Sexo a três e nudez: o que tem nos grandes filmes indicados só para maiores
O filme "Blonde" chegou à Netflix na última semana com a classificação indicativa para maiores de 18 anos, a mais alta no sistema adotado pelo Brasil. Entre os motivos para a indicação está o conteúdo sexual explícito do filme.
No país, a Senajus (Secretaria Nacional de Justiça), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, é quem atribui a classificação indicativa a obras audiovisuais da televisão aberta e fechada, de cinemas e vídeo e serviços de streaming, além de jogos eletrônicos, aplicativos e espetáculos abertos ao público.
No documento "Classificação Indicativa - Guia Prático do Audiovisual", o órgão apresenta os critérios usados na definição das classificações.
No quesito violência, por exemplo, "crueldade" (sadismo, intenso sofrimento físico) e "apologia à violência" (cenas que mostrem a violência ou agressores como algo positivo) fazem com que um filme seja indicado para maiores de 18 anos.
Já no tópico do sexo, filmes que contenham cenas com sexo explícito, com reações realistas e/ou exibição de órgãos sexuais, e situações sexuais complexas, como sexo grupal ou incesto, recebem a classificação mais alta.
Da mesma forma, apologia ao uso de drogas ilícitas e o enaltecimento do uso dessas substâncias, relacionando o uso de drogas ao sucesso ou divertimento, por exemplo, também levam à indicação para maiores de idade.
Veja abaixo exemplos de filmes indicados para maiores de 18 anos e o conteúdo "proibido" que há neles:
"Kids" (1995)
O filme, lançado em 1995, é indicado para maiores de 18 anos por exibir cenas de personagens menores de idade fazendo sexo, usando drogas e consumindo bebidas alcoólicas, além de incluir cenas de estupro e violência.
O longa-metragem revelou as atrizes Rosario Dawson e Chloë Sevigny.
Segundo o New York Times, Harvey Weinstein, dono da produtora Miramax, disse que "Kids" foi o filme mais controverso a que ele já se associou.
"Showgirls" (1995)
O filme de drama contém cenas de nudez, violência sexual e linguagem inapropriada. Em uma famosa sequência, a stripper Nomi Malone (Elizabeth Berkley) transa com o amante, Zack Carey (Kyle MacLachlan), em uma piscina.
"Há uma inclinação geral ao puritanismo. Eu acho que a sexualidade é mal-entendida nos Estados Unidos. A sexualidade é o elemento mais essencial da natureza. Sempre me surpreende que as pessoas se chocam com sexo em filmes", disse Paul Verhoeven, diretor da produção, à revista Variety.
"Killer Joe - Matador de Aluguel" (2011)
O filme estrelado por Matthew McConaughey é indicado para maiores de 18 anos por exibir "drogas, conteúdo sexual e violência impactante", de acordo com o site do Ministério da Justiça.
As cenas mais "proibidas" têm fortes agressões, nudez frontal feminina e um abuso que envolve simulação de sexo oral em um pedaço de frango frito.
"Para conseguir uma classificação indicativa mais baixa, eu teria que destruir [o filme] para salvá-lo e eu não estava interessado em fazer isso", disse o diretor William Friedkin.
"Desejo e Perigo" (2007)
Dirigido por Ang Lee, o filme se passa na Segunda Guerra Mundial e conta a história de uma agente secreta que se apaixona pelo oficial do governo japonês que deveria assassinar.
O Ministério da Justiça definiu a alta classificação indicativa porque a obra contém "relação sexual, assassinato, exposição de cadáver, crueldade e nudez completa".
As cenas de sexo são explícitas e longas e ainda há uma perturbadora cena de estupro.
"Azul é a Cor Mais Quente" (2013)
A trama, que venceu o Festival de Cannes e Palma de Ouro, retrata a adolescência de uma jovem que começa a desvendar a própria sexualidade e se envolve com outra mulher.
As cenas de sexo explícito chegam a ter sete minutos de duração e foram motivo de polêmica. As protagonistas Adèle Exarchopoulos e Lèa Seydoux reclamaram da direção de Abdellatif Kechiche.
