Saudade do Síndico do Brasil? 6 LPs do Tim Maia para voltar aos bons tempos
Um dos maiores nomes da música brasileira, com uma das vozes mais potentes e reconhecíveis da nossa cultura, Tim Maia completaria 80 anos nesta quarta-feira (28).
Pioneiro e grande responsável por introduzir o soul e o funk no país, já nos anos 1960, Tim Maia exerceu uma enorme influência na Jovem Guarda e alguns dos seus principais nomes, como Roberto Carlos e Erasmo Carlos, e pelo resto de sua vida e até hoje segue influenciando inúmeros artistas, bandas e ritmos, desde o rock até a bossa nova.
Caçula de doze irmãos e de origem humilde, Sebastião Rodrigues Maia nasceu em 28 de setembro de 1942 e começou cedo no universo da música, entrando aos oito anos para um coral de igreja, e ganhando seu primeiro violão aos 12. Em 1959, antes mesmo de completar 17 anos, o carioca viajaria para os EUA, e ali entrou em contato com a soul music.
O ponto de virada veio quando Roberto Carlos, já um cantor consagrado, gravou "Não Vou Ficar", de autoria de Tim. A canção também fez parte da trilha sonora do filme "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa". O grande sucesso da faixa abriu portas para que Tim Maia pudesse partir, enfim, para um projeto solo.
De 1970 a 1973, quatro LPs homônimos trariam sua consagração definitiva. O primeiro disco vendeu mais de 200 mil cópias e trazia as faixas "Azul da Cor do Mar" e "Eu Amo Você".
Os álbuns seguintes, de influência disco, continham ainda sucessos atemporais como "Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)", "Gostava Tanto de Você" e "Réu Confesso", que caíram no gosto do público e animam festas até hoje.
Seus dois trabalhos seguintes são lembrados também por uma característica peculiar: a influência da polêmica Cultura Racional. Nessa época, Tim conheceu a doutrina e mergulhou fundo em suas ideias, mudando inclusive seu estilo de vida boêmio para um mais saudável e disciplinado. Anos depois, o músico se decepcionaria e abandonaria a seita.
Os anos 1980 viram Tim Maia reinar absoluto com hits como "Você e Eu, Eu e Você (Juntinhos)" e "Do Leme ao Pontal", e a arrebatadora parceria com Sandra de Sá em "Vale Tudo" e o lançamento do LP "O Descobridor dos Sete Mares", que além da música-título, também trazia a balada romântica "Me Dê Motivo".
A próxima década foi marcada por um volume impressionante de trabalho, com nove discos gravados em sete anos, além de muitos problemas de saúde. Tim Maia tornou-se notável na época por não aparecer ou atrasar o início dos shows e, com frequência, reclamar da qualidade do áudio das apresentações.
O intenso consumo de uísque, cocaína e maconha antes dos shows, que ele chamava de "triátlon", contribuiu, no final de sua vida, para questões de saúde relacionadas à obesidade, diabetes e problemas respiratórios.
Em sua última década de vida, Tim Maia entrou na fase mais prolífica e diversa da sua carreira, com a gravação de diversos discos por ano em diferentes estilos como bossa nova, funk, soul, baladas românticas, standards americanos e hinos dos grandes clubes cariocas. Em 1992, ganhou do seu amigo de longa data Jorge Ben Jor o apelido de Síndico do Brasil na canção "W/Brasil".
O adeus a Tim Maia veio em 15 de março de 1998. Uma semana antes, durante uma apresentação no Teatro Municipal de Niterói, ele passou mal e teve que deixar o palco numa ambulância. Após complicações cardiovasculares, faleceu devido a uma infecção generalizada.
Para você que é fã desse gigante, ou quer conhecer mais de sua obra, Splash separou seis discos essenciais.
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Disco de vinil Tim Maia (1970)
Preço: R$ 149,90
Disco de estreia do Tim Maia, traz canções já clássicas como "Primavera" e "Eu Amo Você". Lançado em 1970, o álbum foi sucesso de vendas e crítica, rendendo a Tim seu primeiro disco de ouro da carreira. Com influências do soul ao baião, foi considerado o 25º melhor álbum brasileiro de todos os tempos pela Rolling Stone.
Disco de vinil Tim Maia (1971)
Preço: R$ 168
Também considerado um dos cem melhores da discografia nacional pela revista "Rolling Stone", o segundo disco do músico traz "Não Quero Dinheiro (Eu Só Quero Amar)", "Você" e o clássico da bossa nova "Preciso Aprender a Ser Só". Tim Maia assina a produção do disco assim como a composição de grande parte de suas faixas.
Disco de vinil Tim Maia (1973)
Preço: R$ 157,59
Depois de um terceiro LP pouco inspirado (por questões pessoais) e de menor vendagem, em seu quarto disco, Tim Maia trouxe muito samba-soul, funk e ainda "New Love", a canção que gravou em seus anos vivendo nos EUA. Considerado um dos grandes momentos do cantor, o trabalho conta com "Réu Confesso" e "Gostava Tanto de Você".
Disco de vinil Tim Maia (1977)
Preço: R$ 336
Um dos primeiros discos de sua fase pós-Cultura Racional, esse trabalho de Tim Maia traz uma mescla de canções tanto em um clima disco-soul ("Pense Menos") ou um funk que diz a que veio ("Feito Para Dançar") até um rock vigoroso ("Ride Twist and Roll"). Mas o grande destaque fica para a faixa "Não Esquente a Cabeça" e sua composição genial.
Disco de vinil Disco Club
Preço: R$ 226,90
O álbum mistura o brilho e o glamour da disco em seu apogeu, com as raízes mais cruas de Tim Maia no soul e funk. Disco Club foi lançado em 1978 e traz alguns dos maiores sucessos de toda a carreira do Síndico, como "Acenda o Farol", "Jhony" e uma de suas obras-primas —"Sossego"—, marcando a volta do músico ao topo das paradas de sucesso.
Disco de vinil Nobody Can Live Forever: The Existential Soul of Tim Maia
Preço: R$ 449
Lançada há 10 anos, para comemorar o 70° aniversário de Tim, essa coletânea da gravadora Luaka Bop, de Nova York, ajudou a promover a obra do músico para um novo público estrangeiro. A divulgação contou com festas simultâneas em diversas cidades pelo mundo. O álbum duplo de 15 faixas traz "Que Beleza", "Ela Partiu" e "Do Leme ao Pontal".
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