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Por que escolha de Jade Picon para campanha foi considerada racista?

Jade Picon posou para campanha de marca de sapatos com estampas inspiradas na cultura africana - Reprodução/Instagram
Jade Picon posou para campanha de marca de sapatos com estampas inspiradas na cultura africana Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

28/09/2022 12h57

Jade Picon, 21 anos, foi criticada e acusada de racismo após a divulgação de imagens da campanha comemorativa de 50 anos da marca de sapatos Arezzo, em que aparece trajada com roupas e um sapato com estampa inspirada na cultura africana.

Para a campanha, a marca desenvolveu uma peça para cada década de sua existência, e a influenciadora foi uma das escolhidas para estampar as fotos da sandália comemorativa dos anos 70, feita pela marca Meninos Rei.

Em uma das postagens divulgando a peça nas redes sociais, a Arezzo usa a palavra "representatividade". Tanto a marca quanto Jade foram acusadas de racismo: a marca por escolher uma modelo branca para as fotos da campanha de um produto com referências à cultura africana, e Jade por não se recusar a participar da ação. Até agora, nenhuma das duas se pronunciou sobre a polêmica.

Além de Jade, as fotos promocionais da sandália também têm Clara Buarque, filha de Carlinhos Brown e neta de Chico Buarque e Marieta Severo.

A Meninos Rei, marca chamada para fazer o design da sandália que representa os anos 70, explicou sua inspiração num post no Instagram: "Nossa releitura contou com estampas étnicas hiper coloridas, um trabalho minucioso de patchwork, e referências ancestrais que fazem parte do nosso DNA. O convite nos deixou muito feliz, poder adentrar essa camada mostrando nosso trabalho, nossa arte, provou que podemos ocupar todos os espaços".

"Nossa inspiração para fazer essa releitura foi o que nos alimenta, nossa ancestralidade. As estampas africanas, o patchwork, o nó que faz a amarração foi uma alusão aos turbantes, coroas e símbolo de empoderamento feminino", diz a postagem.

Eles também compartilharam no Instagram uma postagem que diz: "A coleção da Arezzo não foi inspirada nas mulheres africanas. É uma campanha que rememora antigos produtos da marca e a Meninos Reis foi convidada a repaginar uma coleção dos anos 70 e vestir as modelos, na qual uma delas é a Jade Picon. Bem desonesto o que tão fazendo".

A postagem também afirma que as estampas com inspiração africana são parte da identidade da marca.

Outros, ainda, opinam que o objetivo da campanha era justamente gerar a polêmica: "Jade Picon é boi de piranha. Eles fazem isso porque sabem que, usando a indignação com o racismo como marketing, quem vai ser o alvo e ter que se explicar é ela — uma contratada. Quem tem que se explicar não é nem a marca como entidade, mas as pessoas que criaram a campanha".