'The White Lotus' vai para Sicília em trama de sexo e com volta de Tanya
Ninguém sabe a fórmula de tanto sucesso (e Emmys) da série "The White Lotus" (HBO Max), como admite a Splash o criador da trama, Mike White. Com a primeira temporada gravada no auge da pandemia do coronavírus, a trama conquistou o mundo todo - que não tinha muitas opções além de maratonar, comer, beber e sonhar com a vacina.
A boa notícia de tempos ainda pandêmicos, é verdade — mas muito menos soturnos — é que a segunda temporada estreia em 30 de outubro e pudemos ver de pertinho as gravações do que promete ser mais um show de humor ácido com pezinho em comédia de absurdos. Agora em outro cenário de sonho de qualquer viajante: a ilha da Sicília.
Rumo à Itália
Se na primeira temporada, tudo acontecia em um resort no Havaí, desta vez é hora de respirar ares mais mediterrâneos — grande parte da trama se desenrola em um luxuoso hotel de Taormina, mas também há cenas pelo resto da Sicília e em Roma.
David Bernad, produtor da série e fiel escudeiro de White, conta que, após rodar por cidades na França e no resto da Itália, foi a cultura siciliana que mais casou com o tema que fervilhava para o roteiro da segunda temporada: sexo.
Não o ato em si, mas como ele é usado como ferramenta de poder em diversos relacionamentos, como de casais, amigos, colegas de trabalho, família. Óbvio? Não espere menos do que abordagens surreais sobre coisas que nem a autoajuda conseguiu esgotar. "Vai surpreender", garante Dave.
O retorno de Tanya
Se o leitor chegou até aqui atrás de spoilers, um é revelado quase que sem querer: teremos mais um corpo assombrando os primeiros momentos da trama. Mas nem uma ponta deste novo mistério escapa de Mike White (nem mesmo depois de um dia todo de gravações e uma conversa ansiosa com jornalistas).
Para Splash, ao acompanhar a gravação de algumas das cenas e assistir aos primeiros episódios, fica claro que a ideia é, mais uma vez, falar aos "esquisitos", oprimidos, tímidos, incompreendidos — todos uma mistura de alter ego do criador e altas cargas pessoais do elenco, que se sente livre para pirar.
Para alegria dos fãs da primeira temporada, Jeniffer Coolidge está de volta. Desta vez, Tanya já está casada — e já em crise — com Greg (Jon Gries) por sua atribulada vida profissional. Agora nas mãos de sua esforçada assistente Portia (Haley Lu Richardson).
Musa inspiradora e amiga de longa data de White, Jennifer Coolidge, que ganhou seu primeiro Emmy graças à série, não esperava tamanho sucesso de sua personagem e confessa que foi com surpresa que Mike a convocou para mais uma maratona de gravações, desta vez do outro lado do Atlântico.
Avoada como muitas de suas personagens, Jennifer reconhece as semelhanças com Tanya: "Mike escolhe o que eu tenho de mais ridículo", conta.
Ao contrário da sensualíssima "mãe do Stifler", em "American Pie", Tanya foi construída pelo improviso, cena a cena, e é uma combinação de exageros, fobias e enormes expectativas para o amor que Jennifer reconhece fazerem parte de seus maiores defeitos.
Para quem espera uma personagem redimida dos pecados do Havaí, a esperança é mesmo torcer pelo casamento com Greg - que estava mesmo doente e que teve ajuda da doida amada. O personagem de Jon Gries, no entanto, segue um grande mistério — até para o próprio ator.
Sexo à siciliana
A exemplo da primeira temporada, histórias paralelas dos hóspedes do hotel correm até se encontrarem em algum momento. De um lado, histórias bem americanas. De outro, a reação italiana — ao estilo Fellini, como é possível ver desde os primeiros episódios, aos quais Splash teve acesso.
Em um núcleo, dois casais partem para uma viagem entre amigos: um par de bem-nascidos muito sexuais e misteriosos Cameron e Daphne Babcock (vividos por Theo James e Meghann Fahy) e Harper e Ethan Spiller, com grana recente, menos passionais e adeptos da verborragia — espere uma infinidade de DRs interpretadas por Aubrey Plaza e Will Sharpe nesta disputa de "qual é o casal mais feliz?".
No mesmo hotel, um trio em diferentes fases de crises masculinas: o avô Bert Di Grasso (F. Murray Abraham, vencedor do Oscar por "Amadeus"), em busca de suas raízes no que parece ser sua última viagem da vida; o filho Dominic Di Grasso (vivido por Michael Imperioli, o eterno Chris Moltesanti de "Os Sopranos"), um ambicioso empresário de Hollywood atrás de sexo fácil; e neto Albie Di Grasso (Adam DiMarco), um jovem sensível. Na família testosterona, não faltam debates sobre virilidade, masculinidade tóxica e, claro, muita vontade de se autoafirmarem machos viris até o fim.
Bem próximas a eles estão as representantes italianas do elenco: Valentina (Sabrina Impacciatore), a gerente do hotel que inferniza — mas também alimenta uma paixão secreta — por Lucia e Mia, duas prostitutas empoderadas vividas por Simona Tabasco e Beatrice Granno, respectivamente.
Espere muitas cenas tensas, divertidas e sensualíssimas pelos belos cenários da que se autonomeia "a mais bela cidade da Sicília".
Como na primeira temporada, nas férias "perfeitas" de quem chega ao "The White Lotus", tudo pode acontecer. Basta Mike White pinçar aquele desconforto, segredo ou loucura que os personagens guardam e que nesta hora liberam para um público já cativo acompanhar.
*A jornalista viajou a convite da HBOMax
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.