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Golpista que se passou por agente de Hollywood pode pegar 20 anos de prisão

Hargobind Tahilramani enganou mais de 300 pessoas em Hollywood - Reprodução Instagram
Hargobind Tahilramani enganou mais de 300 pessoas em Hollywood Imagem: Reprodução Instagram

Colaboração para Splash, de São Paulo

24/09/2022 07h34

O indonésio que aplicou diversos golpes se passando por personalidades de Hollywood pode receber até 20 anos de prisão, de acordo com o jornal The Times. Hargobind Tahilramani ficou conhecido como 'a Rainha Golpista de Hollywood' (tradução livre), devido à produção do podcast batizada de 'Chameleon: Hollywood Con Queen'. Ele enganou mais de 300 vítimas.

O acusado de 42 anos foi preso em novembro de 2020, na Inglaterra, num pequeno hotel da cidade de Manchester, após um ano de investigação do FBI. Desde 2013 ele aplicava golpes em pessoas que tinham interesse na indústria do cinema. A estimativa é que ele tenha faturado US$ 1 milhão (R$ 5,24 milhões) com os crimes.

Tahilramani assumia a identidade de executivos de Hollywood, incluindo famosos de séries como Star Wars ou de grandes produtoras como Sony e Paramaount, em mensagens de texto, e-mails e ligações telefônicas enganando atores, maquiadores, roteiristas, fotógrafos, guarda-costas e outros profissionais ligados ao cinema.

Os golpes funcionavam com promessas de oportunidades de trabalho em produções milionárias na Indonésia e, em troca, pedia milhares de dólares para a cobertura de despesas, como com voos para a Ásia, dando a garantia do reembolso. Em um desses golpes, o indonésio chegou a convidar um ator para um teste de elenco falso para um filme do diretor Christopher Nolan.

Um dos golpes consistia em dizer para as vítimas que elas seriam levadas em passeios de pesquisa para os projetos para os quais haviam sido escaladas, e então teriam uma reunião com um executivo de Hollywood sobre seu trabalho.

A trama de Tahilramani começou a ser descoberta quando as vítimas passaram a cobrar o reembolso dos grandes estúdios de Hollywood. Em 2016, alguns executivos chegaram a contratar detetives particulares para descobrir a identidade do criminoso, ano em que Tahilramani se mudou para o Reino Unido. O FBI entrou no caso somente em 2019.

Hargobind atualmente enfrenta uma extradição para os Estados Unidos e oito acusações na América do Norte. O processo cita os crimes de roubo de identidade, fraude eletrônica e conspiração. O julgamento foi marcado para dezembro de 2021, mas teve que ser adiado para os dias atuais e deve durar até o final de novembro.

Numa audiência realizada nesta quarta-feira, Tahilramani, que está preso em Londres, disse que as acusações contra ele fazem parte de uma "conspiração" do governo americano e jornalistas.