Por onde anda Akon, fenômeno do hip hop nos anos 2000?
Entre 2006 e 2010, era impossível escapar de Akon. O americano de ascendência senegalesa dominou as paradas brasileiras com um sucesso atrás do outro. Seus clipes eram quase uma atração fixa em programas como o TVZ, do canal Multishow.
Primeiro veio "Lonely". Depois, "Smack That", em parceria com Eminem. Aí veio "I Wanna Love You" com Snoop Dogg, "The Sweet Escape" com Gwen Stefani, a romântica e melódica "Don't Matter" e muitas outras depois dessas.
Na época, rolou até apresentação no "BBB 10" (TV Globo) e no "Domingão do Faustão" (TV Globo), além de um dueto com Negra Li na versão brasileira da música "Beautiful".
Em 2009, Akon foi um dos responsáveis por lançar Lady Gaga ao estrelato. A cantora era uma das contratadas da gravadora Kon Live, fundada pelo artista. Ele, inclusive, empresta sua voz e aparece no clipe do primeiro grande sucesso de Gaga: "Just Dance".
No entanto, depois de 2010, pouco se ouviu falar em Akon. Seu último grande sucesso foi "Hold My Hand", uma parceria com Michael Jackson que ainda toca de vez em quando nas rádios.
O sumiço pode ser explicado pela pausa de três anos que o cantor decidiu dar na carreira antes de voltar à ativa em 2013. "Eu dei espaço para muitas pessoas brilharem", disse ele em entrevista ao jornal Daily Star, alegando o porquê de ter interrompido suas atividades. Depois de voltar com vários lançamentos, porém, Akon não recuperou o status de "sensação" do hip hop.
O que fez o nome dele voltar à mídia foi seu projeto de construir uma cidade como Wakanda, no Senegal, e a criação de sua própria criptomoeda, a Akoin.
Saiba o que Akon vem fazendo nos últimos anos:
Fase reggaeton e show no Brasil
Em 2019, Akon lançou seu primeiro álbum em 11 anos, "El Negreeto". No disco, o cantor apostou no reggaeton e fez parcerias com artistas do gênero, como a brasileira Anitta na música "Boom, Boom". Pitbull, Becky G e Farruko também participaram do projeto.
Em outubro daquele ano, Akon se apresentou em São Paulo, no On Music Festival, no Estádio do Canindé. Em vídeos publicados pelo público, porém, é possível perceber que o cantor quase não fez questão de disfarçar o playback.
Em sua passagem pelo país, Akon foi tietado pelos jornalistas Mari Palma e Philippe Siani em uma academia na zona sul de São Paulo e posou usando a camisa do Corinthians.
Akon City, a "nova Wakanda"
Em 2020, Akon anunciou que construiria uma cidade nos moldes de Wakanda, país fictício do filme "Pantera Negra", no Senegal, país onde ele passou parte da infância.
De acordo com o jornal Washington Post, a construção da AkonCity custará US$ 6 bilhões ou mais de R$ 31 bilhões. A cidade ficará localizada na vila costeira de Mbodiène, no litoral do Senegal, a cerca de 100 km da capital Dacar.
Em agosto de 2020, a pedra fundamental da AkonCity foi lançada pelo cantor ao lado do Ministro do Turismo e de Transportes de Senegal, Alioune Sarr.
O projeto é ambicioso: uma cidade futurística de cerca de 500 hectares, com um hospital moderno de 5.000 leitos, residências luxuosas, estúdios para produções cinematográficas e musicais, hotéis, restaurantes, escolas, arranha-céus, shopping e pista de pouso.
Tudo isso dividido em distritos como "Distrito da Tecnologia", "Distrito da Educação", "Distrito da Saúde e Segurança" e "Senewood", um jogo de palavras com a capital americana do showbusiness, Hollywood.
Akon também pretende que a moeda local seja sua criptomoeda, Akoin. Hoje, uma moeda Akoin vale US$ 0,008 ou R$ 0,04, de acordo com o site Coinbase.
Em 2020, o cantor afirmou que a primeira fase de construção teria início em 2021 e seria concluída até 2023. No entanto, em fevereiro desse ano, Akon disse que a construção da cidade começaria daqui alguns meses. Por enquanto, não há muitas novidades concretas sobre a AkonCity.
Em janeiro deste ano, Akon foi processado por um ex-sócio em milhões de dólares. Devyne Stephens alega que o projeto da AkonCity e a Akoin têm características de esquema de pirâmide e podem ser parte de um esquema fraudulento de arrecadação de dinheiro.
Para o site Page Six, um representante do cantor disse que as falas de Stephens não passam de "insinuações e especulações" e que Akon está "orgulhoso" de seu trabalho no Senegal.
Essa não é a primeira empreitada social do artista. Em 2014, ele já havia lançado o projeto Akon Lighting Africa. De acordo com o (extinto) site da iniciativa, o Akon Lighting Africa levou soluções de energia solar para vilarejos em 14 países africanos.
O 2022 de Akon
Nos últimos meses, um remix de "Bananza (Belly Dancer)", música lançada em 2009, viralizou com uma dancinha no TikTok.
O cantor tem algumas apresentações marcadas para os próximos meses em países como Malta, Egito, Nova Zelândia e Austrália.
Akon também vem lançando alguns singles esporadicamente, mas nada que tenha alcançado o nível de sucesso de sua era de ouro nos anos 2000.
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