios pensamentos perturbadores.

Aos 16 anos, teve sua primeira fantasia sobre matar um praticante de corrida que achava atraente. Ele chegou a se esconder com um taco de beisebol no trajeto que a vítima fazia, mas teve os planos frustrados porque o atleta não saiu de casa naquele dia.

Em 1978, três semanas após se formar na escola, Jeffrey Dahmer cometeu seu primeiro assassinato. Ele viu um jovem de 18 anos chamado Steven Hicks pedindo carona na beira da estrada, e o convidou para sua casa. Os dois ficaram ouvindo música e bebendo por algumas horas, e quando o jovem se levantou para ir embora Dahmer o atacou com um haltere de 5 kg. Em seguida, o estrangulou até a morte com a barra do objeto.

Jeffrey Dahmer então despiu o cadáver e se masturbou. Ele dissecou o corpo em seu porão no dia seguinte e chegou a enterrá-lo em seu quintal, mas depois dissolveu a carne com um ácido e destruiu os ossos com uma marreta — método que continuou praticando em suas próximas vítimas.

Depois, ele fez no mínimo outras 16 vítimas

Dahmer chegou a se matricular na faculdade, mas largou o curso após três meses devido aos seus problemas com o alcoolismo. Seu pai o obrigou a se alistar no exército, mas o álcool também atrapalhou seu desempenho e ele recebeu uma dispensa honrosa em 1981, quando estava na Alemanha. Mais tarde, dois militares afirmaram terem sido estuprados por ele.

De volta aos Estados Unidos, ele foi morar na casa da avó, e lá fez novas vítimas. Ele as procurava em bares e saunas gays, e alguns se prostituíam. Era o caso, por exemplo, de James Doxtator, um adolescente indígena de 14 anos.

Em 1988, a avó pediu que Dahmer se mudasse porque não gostava que ele levasse homens para sua casa, e também porque o cheiro vindo de seu quarto era muito forte. Quando se mudou, levou consigo a cabeça e o pênis de uma das vítimas preservados em acetona.

Nos anos seguintes, ele passou a exibir fotos das vítimas nuas em seu apartamento, e desenvolveu técnicas para deixá-las num estado de torpor submisso: ele injetava ácido clorídrico em seus cérebros.

Jeffrey Dahmer foi preso em 1991 e morreu na cadeia três anos depois.

O serial killer foi capturado quando uma de suas vítimas, Tracy Edwards, conseguiu escapar. Ele fingiu que estava cooperando com Dahmer e aproveitou um momento de distração para fugir.

Ele encontrou dois policiais e os levou até a casa do assassino. Lá, encontraram quatro cabeças decepadas, sete crânios, dois corações humanos, um torso humano, dois esqueletos inteiros, dois pênis preservados e outras partes dos corpos das vítimas.

Dahmer recebeu 17 sentenças de prisão perpétua e no dia 28 de novembro de 1994 foi espancado até a morte por outro detento da prisão de segurança máxima Columbia Correctional Institution.

Em 2015, o responsável por sua morte explicou ao jornal New York Post que Dahmer costumava esculpir membros decepados com a comida, usando ketchup como sangue falso para perturbar os outros presos:

"Ele colocava essas coisas em locais onde os outros veriam. Ele ultrapassou o limite com algumas pessoas: prisioneiros, funcionários do presídio. Algumas pessoas estão arrependidas na prisão, mas ele não era uma delas."