Ambas disseram ter usado próteses de vagina durante as filmagens para as cenas de sexo, que duraram mais de 10 horas consecutivas. Adèle afirmou que chorava durante as gravações, em consequência da dormência e sangramento da vagina, mas era impedida de interromper a cena.
"365 dias" (2020)
O sucesso do streaming conta a história de uma mulher que é sequestrada por um mafioso na Sicília e tem 365 dias para se apaixonar por ele.
A análise do Ministério da Justiça aponta como os fatores "agravantes" para a classificação da indicativa da obra a presença de "relação sexual intensa, nudez e carícia sexual agravadas por frequência e relevância".
São várias e longas as cenas de sexo quase explícito na trilogia baseada nos livros da polonesa Blanka Lipinska.
"Ninfomaníaca Volume 1" e "Ninfomaníaca Volume 2" (2013)
Os filmes, dirigidos pelo polêmico cineasta Lars Von Trier, são estrelados: Charlotte Gainsbourg no papel principal, Willem Dafoe, Stellan Skarsgård, Uma Thurman, Shia LaBeouf compõem o elenco.
O erotismo começava pelos pôsteres, que mostravam a expressão dos personagens enquanto atingiam o orgasmo.
A trama foca em uma mulher que se diagnostica como ninfomaníaca e relembra suas várias experiências sexuais de todo tipo. As detalhadas e longas cenas de sexo têm inclusive zoom nos genitais dos personagens durante o ato. Para tanto, a produção contou com atores pornôs como dublês e efeitos especiais.
Há também cenas violentas e perturbadoras, como a de um aborto feito em casa pela protagonista.
"Bruna Surfistinha" (2011)
Deborah Secco encarnou a garota de programa Bruna Surfistinha no filme e protagonizou várias cenas de nudez e sexo.
A atriz contou como convenceu o diretor Marcus Baldini a interpretar o papel: "Eu marquei uma reunião com ele (diretor) na minha casa, e eu recebi ele com a camisola que eu começo o filme. Eu recebi ele de Raquel, e fui me transformando na Bruna durante o jantar, e terminei o jantar com um collant do aniversário da Bruna, de paetê (...) Então eu fui me transformando na frente dele, e quando terminei, ele falou: 'Ok, é você'", disse, em entrevista ao PocCast.
"E Sua Mãe Também" (2001)
Primeiro grande sucesso do diretor vencedor do Oscar Alfonso Cuarón, o filme conta a história de dois jovens que caem na estrada com uma mulher mais velha.
Gael García Bernal, Diego Luna e Maribel Verdú estrelam cenas de sexo a três em um filme que aborda, entre outros temas, sexualidade, amizade e a vida.
"Midsommar: O Mal Não Espera a Noite" (2019)
Perturbadora, a trama de terror estrelada por Florence Pugh tem cenas extremamente violentas.
Na história, um casal vai passar férias na Suécia após uma tragédia na família da jovem. No entanto, acabam envolvidos com um culto misterioso. Daí em diante, a produção é repleta de mortes, sangue e sofrimento. Há também cenas de sexo e nudez.
"A Criada" (2016)
O filme sul-coreano é indicado para maiores de 18 anos por conter "violência, sexo e conteúdo impactante", segundo o Ministério da Justiça.
Durante a ocupação japonesa, Sook-hee (Kim Tae-ri) é contratada para ser a criada de uma herdeira nipônica, Hideko (Kim Min-hee), que vive isolada com o tio autoritário. A serviçal, porém, é parceira de um vigarista que planeja roubá-la e trancá-la em um sanatório. As duas, porém, começam a descobrir sentimentos inesperados.
As atrizes principais protagonizam uma longa cena de sexo, que inclui sexo oral e tribadismo.
Réquiem para um Sonho (2000)
O filme retrata a destruição da vida de quatro pessoas viciadas em drogas. Em uma das cenas, a personagem interpretada por Jennifer Connelly precisa fazer um ato sexual na frente de outros homens para ganhar dinheiro e sustentar o vício.
A alta classificação indicativa se deve às cenas de sexo, nudez, uso de drogas e o intenso sofrimento psicológico dos protagonistas.
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